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Mostrando postagens de novembro, 2022

Crônicas de Mosaico – X

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Coisas da boemia: antes de chegar no Apolinário tive oportunidade de “fazer um aquecimento” em outro estabelecimento. Mas, nesse caso, nem era possível dizer que eu estivesse quimicamente alterado. Tanto que comecei pedindo um chope no Apolinário. Quando cheguei ao Apolinário, lá estavam posicionados para a oficina, o Rubem, o Marcel, e a Luca.  Larguei minha bolsa junto à mesa e fui ao banheiro.  Quando eu estava saindo do banheiro, fui “interceptado” pelo Gian. Em sua fala clássica, ele disse “deixam entrar qualquer um nesse bar”. Fato. Quando voltei à mesa, lá estavam o Tiago Maria e o Ed Aristimunho. O Mosaico tinha novas visitas. Repeti as palavras do Gian, “Pois é. Deixam entrar qualquer um nesse bar”. Ed comentou de seu projeto literário, 22 Goleiros .  E Ed foi o primeiro a sair. Um homem de família. Queria falar com o filho, que ora estuda no Rio de Janeiro.  A foto desta semana retratava uma mulher, supostamente uma mulher, com o rosto coberto, roupas como de bailarina, e um

Dona Nadir, eu, Iris e Paul Hewson

Cara doutora, Eu queria falar da leitura de Surrender, o livro de memórias do Bono, do U2. Nome civil: Paul Hewson.  Estou no início da leitura. Três capítulos até agora.  Talvez o Emanuel fosse gostar do livro, com suas descrições de Dublin. As ruas de Dublin. O que uma família de classe média dublinense tinha em casa nos anos 1970. A influência dos meios de comunicação do vizinho Reino Unido na Irlanda. E, inclusive, um atentado com carros-bomba em Dublin, perpetrado por unionistas do norte.  Em nossa mais recente sessão de terapia a minha mãe, Dona Nadir, foi citada novamente. Muito por conta da possibilidade de minha aposentadoria estar próxima, e dos conselhos que ela me deu quando eu era adolescente e começava a trabalhar. Então a sessão foi sobre a talvez severidade da Dona Nadir, as expectativas dela para seu filho, meu pai como uma régua ou um alvo. E por aí conversamos. Inclusive estávamos próximos do aniversário de morte da Dona Nadir, efeméride que havia me passado desperce

Um panorama das leituras em 26 de novembro de 2022

Acho que não é ostentação. É mais algo como falta de direção, ou distração. E este texto começa com um monte de ão.  Estou tentando ler paralelamente sete títulos. Sete livros. Cada um com a sua razão.  Talvez o que eu esteja lendo há mais tempo seja Diário Selvagem. De fato é a publicação de diários do jornalista e escritor José Carlos Oliveira (1934-1986). Comecei a ler, meio por indicação de Edgar Aristimunho, escritor, contista, cronista porto-alegrense. É um diário com poucos filtros, onde o autor reúne impressões pessoais, reflete sobre escrever e ser publicado, relata o que comeu e o que excretou (ou não. São recorrentes as prisões de ventre), com quem fez sexo. No máximo esconde nomes, fornecendo iniciais.  O segundo é Os Versos Satânicos, de Salman Rushdie. Comecei a ler depois do mais recente atentado ao autor, em Nova York. É um livro denso, onde o avanço da leitura é lento. Até agora uma fantasia sobre um ator indiano que vai viver na Inglaterra. Mas volta à Índia. O jeito

Perdas nessa quarta semana de novembro de 2022

De fato o calor chegou com tudo nesse final de novembro.  Infelizmente também chegaram as notícias tristes.  Na manhã de terça-feira, 22 de novembro, saiu a notícia da morte do cantautor Pablo Milanés. O cubano faleceu aos 79 anos em decorrência de um câncer.  Minhas lembranças de Pablo Milanés, como não poderia deixar de ser, vêm da música. Em especial do Disco Clube da Esquina 2, em que Milton e Chico cantam uma versão de Canción por la Unidad Latinoamericana. Depois um amigo me mostrou a versão original da música. Tempos depois, eu trabalhava em um escritório, em que uma colega deixava o rádio ligado durante o expediente. Em minhas recordações, parece que diariamente a rádio tocava a canção Iolanda, de Chico Buarque. E a Iolanda de Chico era uma versão da Yolanda, canção de Pablo Milanés.  No final da manhã da mesma terça-feira, saiu a notícia da morte de Erasmo Carlos, o Tremendão. Tremenda perda. Estava com 83 anos. Erasmo Carlos era uma figura da música brasileira desde os anos 1

Diário – leituras – Entre o rio e a montanha

Entre o rio e a montanha conta a história de dois crimes acontecidos na fictícia cidade de Andorinhas. Andorinhas fica em algum lugar do Rio Grande do Sul que, como diz o título, deve estar entre um rio e uma cadeia de montanhas. Como se trata do Rio Grande do Sul, eu fico imaginando entre um rio e uma serra. Nesse lugar, aconteceu um crime no passado, e, depois um crime no presente da história.  Como a cidade aparentemente é dominada por uma grande indústria, essa indústria também é uma personagem da história. E há ainda os inacreditáveis diários do Padre Eurico, onde o vigário fazia observações sobre os paroquianos, incluindo algumas confissões.  Li essa história com facilidade.  Imaginei inclusive que serviria como uma sinopse de trama para uma telenovela no horário das 18 h. Quem sabe alguém do audiovisual concorda comigo? BERRIEL, Ezequiel. Entre o rio e a montanha. Porto Alegre: Metamorfose, 2018.  30/05/2022, 26/11/2022. 

Crônicas de Mosaico – IX

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Coisas da boemia: antes de chegar no Apolinário tive oportunidade de “fazer um aquecimento” em outro estabelecimento. O que fez com que eu chegasse quimicamente alterado, de uma maneira leve, à oficina. Contrariamente à semana anterior, em vez de pedir chope, pedi uma água com gás. Quando cheguei ao Apolinário, lá estavam posicionados para a oficina, o Rubem, e a Luciana, a “Luca”. Desta vez ela conseguiu chegar. O Marcel estava de saída. Não ficaria à mesa naquela noite. O Gian não pôde ir. Carol era esperada para mais tarde, como é costume. Luca levou dois textos. Textos que ficaram entre a crônica, a reflexão e a poesia. Textos sobre terra, ar, água, a partir de uma foto com sol e água.  Rubem levou o texto da foto dos pés com uma garrafa de vinho. Pra mim uma quebra de expectativas. Pra ele um abuso. Acho que Luca também ficou com a tese do abuso. Me senti um tanto ogro. Tudo isso a respeito do texto do Rubem.  O meu texto envolveu sol, calor, água e geografia. As leituras chegaram

20 de novembro de 2022

1 Se novembro começou frio , nesta sua segunda quinzena já temos temperaturas de verão. Na última semana tivemos vários dias com temperatura acima de trinta graus. Foi como se passássemos direto do inverno ao verão, sem muitos dos dias amenos de primavera.  Hoje se celebra o Dia da Consciência Negra. Em outras capitais é feriado. Não que hoje isso faça diferença. Hoje é domingo. Ano que vem vai fazer. Diferença. No início deste século as prefeituras de Porto Alegre e Pelotas quiseram decretar feriado neste dia 20 de novembro. Foram proibidos porque a Fecomércio entrou com processo alegando que prefeituras não podem decretar feriados cívicos, apenas feriados religiosos. E o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul acatou o argumento. Deve ter sido apenas coincidência que o processo tenha sido movido por um sindicato patronal dirigido em sua maioria por homens brancos, e que o Tribunal de Justiça do Estado também tenha em sua maioria juízes homens e brancos.  A cobertura do jornal Folha

Sessão de Autógrafos Santa Sede Safra 2022 – Meu lugar no mundo

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Domingo passado, 13 de novembro, houve a sessão de autógrafos e lançamento do livro da Safra 2022 da Oficina Literária Santa Sede.  As autoras e autor desta safra são Ana Chapper, Ana Helena Reis, Ana Paula Gasparini, Cris Vasquez, Mariângela Botelho Franco, Roberto Mário Issler, Cristina Rodrigues, Soraya Jordão e Zeni Isquierdo Danelon. Apesar da peste ter ficado para trás, a safra 2022 foi virtual, com participantes de fora de Porto Alegre.  A sessão de autógrafos teve lugar em plena 68ª Feira do Livro de Porto Alegre, na Praça da Alfândega.  Acho que choveu.  Eu não estive lá. Tinha um outro compromisso, que acabou cancelado, mas me tirou a pilha de me deslocar até lá.  No ano passado, dias depois do lançamento da Safra 2021, no lançamento da Masterclass 2021 (Horas íntimas, Homenagem a Vinicius de Moraes), perguntei a um veterano da Santa Sede por que ele não havia ido ao lançamento da Safra. Ele respondeu que as safras eram normalmente uma celebração de autores que iniciavam a pu

Sessão de Autógrafos Versão dos Fartos – Homenagem da Santa Sede a Moacyr Scliar

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E chegou o dia de celebrar o nascimento da criança, isto é, do livro. O livro Versão dos Fartos foi lançado no sábado, 12 de novembro, no novo tradicional endereço do Apolinário, na República, 552.  Foi o dia para reunir os autores e autoras. Estiveram lá a Eugênia, a Carol, o Afonso, a Fernanda, o Jefferson, a Noara, a Kátia, a Ananyr, a Greta, o Altino, o Marcel, eu, e, claro, o Rubem (sigo a ordem da foto da contracapa). Não puderam comparecer a Soraia, a Iara e o Felipe.  Cada um dos autores e autoras levou amigos e familiares.  E mais pessoas ligadas à Santa Sede apareceram, como o Gian e a Avelina. Também a Ana Luiza Rizzo, vinda direto de sua própria sessão de autógrafos na Praça da Alfândega.  O horário marcado foi às 18:30. Mas pouco depois das 18 h, o bar já estava agitado.  Eu, junto com meu filho, sentei junto à mesa em que estava o Afonso e seus convidados. E foi sentar e começar a autografar. Em uma agitação que deve ter durado quase duas horas.  Depois, passou o moviment

Crônicas de Mosaico – VIII

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Coisas da boemia: antes de chegar no Apolinário tive oportunidade de “fazer um aquecimento” em outro estabelecimento. O que fez com que eu chegasse quimicamente alterado, de uma maneira leve, à oficina. Quando cheguei ao Apolinário, lá estavam posicionados para a oficina, o Rubem, o Gian e o Marcel. O Marcel faz parte da turma virtual, às 18 h, mas está sempre conosco às 20 h. Além deles havia a visita da Rose. Oficineira de outros cursos e eventos.  Rose saiu. Carol chegou.  Trabalhamos sobre fotos de pés e garrafa de vinho, e de chuveiro sob o sol. As crônicas variam. Tristeza, viagens, ironias. São várias as crônicas como o(a)s autore(a)s são vário(a)s.  Um dos problemas de se estar quimicamente alterado é que nos esquecemos de muita coisa que vimos, lemos ou dissemos. Inclusive depois tive que perguntar se eu não tinha sido inconveniente. Felizmente ninguém reclamou. Alguém até me achou divertido.  Terminada a oficina, Rubem foi pegar a Vanessa em outro evento. Gian foi para casa (

Segunda semana de novembro de 2022

Esta segunda semana de novembro foi um tanto dolorosa.  Se à segunda-feira já não bastasse ser segunda-feira, ainda foi na segunda-feira, dia 7, que soubemos do falecimento do cantor e compositor Bebeto Alves. Perdem o Brasil e o Rio Grande do Sul. Ele que tão bem soube misturar milongas com pop e rock. Sua saúde se abalou recentemente, diz o noticiário. Há pouco havia sofrido um AVC, e estava em tratamento para câncer de pulmão.  Na quarta-feira, veio a notícia do falecimento de Gal Costa, uma das principais vozes femininas da música popular brasileira. Se não a principal. Uma morte repentina e muito lamentada. Entre tantos relatos sobre sua vida e arte, não vi o que teria causado sua morte. Até recentemente a cantora aparentemente gozava de boa saúde para seus atuais 77 anos.  Na mesma quarta-feira foi divulgada a morte de Rolando Boldrin. Ator, cantor, compositor, ultimamente era mais conhecido como um divulgador da música caipira, que ele considerava a verdadeira música raiz do Bra

68ª Feira do Livro de Porto Alegre – Versão dos Fartos

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Em evento que pode ser chamado de “feira fora da feira”, ou “feira além da feira”, paralelo à 68ª Feira do Livro de Porto Alegre, no próximo sábado estarei autografando o livro Versão dos fartos, no Bar Apolinário, ali na República, 552, na Cidade Baixa.  Versão dos fartos é uma homenagem da Oficina Literária Santa Sede ao Moacyr Scliar cronista.  Scliar foi um escritor profícuo, que escreveu contos, romances, ensaios. E crônicas.  Nesse livro eu e mais de uma dezena de outro(a)s cronistas o estamos homenageando / imitando.  Apareça!   06/11/2022. 

68ª Feira do Livro de Porto Alegre – I

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O ano vai passando, e, de repente, você é surpreendido por algum evento que chegou sem você perceber.  Foi o que me aconteceu no final do mês passado. O Marcelo Spalding anunciava a banca da Editora Metamorfose na Feira do Livro, em um grupo do aplicativo de mensagens, e convidava a todos a visitarem-na. E eu fiquei pensando com os meus botões, “como assim, a Feira do Livro está começando?” Para quem não a conhece, a Feira do Livro de Porto Alegre, é, bem, uma feira de livros, que acontece na Praça da Alfândega, no Centro Histórico da cidade, entre o final de outubro e a primeira quinzena de novembro. Este ano acontece a 68ª edição. Estive na Feira sábado passado, 5 de novembro.  Estive na barraca da Editora Metamorfose. Falei com o Marcelo e a Bruna. E comprei alguns livros da Editora. Coletâneas de contos, De volta aos anos 60; De volta para os anos 80; Vulcana – contos eróticos, de Adriana Mondadori; Energias renováveis, velharias clássicas – crônicas de Alexandre Beluco; o novo liv

Crônicas de Mosaico – VII

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Há uma primeira nota de esclarecimento a ser feita: esta não é estritamente uma crônica de Mosaico, porque não houve encontro da referida oficina literária, a Santa Sede Mosaico, ou o Mosaico Santa Sede, na semana que passou, pois na quarta-feira, 2 de novembro, foi Dia de Finados.  Mas, justamente porque era véspera de feriado, algumas das pessoas do Mosaico e outras ligadas à Santa Sede invadiram o Apolinário na terça-feira, 1º de novembro, Dia de Todos os Santos.  Ali acontecia outra oficina da Santa Sede, o Aperitivo. Rubem de orientador, Magaly e Rita como alunas. Pelo menos foi o que me pareceu.  Entre os penetras, o Gian, o Altino, a Dio, e, claro, eu. Gian me informou que a Carol também passou por lá, mas muito rapidamente, porque tinha outro compromisso: assistir à apresentação do grupo vocal Sol em Si, no Museu do Trabalho.  Enquanto estávamos ali, o Rubem, a Magaly e a Rita estiveram às voltas com crônicas resenhas. Sim, todos à mesa deram pitacos nos trabalhos apresentados.