Diário – leituras – Deuses Americanos



Eis um livro interessante, como talvez dissessem os entendidos, com camadas sobrepostas na história. 

Além disso, somos informados nas introduções que houve mais de uma versão do livro, e esta tradução foi baseada na versão favorita do autor. 

O livro abre falando do protagonista, Shadow. Se diz pouco dele, a não ser que é grande e tem cara de “não se meta comigo”. Além disso ele está deixando a prisão, após cumprir uma sentença de três anos. Shadow significa principalmente “sombra” em inglês. 

E a partir daí os eventos vão se sucedendo na história de Shadow. Ele será contratado por um homem misterioso e será envolvido em uma guerra que deverá acontecer. 

Não conto mais do enredo para que qualquer candidato a leitor não perca o prazer de ler esta história.

Para completar, em um momento da história há um desaparecimento, o que pode acrescentar uma narrativa policial a tudo.

É um daqueles livros que é difícil largar, o que faz com que a leitura seja rápida, apesar de suas muitas páginas. 

É um livro de ficção, então não dá para tecer muitas teses a respeito. 

Mas é interessante como o autor insere os deuses nas crenças dos seres humanos. E como ele representa esses deuses no contexto dos Estados Unidos. 

Deuses trazidos da Europa pelos imigrantes ou mesmo surgidos na América pré-colombiana, com os povos nativos (embora provavelmente os chamados povos nativos da América também sejam descendentes de migrantes do que hoje chamamos Ásia e Oceania). Até deuses do Antigo Egito aparecem. E ainda um capítulo bônus com Jesus, sim o Cristo, em curiosa criação de Gaiman.

E por tudo, a religiosidade nos Estados Unidos. Um pano de fundo também bastante interessante. Os lugares que os personagens frequentam. O frio de alguns locais. O calor de outros. Os deslocamentos, a estrada, os aviões. 

Enfim, uma leitura interessante e divertida. 


GAIMAN, Neil. Deuses Americanos. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2016. 


27/07/2021.

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