Um panorama das leituras em 26 de novembro de 2022



Acho que não é ostentação. É mais algo como falta de direção, ou distração. E este texto começa com um monte de ão. 

Estou tentando ler paralelamente sete títulos. Sete livros. Cada um com a sua razão. 

Talvez o que eu esteja lendo há mais tempo seja Diário Selvagem. De fato é a publicação de diários do jornalista e escritor José Carlos Oliveira (1934-1986). Comecei a ler, meio por indicação de Edgar Aristimunho, escritor, contista, cronista porto-alegrense. É um diário com poucos filtros, onde o autor reúne impressões pessoais, reflete sobre escrever e ser publicado, relata o que comeu e o que excretou (ou não. São recorrentes as prisões de ventre), com quem fez sexo. No máximo esconde nomes, fornecendo iniciais. 

O segundo é Os Versos Satânicos, de Salman Rushdie. Comecei a ler depois do mais recente atentado ao autor, em Nova York. É um livro denso, onde o avanço da leitura é lento. Até agora uma fantasia sobre um ator indiano que vai viver na Inglaterra. Mas volta à Índia. O jeito de Salman Rushdie escrever me lembra Gabriel García Marquez. 

Também comecei a ler Fama e Anonimato, de Gay Talese. Se trata de uma coletânea de longas reportagens desse jornalista, considerado um dos fundadores do chamado “New Journalism”. Comecei a ler porque pela enésima vez escrevi um texto citando as circunstâncias amplamente divulgadas em que Talese escreveu sua reportagem Frank Sinatra está resfriado. Eu citei essas circunstâncias algumas vezes, e nunca tinha lido a reportagem propriamente dita. Comprei o livro e comecei a lê-lo por isso. Já li Frank Sinatra está resfriado. Sigo lendo as outras reportagens do livro. 

Pela ordem, segue Mugre Rosa, da escritora uruguaia Fernanda Trías. Comprei quando estive em Montevidéu em outubro. Fala de uma névoa e uma, digamos, maré rosa, que surge e arruína uma cidade, que pode ou não ser Montevidéu. Depois de pagar caro pelo livro, descobri que já existe tradução ao português. Foi chamado por aqui de Gosma Rosa. Comprei por meu amor a Montevidéu. 

Então temos M O Filho do Século, primeira parte da longa biografia de Benito Mussolini, escrita por Antonio Scurati. Estou lendo em uma tentativa de me reconciliar com obras históricas. E porque vivemos um tempo de florescimento de fascismos e autoritarismos vários. Vide os patriotas golpistas autoritários ao nosso redor. 

O seguinte é Surrender, o livro de memórias de Paul Hewson, o Bono do U2. 

E tem ainda Versão dos Fartos, a coletânea de crônicas de que participei, mas da qual ainda não havia lido a maioria dos textos. Leio uma ou duas crônicas por dia. 

É isso por enquanto.


26, 28/11/2022.

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