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Mostrando postagens de junho, 2021

Diário - leituras - Investimento em Ações para Leigos

Este livro é, como o nome diz, um guia básico de investimentos em ações para quem quer conhecer o básico além do básico. Aparentemente foi escrito exatamente para ser vendido como e-book na Amazon. Quando falo em básico além do básico, estou levando em conta minha própria experiência. Li os livros de Gustavo Cerbasi e Thiago Nigro sobre investimentos. Ambos falam do mercado de ações e de suas possibilidades. Mas como escolher entre as mais de 400 empresas listadas na Bolsa brasileira em quais investir? No caso deste livro de Bruno Caetano, além de explicar o que significa o mercado de ações, como ele funciona, e como se pode investir; ele cita alguns investidores famosos nesse meio, comenta os métodos de investimento desses investidores, e ainda explica os jargões usados por quem já está habituado a investir em ações. E sempre podemos voltar a consultá-lo.  Um livro básico para se ter no leitor eletrônico ou no tablet.  CAETANO, Bruno. Investimento em Ações para Leigos. Edição para Ki

Adeus, Marcelo Stein!

Hoje pela manhã recebi a notícia do falecimento de meu colega de trabalho Marcelo de Moraes Stein, ou, mais simplesmente, Marcelo Stein.  Hoje é segunda-feira, 28 de junho de 2021. Na sexta-feira passada foi divulgada a notícia que ele estava intubado, em uma UTI. No sábado estava estável, com boa saturação.  Tinha 55 anos. Nenhuma comorbidade. Boa saúde para seus 55 anos.  Ficam os fragmentos da memória, as lembranças.  Pra mim em especial o treinamento que fizemos juntos para nos tornarmos desenvolvedores de software. Três meses às voltas com linguagens de computador para máquinas de grande e pequeno porte.  A comemoração pelo final do treinamento em uma churrascaria em São Leopoldo.  E o trabalho na área de sistemas.  As notícias de seus filhos com nomes de evangelistas, Mateus e Lucas. O trabalho da esposa.  A preciosidade de informar que depois que instalou uma máquina de lavar louça em casa, nunca mais precisou lidar com entupimentos de caixa de gordura. Os passos ligeiros no cor

Diário da Peste (XXVIII) - Adeus, Marcelo Stein!

Hoje pela manhã recebi a notícia do falecimento de meu colega de trabalho Marcelo de Moraes Stein, ou, mais simplesmente, Marcelo Stein.  Hoje é segunda-feira, 28 de junho de 2021. Na sexta-feira passada foi divulgada a notícia que ele estava intubado, em uma UTI. No sábado estava estável, com boa saturação.  Tinha 55 anos. Nenhuma comorbidade. Boa saúde para seus 55 anos.  Ficam os fragmentos da memória, as lembranças.  Pra mim em especial o treinamento que fizemos juntos para nos tornarmos desenvolvedores de software. Três meses às voltas com linguagens de computador para máquinas de grande e pequeno porte.  A comemoração pelo final do treinamento em uma churrascaria em São Leopoldo.  E o trabalho na área de sistemas.  As notícias de seus filhos com nomes de evangelistas, Mateus e Lucas. O trabalho da esposa.  A preciosidade de informar que depois que instalou uma máquina de lavar louça em casa, nunca mais precisou lidar com entupimentos de caixa de gordura. Os passos ligeiros no cor

Feliz 61 Anos, Fror!

Escritores escrevem muitas coisas que eles ouvem. E foi isso que ele falou. Fror ("Frôr").  Comentou comigo sobre seus 61 anos, Fror. E que pelo que ele inferiu, a partir do horóscopo chinês, é o início de um novo ciclo, “para os próximos 60 anos”. Acredite. Ele falou sério.  No nosso papo, ele comentou como achou melhor não escrever nada pelos seus 60 anos. 60 anos. Isso sim o fechamento de um ciclo.  Ele especulou se você ainda lembrava do tempo em que vocês tentaram aprender mandarim. Como os professores, chineses de Taiwan, comentaram como o sexagésimo aniversário era significativo para os chineses.  Segundo o horóscopo chinês, aos 60 anos a pessoa já passou por todos os doze signos e todos os cinco elementos, que compõem esse universo espiritual.  Por outro lado, neste país chamado Brasil, 60 anos é quando oficialmente a pessoa se torna velha. Nesta cidade, dependendo dos seus rendimentos, a pessoa pode pedir gratuidade  de passagem de ônibus e isenção de imposto predial

Reflexões de um velho ranzinza – Gente que atrapalha na caixa do supermercado

Sou um velho com 61 anos, que aguarda ansiosamente a aposentadoria. São mais de 45 anos entre desemprego e empregos mal pagos. 45 anos para conseguir um apartamento apertado em um prédio ruim na periferia, uma lata velha do século passado como "carro", e perspectiva nenhuma de bem estar na tal aposentadoria.  Dia desses, como quase todo mundo, eu estava no supermercado.  Tenho os sentimentos misturados sobre supermercados. Acho um saco ir. Mas às vezes acho tipo um passeio. Principalmente nos grandes, que têm eletrodomésticos e variedade de trago. E tem a parte mais chata, a fila. Pode ser que tenha gente que goste, mas eu não gosto de entrar em fila.  Hoje vim neste grande aqui. Agora estou com meu cesto na fila.  Na minha frente uma moça, com um carrinho pequeno. Baixinha. Cabelo curto. Pele clara. Trinta e poucos anos.  Chega a vez dela, ela olha pro carrinho, olha para a caixa, olha pra dentro do supermercado.  Afinal começa a tirar as coisas do carrinho.  Devagar. Ela de

Diário da Peste (XXVII) - Início do Inverno de 2021

Nas primeiras horas de ontem, 21 de junho de 2021, foi o solstício de inverno austral, isto é, o início do inverno. O que significa que de domingo para segunda passada, 20 para 21, foi a noite mais longa do ano.  Significa também que a partir de agora, irão aumentando as horas de luz, embora talvez demore um pouco para nos apercebermos. Talvez a partir da primavera. Nesses primeiros dias de inverno, serão segundos, depois alguns minutos. E vão se sucedendo, os dias e as estações.  O aplicativo de fotos no celular fica me relembrando constantemente o que acontecia nesse dia, ou nessa semana, no ano passado.  E no ano passado por esta época algumas flores cor de laranja da bisnagueira resistiam, e coloriam os meus dias de inverno. Este ano as flores da bisnagueira praticamente se restringiram ao verão.  Talvez a bisnagueira capte a nossa angústia, e se recolha.  É o segundo inverno sob o fardo da peste.  No primeiro nos angustiávamos com o que aconteceria. Nos perguntávamos quando a pest

Diário – leituras – Porquês de Simon Sinek

Li os livros de Simon Sinek por indicação da youtuber Nathalia Arcuri, do canal Me Poupe. Eles se chamam “Comece pelo porquê” e "Encontre seu porquê".  Tomei as dicas pensando em psicologia aplicada, para buscar um motivo, um “porquê” na vida.  Contudo, os livros são muito mais aplicados ao marketing e aos negócios que aos indivíduos. Não que os indivíduos sejam deixados de lado, tanto que em um dos capítulos de “Comece pelo porquê” Sinek vai falar de si mesmo e uma crise que passou em relação ao trabalho que ele fazia e faz.  Mas o foco é bem mais nos negócios, onde ele procura explicar porque algumas empresas têm diferenciais. Ele fala bastante da Apple e um de seus fundadores, Steve Jobs; da companhia de aviação Southwest; e dos irmãos Wright, que dentro de sua perspectiva estadunidense Sinek vê como os inventores do avião. Segundo Sinek todos esses se diferenciaram porque tinham um certo senso de missão interno, ou seja, um porquê.  Sinek propõe uma teoria, a do “porquê,

Reflexões de um velho ranzinza - Não atrapalhem minha refeição!

Sou um velho com 61 anos, que aguarda ansiosamente a aposentadoria. São mais de 45 anos entre desemprego e empregos mal pagos. 45 anos para conseguir um apartamento apertado em um prédio ruim na periferia, uma lata velha do século passado como "carro", e perspectiva nenhuma de bem estar na tal aposentadoria.  Dia desses eu estava sentado em uma lancheria, dessas de rede mundial.  Recém tinha começado a comer meu sanduíche e minhas fritas, quando se aproximou um rapaz.  Parecia bem apessoado até. Boa aparência. Adolescente. Pediu um trocado para comer.  Eu entendo a psicologia da coisa. Já que eu estava comendo, eu deveria estar aberto a acabar com a fome do meu próximo.  Acontece que detesto que venham interromper minha refeição (esses dias descobri que o Ringo Starr também. Li na internet). Imbuído de toda minha raiva, mandei um sonoro NÃO! A feição do jovem mudou de respeitoso, para temeroso, e então para rancoroso. "Não?" "NÃO!", repeti com raiva.  Ele

Diário da Peste (XXVI) - Bananas

Todos conhecem a banana. A maioria a aprecia. Tem sabor e textura agradáveis quando madura. Cerca de 75% de sua composição é água.  Tento me lembrar de uma crônica do Moacyr Scliar falando sobre a decepção de alguns comensais, quando, após uma refeição em um restaurante chique, ele pediu como sobremesa uma simples banana. Quem se lembra que uma das coisas procuradas pelos alemães orientais quando da queda do Muro de Berlim eram bananas?  Originária da Ásia, é cultivada em praticamente todas as regiões tropicais do planeta. E importada por países ditos desenvolvidos.  Foi por esse motivo que houve um golpe na Guatemala em 1954, contra um presidente que pretendia fazer um reforma agrária no país. A reforma podia afetar os interesses de uma companhia estadunidense, grande produtora… De bananas. Eis, em grande parte, a origem da expressão "república de bananas" ou "república bananeira".  Palavra cheia de significados conotativos, pode significar tanto que algo está bara

Diário - leituras - The Buenos Aires Affair

Em uma manhã fria no balneário de Playa Blanca, na Argentina, Clara Evelia acorda, e descobre que sua filha Gladys desapareceu.  Nesta história também saberemos de Leo Druscovich, homem que ficou órfão de mãe, logo após seu parto, e também perdeu o pai cedo, sendo criado por suas irmãs.  E entre os capítulos o autor cita cenas de velhos filmes de Hollywood dos anos 1940 (mais ou menos). Essa é a trama que Manuel Puig irá desenvolver nas páginas de The Buenos Aires Affair, onde além dos protagonistas, também mostra algo de Buenos Aires nos anos 1950 e 1960.  Quando resgatei esse livro em um balaio de um sebo, me lembrei que Manuel Puig fez certo sucesso no Brasil nos anos 1980. Foi ele que escreveu o livro O Beijo da Mulher-Aranha, que virou filme de Hector Babenco, com Sonia Braga no elenco. Nesse caso, nem li o livro, nem vi o filme.  Esperava conhecer o autor, e até conheci, mas acho que minhas expectativas eram muito altas. Achei que o livro ficou a dever. Eu e meus ranços. Li esse

Diário - leituras - Finanças Pessoais

Recentemente resolvi ler livros de finanças pessoais para ver se saio da constante falta de dinheiro. Talvez seja irônico que para tentar superar a falta de dinheiro, eu tenha gastado com livros sobre o assunto, mas vamos lá.  Os livros são "Como organizar sua vida financeira" e “Investimentos inteligentes", de Gustavo Cerbasi; e "Do mil ao milhão", de Thiago Nigro.  "Como organizar sua vida financeira" é o basicão sobre como tentar sair da pindaíba. Como diz o título, para o autor isso acontece com a pessoa se organizando. Claro que para tanto, é preciso que você ganhe o suficiente para poder economizar algo, ou, dentro do quadro de seus rendimentos, você esteja decidido a renunciar a algo no presente (que inclusive pode ser sua refeição, se você for muito limitado de recursos) para obter algo no futuro.  Já "Investimentos Inteligentes" e "Do mil ao milhão" são livros básicos para explicar o que são e o que não são investimentos,

Sonâmbulo

Sentia-se um privilegiado por estar trabalhando de casa durante a longa pandemia.  62 anos, perto da aposentadoria, também se sentia privilegiado por ter trabalho naquele país e com aquela idade.  Mas não compreendia a disfuncionalidade que veio com os anos. Por que sentia os olhos pesados no início e ao final da tarde?   Por que à hora de dormir (para ele após dez da noite), o sono ia embora e a mente ficava agitada?    08/06/2021

Diário da Peste (XXIV) - Corpus Christi

Feriado em Porto Alegre. Dia ameno de outono. A temperatura chegou a 22ºC. Um belo dia de sol. Era outono mas podia ser primavera.  Porto Alegre tem um clima ameno na maior parte do tempo. Anteontem eu estava ouvindo um podcast de um francês radicado em Varsóvia. Na época da publicação do podcast era verão em Varsóvia. O podcaster estava feliz porque no verão de Varsóvia a temperatura variava entre 10ºC e 20ºC.  Me pergunto qual o sentido de termos um feriado religioso desses hoje em dia. Qual o percentual da população brasileira é católica ainda? Dentre esses, quantos vão à missa regularmente? Quantos participarão de alguma cerimônia religiosa hoje, mesmo que virtualmente dado que vivemos um tempo de peste?  Eu fui batizado católico em criança, me tornei protestante evangélico, e hoje sou praticamente nada.  Não me entendam mal, não sou contra o feriado, mas talvez devêssemos transformar feriados religiosos em feriados civis, uma vez que a religião mais e mais perde protagonismo, mesm

Diário da Peste (XXV) - Veranico de junho, edição 2021

Neste início de junho tivemos nosso veranico de outono.  Em Porto Alegre a expressão "veranico de maio" já é amplamente consagrada, mas ele pode acontecer também em abril ou junho. Ficamos à mercê de frentes frias vindas do sul e de massas de ar quente vindas do norte.  No dia 3 de junho, que também era feriado de Corpus Christi, uma quinta-feira, a temperatura chegou a mais que agradáveis 27ºC, com sol e céu de brigadeiro. Nossos parques se encheram de gente, como se a peste já tivesse passado. Ou não, e essa é a forma das pessoas lidarem com a peste depois ano e meio às voltas com ela.  Juntamos o calor com as folhas secas, amareladas ou envermelhecidas (?)(avermelhadas?), que, segundo o clichê, seriam uma marca do outono. O degradê das folhas pode ser uma bela imagem, embora não tão belas quantos as fotos do outono na Nova Inglaterra de minha memória.  No sábado, 5, a temperatura chegou a calorosos 30ºC. Quem tivesse se aventurado a ir ao litoral, talvez até pudesse se ani

Diário - leituras - O Amor Segundo Buenos Aires

Este romance se estrutura um pouco à maneira do poema Quadrilha de Carlos Drummond de Andrade.  Na cidade de Buenos Aires, capital da Argentina, onde a história (ou as histórias) é ambientada, um personagem vai descrevendo o outro, enquanto também expressa seus sentimentos. O livro inclusive indica o endereço na cidade onde se dão as reflexões de cada personagem.  O protagonista é Hugo, um brasileiro expatriado, o que mais descreve e mais é descrito.  Achei um livro simpático. Só senti falta de meios de o autor criar maneirismos para sabermos que a história aconteceu em Buenos Aires, e não em São Paulo, por exemplo.  SCHELLER, Fernando. O Amor Segundo Buenos Aires. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2016.  03/05/2021, 04/06/2021. 

Interlúdio

Já velho, acordou de sonhos agitados. Sua irmã o visitara novamente.  Estaria chamando-o a juntar-se a ela?  31/05/2021, 01/06/2021.

Diário - leituras - O Homem Perplexo

O homem perplexo é o título da coletânea de contos de Edgar Aristimunho, publicado pela Editora Dom Quixote, em 2008. São 46 contos, distribuídos em cinco, digamos, áreas temáticas. São elas A Escrita, Subterrâneos, As Taras Atarantadas, As Profissões Impossíveis e O Homem Perplexo (que, então, é título do livro e título de uma divisão temática). O livro conta ainda com projeto gráfico incomum, com cada divisão abrindo com o que parece ser o rascunho de um dos contos que aparecerão em seguida em sua forma final. A apresentação é da escritora Valesca de Assis.  Quando pude entrar em contato com o autor, ele me ofereceu uma espécie de curadoria do próprio livro, me indicando ler quatro contos, ou um pouco menos de dez por cento do total de contos. Foram Parque de Diversões, Duas Viagens, Hulk e Ferro Velho.  Se palhaços eventualmente se tornam seres assustadores, eis que em Parque de Diversões, o protagonista talvez não esteja se divertindo. Ou, por outra, talvez esteja, nesta história q

O centenário de um jornal, a crônica brasileira e uma dúvida

  O jornal Folha de São Paulo recentemente comemorou seu centenário, e vem celebrando-o. Nessas celebrações, em alguns momentos, o jornal relembra colunistas célebres que passaram por lá.  Recentemente li textos de Otto Lara Resende  e de Fernando Sabino . Impossível não associar com os cronistas homenageados no projeto Masterclass da Oficina Literária Santa Sede.  Estou tomando por base que o período de ouro da crônica jornalística brasileira tenha acontecido entre o final da Segunda Guerra e o final da década de 1960. Provavelmente publicaram seus textos no Jornal do Brasil, Correio da Manhã, O Globo, e outros, hoje extintos, e cujo nome se perdeu da memória.  Dos cronistas desse período, o projeto já homenageou Antonio Maria, Paulo Mendes Campos, Rubem Braga e Clarice Lispector (embora também os gaúchos Luís Fernando Veríssimo e Caio Fernando Abreu). Em 2021, ou 2020, o homenageado é Vinicius de Moraes.  Um tempo mítico, onde, depois da tragédia do que os uruguaios chamam de "M