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Mostrando postagens de 2021

Encerramento de atividades no blogue em 2021

Este é o último texto que pretendo publicar no blogue neste ano de 2021 que vai se encerrando.  Então, hoje não tem história ficcional. E na semana que vem não deve ter crônica, nem outra história ficcional.  Te desejo um Feliz Natal e um Feliz 2022.  Se Deus quiser, voltaremos em 2022! Eu acredito em Deus! Não acreditas? Não faz mal. Se o universo e o acaso permitirem, voltaremos em 2022!  Repetindo. Te desejo um Feliz Natal e um Feliz 2022! 23/12/2021.

Diário da Peste (LVIII) - Pestes e Natal

Nos últimos dias surgiram notícias de um surto de gripe, começando pela cidade do Rio de Janeiro, e se espalhando para outras capitais, em especial São Paulo.  Segundo o noticiário, tal surto seria devido ao vírus influenza H3N2. Embora sua letalidade seja menor que o Sars-Cov-2, essa gripe está causando nova sobrecarga nos sistemas de saúde, nesse momento em que a vacinação desinfla os números da covid-19.  O vírus H3N2 seria de uma cepa apelidada de Darwin, por conta da cidade australiana onde teria sido mapeado pela primeira vez.  Normalmente os surtos de gripe ocorrem no inverno, mas este está acontecendo excepcionalmente às vésperas do verão, e pelo verão deve se estender.  Duas coisas contribuíram para o surto. Uma é que, por conta da covid-19, menos gente se vacinou contra a gripe esse ano.  A segunda é que a cepa é bem recente. Eu, por exemplo, tomei uma vacina contra gripe, que incluía prevenção contra o H3N2 em abril passado. Mas possivelmente a vacina não me protegerá contra

Diário da Peste (LVII) - Happy Hour e Confraternização de Fim de Ano 2021 - Parte 2

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Na sexta-feira, dia 10 de dezembro passado, eu e meus colegas fizemos um happy hour e confraternização de final de ano , no Cais Embarcadero. Estava divertido então.  Pois nesta quinta, dia 16, fizemos novo happy hour, porque havia uma colega que não pôde participar do anterior.  Nesse caso, fomos apenas quatro pessoas.  Comemos, bebemos e conversamos, como se espera que aconteça nessas situações.  Houve até algo um pouco exótico. Na carta de bebidas, havia a oferta de um certo uísque Union. Nunca ouvi falar. Como o estabelecimento em que estávamos era alguma coisa sofisticado, fiquei curioso e pedi uma dose.  Quando o garçom serviu a bebida, pedi para dar uma olhada no rótulo. Apesar de muitas inscrições em inglês, o rótulo indicava a procedência de fabricação: Veranópolis, RS.  Tão surpreendente quanto um uísque nacional servido ali, foi que o uísque era bom. Sabor parecido com os bourbons americanos, amadeirado.  Depois de rirmos da origem do uísque, acabamos falando nas bebidas da

Impressão Íntima

Ele estava terminando sua caminhada diária.  Ao se aproximar da entrada do prédio, buscou a máscara na tiracolo e não a encontrou.  Parou. Revirou. Não estava lá.  Distraído que era, deve tê-la largado na rua, quando imaginou tê-la colocado na bolsa.  Entrou no prédio correndo, tapando o nariz e a boca com uma das mãos.  Foi uma das poucas vezes que gostou que o prédio não tivesse porteiro.  Se achou um pouco nu.   14, 15/12/2021.

Diário da Peste (LVI) - Happy Hour e Confraternização de Fim de Ano 2021

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Em maio de 2020, "Happy Hour Virtual"  era a sétima entrada no Diário da Peste.  Estávamos pelo segundo mês da pandemia. Ainda tínhamos poucas informações sobre isso. E a vacina era uma aspiração para, quem sabe, uma questão de anos.  Como estávamos isolados, cada qual na sua moradia, combinamos de nos ver por teleconferência. E assim foi. Lembro que devo ter bebido mais que a prudência manda.  Este Diário da Peste registra além dessa primeira, mais três teleconferências que chamaremos aqui de recreativas. Happy Hour Virtual II , Happy Hour Virtual III  e Reunião Virtual . Pois sexta-feira passada o grupo de trabalho, a equipe, ou a maioria dela, se reuniu para fazer um happy hour. Presencial. De quebra foi também uma confraternização de fim de ano.  Tanto que duas das colegas presentes distribuíram pequenas dádivas, na forma de petiscos e bebidas.  Estivemos reunidos em oito pessoas compartilhando uma mesa. Todos com esquema de vacinação completo. Alguns de nós ansiosos pela

Marcio pediu para sair

Ontem foi dia do “bota-fora” do Marcio.  Em um lugar tão tradicional como o Amarelinho.  Eu estava em home office, e peguei o metrô para o centro, desde a Tijuca.  O pessoal que está “in office”, ou como diríamos em outro tempo, o pessoal “na firma” foi caminhando mesmo.  Quando cheguei já estavam reunidos. Bebendo e petiscando. A onipresente batata frita. E mais algumas coisas, como pedaços de frango, carne picada, queijo, salame italiano.  As bebidas se dividiam entre a maioria dos bebedores de chope, e, ao que me pareceu, alguns drinques que as mulheres bebiam. Talvez lagoa azul e spritz.  Tudo detalhes.  Marcio estava deixando a companhia estatal e conseguiu uma vaga em uma multinacional na área.  Lembro que há alguns anos eu e ele havíamos conversado sobre isso. Na época ele sondava uma multinacional diferente. Mas como se passaram anos desde esse assunto, eu achava que ele tinha se moldado à cultura da estatal, e ali ficaria. Ele inclusive alcançou uma posição de supervisão.  Eu

Diário da Peste (LV) - Lançamento da Master Class Santa Sede 2021: Horas Íntimas – homenagem a Vinicius de Moraes

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Agora sim.  Se dia 18 de novembro passado, eu havia sentido falta de algumas pessoas no lançamento da Safra 2021 da Santa Sede , no dia 2 de dezembro foi dia de encontrar os amigos, no lançamento do livro da Master Class Santa Sede para Vinicius de Moraes, Horas Íntimas.  Novamente uma noite fresca de primavera. Pela temperatura poderia ser outono.  Sim, se lá estavam o Rubem e a Vanessa, presenças obrigatórias. Reencontrei a Jane Ulbrich. Foi dia de encontrar o Gian e o Tiago. Dia de abraçar o Ed, de quem me aproximei virtualmente na pandemia. Dia de errar o nome da Zulmara.  E de conhecer pessoas cujos nomes não consegui fixar. Sorry!...  Infelizmente eu e a Avelina nos erramos. Desencontramos por coisa de minutos. Cheguei após as 20h. Provavelmente poucos minutos após ela ter saído, pelo que concluímos trocando mensagens.  Noite de rever André Hofmeister, figura generosíssima. Coautor do livro. Rever Ana Luiza Rizzo, ex-Ana Luiza Tonietto Lovato, coautora.  Além do Rubem, do André e

Retorno

Primeiro dia da primeira das duas semanas de trabalho presencial com rodízio de equipes.  Carrego comigo um buquê de flores.  Para não dizer que tudo está normal, no centro da cidade muitas pessoas continuam a portar máscaras protetivas em seus rostos e muitos estabelecimentos que existiam antes da peste fecharam definitivamente. Parece que são muitos os pontos comerciais para vender ou alugar. A peste se acrescentou à estagnação econômica.  Tenho a impressão que haja mais pessoas mendigando. Mais pessoas sem teto. Mas pode ser só impressão.  Com o rodízio a empresa não parece um completo deserto, mas ver tão pouca gente ainda me parece estranho.  Como também parece estranho ainda estarmos usando máscaras após tanto tempo. Estranho usarmos um soquinho para nos cumprimentarmos.  Na rotina, no ritmo do trabalho, a manhã passa rapidamente.  No intervalo do almoço, sou o último sair.  Antes de sair coloco o buquê sobre a mesa em que Klein trabalhava. Não importa que o buquê logo seja retir

105 anos em 2021

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Feliz aniversário, pai!  01/12/2021.

Duque

Às vésperas do dia em que se comemora a Proclamação da República no Brasil, Avelina publicou uma crônica chamada "A rua onde nunca morei" . Uma crônica memorialística celebrando as suas lembranças da rua que está na acrópole do centro da cidade de Porto Alegre.  A rua em que ela nunca morou, mas palmilhou, sendo levada pela mãe na infância, depois, junto com as colegas como estudante secundarista, por fim, como profissional, trabalhando na Praça que está no centro político do Rio Grande do Sul.  A crônica de Avelina disparou na minha cabeça a canção Credo, de Milton Nascimento e Fernando Brant (“Caminhando pela noite de nossa cidade / Acendendo a esperança e apagando a escuridão / Vamos, caminhando pelas ruas de nossa cidade / Viver derramando a juventude pelos corações (….)”). Eu conheci a música no álbum Clube da Esquina 2. Um dos primeiros álbuns que adquiri.  Essa rua em que nunca morei também já foi minha.  Aliás, nunca morei na região central da cidade.  Mas entre 1982

Carta à mãe em novembro de 2021

Oi, mãe.  Hoje é 23 de novembro de 2021. Há pouco tempo era 19 de novembro. Para o Brasil, Dia da Bandeira. Para mim, data da tua morte. Que na minha cabeça nunca ficou claro se foi mesmo dia 19 de novembro de 1995, ou talvez dia 18. Sei que foi por dias assim. Eram dias quentes de novembro de 1995. Era primavera, mas se fosse verão não faria diferença.  A morte depois de alguns dias de agonia. Solitária no hospital. De um câncer originário de mama, mas que já distribuíra metástases inclusive para o teu cérebro.  O final do processo que começou com um nódulo no seio, que decidiste não tratar, porque afinal, “já não tinhas motivo para continuar a viver depois de enterrar mãe, pai e marido”. Deves ter dito isso lá para 1991, pouco tempo depois do falecimento do pai.  Disseste isso, e estávamos ainda ali. Eu, minha irmã, e teu neto. Todos teus. Todos saídos de ti. Não teres motivo para viver me doeu.  Por que escrevo tudo isso agora?  Bem, como eu disse, há pouco foi mais um aniversário d

Disparo

O joão-de-barro não pareceu temer quando o caçador lhe fez mira. Continuou pulando sobre o gramado. Eventualmente parava, depois continuava.  Em determinado momento virou a cabeça e pareceu ficar encarando quem lhe cercava.  O apanhador enquadrou o passarinho e, em uma fração de segundos, disparou.  O bicho deu mais um passo. E continuou com seus pulinhos.  O olheiro vislumbrou a tela de cristal líquido. Não gostou do resultado. Apagou.  24/11/2021.

Diário da Peste (LIV) - Lançamento da Safra Sede 2021: Outros Presentes

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Nesta quinta-feira, 18 de novembro, foi dia de lançamento do livro Outros Presentes, coletânea de crônicas da Oficina Literária Santa Sede. Como a cada ano um livro é lançado, ele é chamado de safra.  O lançamento aconteceu no Shopping Olaria, usando as instalações da Livraria Bamboletras e do Bar e Restaurante Torre de Pizza.  Este ano houve uma peculiaridade: a publicação de um livro relativo à realização da oficina literária na cidade de Canela. Dois dos oficineiros de Canela estiveram no lançamento de Porto Alegre, Fernando Gomes e Silvia Rolim. O livro de Canela se chama Não olhe para trás.  Os autores da Safra 2021 em Porto Alegre (teremos oficina em Canela anualmente daqui para a frente?) são Eugênia Câmara, Marcel Souza, Fernanda Quadros, Viviane Intini, Greta Guimarães, Noara Lisboa, Camila Mossi, Patrícia Neumann e Regina Lydia.  Pude rever o Rubem e a Vanessa. Esperava encontrar o Gian e o Tiago. Talvez a Avelina. Talvez o Ed. Mas não os encontrei. Quem sabe no lançamento do

Crônica publicada na revista Paranhana Literário

E uma crônica que escrevi foi publicada na Paranhana Literário . A Paranhana Literário  é uma revista literária (sim, como está no título) bimestral que publica artigos, reportagens, entrevistas, crônicas, poemas, contos. Faz uma grande curadoria.  Sua equipe incansável, liderada pelo Doralino Souza, divulga e incentiva a escrita e a leitura. A edição deste bimestre, novembro e dezembro de 2021, tem 86 páginas.  Minha crônica O fotógrafo e o Guardinha na Esquina está na página 46.  Antes e depois muito conteúdo, como, por exemplo, a Carta Resposta Sobre as Estrelas Desertas, da iluminada Michele Iost, na página 42.  Agradeço à equipe da revista, em especial ao Doralino, pela publicação.  22/11/2021. 

Experiência Chocante

110 volts.  Sobrevivi.  Como um beliscão misturado com um comichão.  Não sei como seria a 220.  17/11/2021. 

Diário da Peste (LIII) - Fim da Peste?

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A multiplicidade de cartazes anunciando shows sobre os tapumes de um terreno onde já funcionou um posto de combustíveis na Avenida Assis Brasil dá uma sensação de janeiro de 2020.  São anunciados Nei Lisboa, João Bosco, e outros. Me chama a atenção em especial o anúncio do espetáculo Abba Experience.  Os covers musicais para aqueles de nós que não fomos contemporâneos, ou não pudemos assistir a shows das bandas originais. Queen, Abba, Beatles, Bee Gees. Acrescente os que você gosta e sente saudades.  Os shows nas nossas casas de espetáculos mais populares (populares nesse caso não quer dizer necessariamente baratas), o público de volta aos estádios de futebol, as escolas retomando aulas presenciais. Tudo isso acontecendo sem que haja acréscimos de vulto nas internações hospitalares, ou superlotação das UTIs.  É. A vacinação está funcionando.  Para muita gente é como se a peste já tivesse ido embora.  Ela ainda está por aí, mas já não assusta como outrora. Como assustava em março passad

Tabu

Ao, talvez, perceber ruídos vindos do outro quarto, rapidamente aumentou o som da televisão.  Adulto, ficou chocado quando percebeu que os pais voltaram a transar.  28/10/2021. 

Marília Mendonça (1995-2021)

No final da tarde de sexta-feira, 5 de novembro, eu estava prestes a encerrar minha jornada de trabalho, e deveria ir para uma consulta, quando surgiram as manchetes sobre um acidente aéreo envolvendo a cantora Marília Mendonça. Contudo a notícia era boa, porque informava que a cantora estava bem, apesar do acidente.  Era bom saber que a cantora estava bem, porque a foto divulgada do avião mostrava um aparelho bastante avariado.  Tive minha consulta, e depois encontrei meu filho.  Lá pelas tantas, o aparelho de TV do estabelecimento em que estávamos começou a mostrar imagens de Marília Mendonça. E meu filho comentou sobre a morte dela.  Eu olhei para ele e meu mundo meio caiu. Como assim?  Mas era isso que a TV mostrava. Imagens de arquivo com a cantora, que faleceu no acidente. Conforme o estado do avião, talvez tenha falecido instantaneamente.  Eu não costumava ouvir Marília Mendonça, mas sei que ela fazia, ainda faz, imenso sucesso entre as pessoas que gostam de música sertaneja, ou

Diário - cinema - Duna (2021)

E depois de quase dois anos, eis que volto a uma sessão de cinema, para a nova versão do filme Duna, ficção científica baseada nos livros de Frank Herbert, escritos na década de 1960.  E a volta foi em grande estilo, na única sala imax de Porto Alegre, no Shopping Bourbon Wallig.  Durante a compra dos ingressos, fui surpreendido com o pedido de comprovação de vacinação. Tive que fazer um acesso ao ConecteSUS, pois não ando com o comprovante. Demorou alguns minutos a mais, mas nada que fizesse perder o filme.  A sala não estava muito cheia, então o distanciamento foi tranquilo. Não devia haver mais de 30 pessoas onde caberiam mais de 100.  O filme me pareceu uma grande miscelânea de referências.  Apesar de se dar em um futuro para mais de 8.000 anos, tendo a humanidade colonizado muitos planetas, este universo é regido à maneira feudal, com casas de nobres devendo fidelidade a um imperador.  Nesse contexto, o duque Leto Atreides (Oscar Isaac) deve substituir o barão Vladimir Harkonnen,

Talento

O artista quase anônimo muitas vezes se sentia com síndrome do impostor.  Para resolver isso, periodicamente visitava o supermercado para repor seu estoque de determinada marca de chocolates.  Com o estoque em casa, do qual moderadamente consumia pequenos pedaços, o artista se tranquilizava.  Dizia para si mesmo, e podia dizer aos outros, que era um artista com Talento.  01/11/2021.

Diário - leituras - Fala, Belmonte! Memórias do Cronista Esportivo

Hoje aposentado, João Carlos Belmonte foi jornalista, repórter, comentarista esportivo. Trabalhou em todas as grandes redes de comunicação de Porto Alegre, no jornalismo impresso, radiofônico e televisivo, entre o final dos anos 1960 e o início dos 1990.  Para nós que acompanhamos sua carreira nos diversos veículos em que ele trabalhou, eis um pouco de suas memórias.  Um pouco, porque mais de trinta anos de trabalho não se resumem em 120 páginas.  São pequenos e fragmentários relatos sobre coberturas esportivas, em especial o campeonato mundial do Grêmio, no Japão, em 1983.  E muitas lembranças de grandes atletas com quem o repórter conviveu ao longo dos anos. Começando por Pelé, que ilustra a capa. Mas também Maradona, Puskas. Lembranças de jogadores que se tornaram famosos a partir do sul, como Tesourinha, Falcão, Renato Portaluppi.  Lembranças de colegas, como Armindo Ranzolin, Flavio Alcaraz Gomes, Lauro Quadros. E outros. E outros.  Lembranças de coberturas de Copas do Mundo.  Uma

Diário da Peste (LII) - Sessão de Autógrafos de Ménage Atroz na 67ª Feira do Livro de Porto Alegre

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Sábado, 30 de outubro, foi o lançamento e a sessão de autógrafos do livro de poesias Ménage Atroz, do qual sou autora, junto com a Barbara Sanco e a Claudia Lobato, na 67ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre.  O livro é composto de 207 poemas em forma de poetrix, divididos em 69 títulos. As autoras se desafiaram durante a composição do livro. Uma lançava um título e um poema, e as outras tinham que correr atrás.  E assim se formou este livro. Foi concluído em 2018, mas ajustes e a peste retardaram o lançamento para este ano da graça de 2021.  A sessão foi às 19h .  Uma coisa anticlimática foi que as autoras tiveram que ficar separadas em baias, isoladas por divisórias. Ainda uma providência relacionada às medidas de prevenção sanitária por conta da peste.  Apesar das restrições sanitárias, apesar do pequeno espaço da Feira este ano, e do pequeno espaço da praça de autógrafos da Feira, foi bom. Foi bem bom.  Por volta de 19h30min a sessão terminou. Nesse horário a Feira também fech

Um passarinho em 30 de outubro de 2021

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Diário da Peste (LI) - 67ª Feira do Livro de Porto Alegre, Primeiras Impressões

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E a Feira do Livro de Porto Alegre retornou à Praça da Alfândega (que é o seu lugar), após a ausência em 2020.  A 66ª edição da Feira foi transformada em um evento virtual, com diversas "lives" de lançamentos. Um simulacro de livro gigante no centro da Praça foi a mais marcante presença física da edição do ano passado.  Eu estive lá no sábado passado, 30. O primeiro final de semana da Feira neste ano.  Tive novamente uma sessão de autógrafos, mas isso é assunto para outra crônica.  Minha impressão é que a 67ª Feira do Livro parece uma miniatura das feiras dos tempos pré-covid. As barracas se espalham apenas pela Avenida Sete de Setembro e Sepúlveda. Pela Sepúlveda nem chegam à Rua da Praia. E em sentido contrário também não chegam à Rua Siqueira Campos. Bem menos barracas do que os frequentadores habituais da Feira costumam encontrar.  Nesse sábado havia bastante gente entre as barracas. Talvez até demais.  Embora a maioria das pessoas estivesse usando máscaras, era difícil m

Diário da Peste (L) - Nossa nova normalidade

E os saites de notícias  informaram que as fatalidades por conta da covid-19 no Brasil, nesse domingo das bruxas, 31 de outubro de 2021, foram de 314. O que significa um voo transoceânico caindo por dia. A título de comparação, o tristemente famoso acidente do voo AF447  fez 228 vítimas e gerou tremenda comoção.  Temos mais de 300 vítimas por dia, e vamos vivendo como se nada, ou quase nada, estivesse acontecendo.  As escolas públicas estaduais do Rio Grande do Sul estão agendadas para retornar no próximo dia 8.  Bares e restaurantes estão tendo sua lotação liberada ou aumentada.  O público já pode retornar aos estádios de futebol.  E os embrutecidos de sempre gostam de andar sem máscara em ambientes fechados. Se repreendidos, costumam alegar esquecimento ou distração.  Enfim, temos mais de 115 milhões de pessoas com esquema vacinal completo. Mais de 150 milhões com, pelo menos, uma dose aplicada.  Os números melhoram.  Mas ainda temos cerca de 300 famílias enlutadas por dia.  É muito.

Diário da Peste (XLIX) - Ménage Atroz na 67ª Feira do Livro de Porto Alegre

No sábado, dia 30 de outubro de 2021, estarei autografando o livro Ménage Atroz, juntamente com a Barbara Sanco e a Claudia Lobato.  Se trata de um livro de poesia. Uma poesia curta, chamada de poetrix. Proposta pelo poeta Goulart Gomes, o poetrix é uma adaptação dos haikais. Poemas curtos mas com um pouco mais de liberdade formal. No caso são tercetos, poemas com três versos, mais o título. Os poemas não podem ter mais de 30 sílabas poéticas, em contraposição às 17 dos haikais. E haikais não têm títulos.  Barbara iniciou o projeto. Depois o José e a Claudia foram agregadas.  Ao longo de um período de tempo as autoras foram se desafiando, e ao final, no final de 2018, o livro tomou forma. 69 títulos, 207 poemas. Com introduções do próprio Goulart Gomes, da Ana Mello, grande embaixadora da métrica do poetrix no Rio Grande do Sul, e do Mario Ulbrich poeta, prosador e poetrixta.  Depois revisões, correções. Conversas com o editor.  E o advento da peste que tantas vidas ceifou, tantos e ta

A doce voz de Marisa Monte

Eu nunca pude estar próximo de Marisa Monte.  Mas tenho certeza que se pudesse, de perto, ao ouvi-la cantar, sua voz emanaria um aroma de mel e leite condensado.  28/10/2021. 

Subconscienciália aleatorália

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Marisa, Carnavália  Caetano, Tropicália  Saturno, Saturnália  28/10/2021. 

Fúria interior

Na seção de frutas e verduras, enraivecido, achou que o preço do tomate longa vida estava pela hora da morte.  Subiu uns 40% em relação a duas semanas atrás. Não se questionou se era safra ou entressafra pois sempre tem tomate no supermercado. O noticiário tem falado da aceleração da inflação. Xingou o ministro da economia e o presidente. Em voz alta e em pensamento. Detestava aquele governo.  28/10/2021. 

Diário da Peste (XLVIII) - Resfriado

Em 1966, o jornalista Gay Talese deveria ter feito uma entrevista com o cantor Frank Sinatra, para a revista Esquire. O projeto não deu muito certo, pois o cantor não quis dar entrevista, e, de quebra, estava resfriado. Bom, apesar disso tudo, Gay Talese ficou bastante tempo buscando essa entrevista, e entrevistou muita gente ao redor de Sinatra. Disso surgiu um perfil do cantor que acabou publicado. O perfil começa assim: "Sinatra estava doente. Padecia de uma doença tão comum que a maioria das pessoas a considera banal. Mas quando acontece com Sinatra, ela o mergulha num estado de angústia, de profunda depressão, pânico e até fúria. Frank Sinatra está resfriado", segundo a reprodução do Correio do Povo . E por que eu relato tudo isso? Bem, nos últimos dias eu estive resfriado.  Provavelmente peguei da Linda, quando a acompanhei ao atendimento médico justamente porque ela estava com sintomas de resfriado. Ela deve ter pego de seus colegas de trabalho, alguns dos quais precis

Reflexões de um velho ranzinza – Inteligência Artificial

Com 61 anos, e aguardando a aposentadoria, a vida não tem sido fácil.  Mas às vezes a gente tenta relaxar. Tipo, uma vez por mês, na época do salário, ir tomar uma cerva.  Como hoje. Outra Sexta-feira, fim de tarde, mesa na calçada neste bar no centro. De novo com meu sobrinho que trabalha com computador. “Pois é, tio. Faz três meses que eu tenho o dispositivo com inteligência artificial.” Ele fala.  “É? E aí?” “Sabe? Falam que a inteligência artificial pode ser uma ameaça para a humanidade. Mas acho que a coisa tá longe disso.” "É?" Eu não sei nada sobre o assunto, mas esse pessoal que trabalha com computador é tudo meio cdf.  "É. Por enquanto tá longe de ser uma ameaça. Apesar do uauê que o pessoal faz." “Que uauê?” “Ah! Tipo, já faz tempo que computadores vencem humanos no xadrez. E agora também tem aquele jogo chinês de tabuleiro que eu não lembro o nome.” “Ah sim. Isso. Essas notícias que a gente ouve falar de vez em quando.” “Acontece que os fabricantes constr

Outubro antigamente era assim

Antigamente outubro era assim. Antigamente era nos anos 1990.  Começava com o aniversário do Lucas, o filho de um casal de amigos nossos, no dia 5.  Dia 11 era o aniversário do Emanuel, meu filho. Que por uma bela coincidência nasceu no mesmo dia que o bisavô dele. Com 94 anos de diferença entre eles. Emanuel só sabe de seu bisavô por vagas memórias e umas poucas fotos.  Depois, dia 16, era o aniversário da minha cunhada Siloni. Melhor que chamar cunhada é o termo em inglês, sister-in-law, isto é, irmã na lei.  Dia 17 era o aniversário da Sula, a mãe do Lucas.  E dia 20 era o aniversário da Lúcia, a minha irmã. De sangue. Em grande parte também uma espécie de mãe.  Eu sempre pensei essa profusão de aniversários em outubro como um determinismo biológico. Esses primatas gerando suas crias para nascerem na primavera.  Também não descarto que haja uma confluência astral para que haja um monte de gente nascida sob o signo de libra.  Quando comentei essas coincidências com minha psicoterapeu

Uma rosa em 16 de outubro de 2021

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Diário - leituras - Avaliando Empresas, Investindo em Ações

Essa é mais uma leitura para quem quer aprender alguma coisa sobre o mercado de capitais e sobre o investimento em ações. O livro fala de muita coisa, tanto que o primeiro capítulo é basicamente uma explicação de macroeconomia, ou seja, os autores explicam os rudimentos de como funciona a economia brasileira. Falam dos setores da economia em que atuam as empresas.  E tem quatro capítulos sobre análise de informações das empresas, começando pela comunicação delas, passando por análise e indicadores de balanços.  O capítulo oito é o cerne deste livro que se propõe à análise fundamentalista de empresas. O capítulo dos chamados indicadores de mercado. Não é coincidência que muita gente chame-os justamente de indicadores fundamentalistas.  O livro ainda traz explicações sobre "small caps", isto é, empresas que estão na bolsa de valores, mas não são empresas gigantes. Comenta sobre preços alvos de ações. E o que são ações de crescimento.  Por fim, fala até em como tentar reagir às

Antiautoajuda

Sem saber que tal feito era impossível, ele foi lá e descobriu.  P.S. Essa mininarrativa não é original do blogueiro, mas ele acha que vale o registro.  14/10/2021.

11 de outubro de 2021

Hoje é 11 de outubro de 2021, um dia de primavera.  Primavera que por estes dias faz cara de outono em Porto Alegre. Noites frias. Vento. Hoje mesmo é um dia nublado. Como se o fantasma do inverno recém ido viesse querer nos assustar.  Hoje é aniversário do meu filho. 33 anos. E ele pode estar pensando como a canção dos Titãs, "Quem aqui como eu tem a idade de Cristo quando morreu?".  Amanhã é dia da Senhora de Aparecida.  Quando eu era criança era Dia das Crianças.  E até outro dia meu filho era criança.  Num dia 11 de outubro Renato Russo nos deixou. Também foi outro dia. Meu filho era criança. Faz 25 anos hoje.  Em um dia 11 de outubro nasceu meu avô, Augusto dos Passos. Bisavô de meu filho. Acho que foi em 1894.  Poucos anos após o fim da escravidão no Brasil. Um homem negro. E eu não faço ideia de como foram suas relações com a escravidão recém finda e suas consequências. Eu costumava dizer que o século XIX era o século passado. Mas hoje o século passado virou século ret

Diário - leituras - Andarilhos, de Rodrigo Tavares

Andarilhos acompanha as andanças de Pedro Guarany, e outros personagens, pela região da Campanha, no sul do Rio Grande do Sul, no início do século XX. Um gaúcho sem endereço fixo, se empregando para trabalho temporário nas estâncias. Um tempo em que, apesar da invenção dos automóveis e dos trens, o cavalo ainda era o principal meio de locomoção. Ainda havia tropeadas de bois e de cavalos.  É uma leitura que não empolga de início, mas depois colhe o leitor e o leva até seu belo final. Pelo menos foi o que aconteceu comigo.  Natural da região, o autor deve ter contado com lembranças ancestrais e com o estudo para recriar o sul do Rio Grande do Sul, e nos levar para lá. Onde os estancieiros mandavam (mandam?), onde feminicídios eram chamados de crimes de honra. Onde éguas eram exterminadas porque não ficava bem ao gaúcho montar sobre um animal que não fosse macho. Uma das cenas mais tristes que já li.  Na falta de consultar o autor, vou enfiar significados na leitura. Com isso quero dizer

Diário da Peste (XLVII) - Tecnologia do Capeta

No dia 5 de outubro de 2021, quando acessei meu computador para iniciar minha jornada de trabalho me dei conta que o sistema operacional do meu computador tinha sido atualizado. Aquele sistema operacional das janelas. Ou seja, o sistema operacional tinha se atualizado sem me avisar,  nem pedir permissão. E de repente as configurações da minha área de trabalho não existiam mais. Nem mesmo o software para acesso remoto, fundamental para o teletrabalho, estava facilmente disponível. Sendo que com o "home office", você não tem a preparação psicológica para o trabalho que um deslocamento te dá. Você acorda, faz as necessidades mais básicas, põe o café na cafeteira, e liga o computador. E de repente, "what the hell?" (sim, como bons informatas temos que praguejar em inglês). Pânico! Contacta o chefe. Contacta o grupo do aplicativo de mensagens (que felizmente funcionava). Contacta o suporte. Felizmente todos colaboram, mas a jornada só vai começar 45 minutos após o que de

Diário da Peste (XLVI) - Lendo notícias em 30 de setembro de 2021

30 de setembro é um dia como qualquer outro dia. O último dia do mês de setembro no calendário que seguimos. Ou um dia como nenhum outro, porque é improvável que exista um outro dia como este.  E ler notícias é falar do passado. Porque a coleção de notícias relatadas no jornal de hoje aconteceram ontem ou antes.  Uma luta entre gangues rivais levou à morte de mais de cem prisioneiros no Equador. Tudo indica que o incidente é relacionado a disputas por tráfico de drogas. O tráfico se tornou um negócio internacional, em rotas que saem da América do Sul, passam por América Central e México, para chegar aos Estados Unidos. Por conta disso, parte de nós, primatas, nos matamos, decapitamos, esquartejamos, enfim aterrorizamos, porque cremos que nisso está nosso bem-estar e prosperidade.  A segurança do Primeiro Ministro da Holanda terá que ser reforçada porque o político lidera um governo que também está combatendo o tráfico de drogas. Roterdã tem sido um dos portos de chegada do tráfico de c