Perdas nessa quarta semana de novembro de 2022


De fato o calor chegou com tudo nesse final de novembro. 

Infelizmente também chegaram as notícias tristes. 

Na manhã de terça-feira, 22 de novembro, saiu a notícia da morte do cantautor Pablo Milanés. O cubano faleceu aos 79 anos em decorrência de um câncer. 

Minhas lembranças de Pablo Milanés, como não poderia deixar de ser, vêm da música. Em especial do Disco Clube da Esquina 2, em que Milton e Chico cantam uma versão de Canción por la Unidad Latinoamericana. Depois um amigo me mostrou a versão original da música. Tempos depois, eu trabalhava em um escritório, em que uma colega deixava o rádio ligado durante o expediente. Em minhas recordações, parece que diariamente a rádio tocava a canção Iolanda, de Chico Buarque. E a Iolanda de Chico era uma versão da Yolanda, canção de Pablo Milanés. 

No final da manhã da mesma terça-feira, saiu a notícia da morte de Erasmo Carlos, o Tremendão. Tremenda perda. Estava com 83 anos. Erasmo Carlos era uma figura da música brasileira desde os anos 1960. Roqueiro. Romântico. Impossível que alguém tenha vivido desde então e não tenha incluído Erasmo Carlos na trilha sonora de sua vida. Erasmo estava sempre se reinventando. Eu posso lembrar ainda que vi o filme Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-rosa, que Erasmo estrelava ao lado de Roberto e Wanderleia. E ouvi muito o disco Mulher, de 1981, que minha irmã comprou quando foi lançado. 

Tem sido um ano de muitas perdas. A Fernanda Torres também escreveu um texto em que comentava a morte repentina da ex-jogadora de vôlei Isabel Salgado, de uma pneumonia aguda, aos 62 anos. Isabel era jovem para os dias de hoje. Ela meio que termina dizendo que quando estava terminando de escrever seu texto, veio a notícia da morte de Erasmo Carlos. Que no caso de Fernanda gerou um final de texto de revolta retórica contra Deus. 

Eu estava pensando em escrever esse texto, falando das perdas de Milanés e Erasmo, quando vi a notícia do falecimento de Irene Caras. Também relativamente jovem, 63 anos. Quem tinha mais de 15 anos nos anos 1980 e não viu os filmes Fama e Flashdance? Ou ouviu suas trilhas sonoras (talvez comprou suas trilhas sonoras, em um tempo em que videocassetes eram artigo de relativo luxo)? Pois é. Irene Cara era a principal voz nessas trilhas sonoras. 

Enfim, mais uma semana de perdas. 


26, 28/11/2022.

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