Crônicas de Mosaico – X



Coisas da boemia: antes de chegar no Apolinário tive oportunidade de “fazer um aquecimento” em outro estabelecimento. Mas, nesse caso, nem era possível dizer que eu estivesse quimicamente alterado. Tanto que comecei pedindo um chope no Apolinário.

Quando cheguei ao Apolinário, lá estavam posicionados para a oficina, o Rubem, o Marcel, e a Luca. 

Larguei minha bolsa junto à mesa e fui ao banheiro. 

Quando eu estava saindo do banheiro, fui “interceptado” pelo Gian. Em sua fala clássica, ele disse “deixam entrar qualquer um nesse bar”. Fato.

Quando voltei à mesa, lá estavam o Tiago Maria e o Ed Aristimunho. O Mosaico tinha novas visitas. Repeti as palavras do Gian, “Pois é. Deixam entrar qualquer um nesse bar”.

Ed comentou de seu projeto literário, 22 Goleiros

E Ed foi o primeiro a sair. Um homem de família. Queria falar com o filho, que ora estuda no Rio de Janeiro. 

A foto desta semana retratava uma mulher, supostamente uma mulher, com o rosto coberto, roupas como de bailarina, e um ambiente degradado ao redor. Em preto e branco. Autoria de Rogerio Soares.

Textos distribuídos, começamos as leituras. 

Como o Gian havia levado dois textos, um referente à semana anterior, em que ele faltara, Gian iniciou as leituras. 

Era o texto da semana passada, referente à foto de um chuveiro sob o sol. A crônica de Gian foi como um ensaio sobre o ato/hábito de tomar banho. 

Depois acho que foi o meu texto, em que associei a mulher da foto com filmes de horror japoneses e a saudade daqueles que nos deixaram. 

Rubem aproveitou a foto para fazer um diálogo sobre fadas e bruxas. Bruxas e fadas. 

O texto de Luca fez associações com a região da Capadócia e ioga. Sim, até ioga. 

Em algum momento após o começo das leituras, a Carol chegou e sentou na cadeira que antes estivera ocupada pelo Ed. 

O primeiro texto foi sobre a foto da semana passada, sol e chuveiro. E Carol mais uma vez demonstrou sua capacidade de nos aprofundar, de fazer-nos refletir, a partir de uma (simples. Simples?) crônica. Tremendo talento. 

O Marcel nos trouxe um texto que misturava black friday com as histórias e as reflexões de Stephen King sobre a escrita. 

Voltamos a Gian. E em seu texto sobre a foto da semana ele também aprofunda reflexões. Cria uma personagem para bem além do que eu esperaria. 

Por fim o segundo texto da Carol vem em forma de poema. Talvez pudesse ser usado como jogral. Um texto triste sobre solidão. 

Sempre digo que espero um livro solo de Carol. 

Gian já publicou seu livro solo, uma novela infantojuvenil ambientada numa Porto Alegre do futuro. 

Talvez pelas reflexões que seus textos evocam, Carol e Gian pudessem montar um projeto de livro juntos. 

Após as leituras dos textos da Oficina, Tiago leu a mais recente crônica publicada em seu saite, A fonética do Koo <https://tiagomaria.art.br/2022/11/22/a-fonetica-do-koo/>. Imaginem vocês. Ou confiram no saite dele. Koo é uma nova rede social, de origem indiana, e muitos brasileiros a estão descobrindo por conta de idiossincrasias recentes do Twitter. Rimos bastante da crônica do Tiago. 

Finda a oficina. Luca, Marcel e Rubem foram para casa. 

Gian, Tiago, Carol e eu fomos adiante. Para a João Alfredo. Lá, na João Alfredo, entramos no Espaço Cultural 512. 

Encontramos a jornalista e escritora Letícia Garcia. Pena que quando chegamos, ela e suas amigas estavam de saída. 

Havia música ao vivo no 512. Assim, pudemos beber e dançar. Podem ser passos desengonçados, mas já me convenci que realmente são passos de dança. E o importante é que nos divertimos. E olha que já não estamos mais na aurora de nossas vidas. 

Passado um pouco da meia-noite, decidimos ir embora. 

O Gian em sua curta jornada a pé até sua casa no bairro Praia de Belas.

Surpreendentemente, na hora de chamar o aplicativo, o Tiago informou que estava de carro e nos levaria. Foi assim que Carol e eu fomos apresentados ao possante SUV do Tiago. O que seria aquilo? Um Hyundai Santa Fé? Se não é isso, é um modelo parecido. 

Será que após publicar Semvergonho, o Tiago enricou e pôde comprar um carrão daqueles? Hummm...

Bom, seja como for, Tiago nos deixou nas portas de nossas respectivas moradas, Carol e eu. 

Pensando agora, acho que o Tiago deve ter passado a noite bebendo cerveja sem álcool. Como tem feito o Rubem ultimamente. Todo mundo conhece o ditado, “se beber, não dirija”.


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24, 28/11/2022. 

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