Minha incomum primeira ida a um show de comédia em pé


Certo. Em bom português, é mais comum as pessoas falarem em “stand up comedy”, ou em “show de stand up”.

Foi em um domingo, 7 de abril de 2024. Lá se vão uns dois meses. 

Depois de ter curtido o domingo úmido, quando já estava em casa nos preparativos para jantar e dormir, me chegou uma mensagem no aplicativo de mensagens. Era algo como “queres ir comigo em um show de stand up? Não é necessário pagar nada. Ingressos já comprados. Só chegar lá, no Teatro da AMRIGS, às 20h.”

Bastante incomum a circunstância. Como eu disse, já estava na vibe (vaibe?) de me preparar para comer, relaxar e dormir. 

Em todo caso, parceria é parceria. 

Consultei o aplicativo de carona paga. Seria possível chegar ao local com, talvez, um pequeno atraso. Repassei essa informação ao anfitrião. Ele respondeu que tudo bem. Não havia problema. Ele me esperaria por alguns minutos na entrada. E se eu demorasse mais, ele daria um jeito para que eu conseguisse entrar. De fato, o motorista do aplicativo de carona se esforçou e acabei por chegar antes de meu anfitrião. 

Quando ele chegou, trazia os ingressos e os mantimentos referentes ao valor do ingresso solidário. 

Entramos para assistir o show. O local estava cheio, mas não lotado. Foi relativamente fácil encontrar dois assentos vagos. 

O show era do humorista Tiago Santineli. Segundo meu anfitrião, um humorista progressista, que havia aberto seu voto para o atual presidente da república, na eleição de 2022. 

Em geral eu fico meio cabreiro com artistas muito alinhados a qualquer tendência política. Contudo esses receios se tornaram infundados desde o início do show. Santineli pareceu mais afeito a um humor anarquista, que militante de esquerda. Tanto que já no início do show zoou do próprio presidente da república. Por outro lado também fez piada com o reacionarismo político das pessoas de certas regiões no sul do Brasil. 

Santineli também deu oportunidade a humoristas locais. Se não me engano, foram quatro, três rapazes e uma moça, cujos nomes me fogem. Cada um deles teve cerca de dez minutos para darem seus recados. Foi como uma espécie de esquenta para o show principal que viria depois. 

Santineli entrou no palco para um show que, se não me engano, duraria mais de duas horas. E nesse período fez rir falando da infância pobre, dos estudos, de religião, da vida profissional até ali. 

Eu gostei da experiência. Foi divertido. Um humorista que nos faz rir com os pequenos percalços que teve e tem ao longo de sua vida, e com seu país. Foi boa a experiência naquela circunstância incomum. 

Ao fim do espetáculo, meu anfitrião ainda fez a gentileza de me deixar em casa, com sua nave. 

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Ao fim do show, Santineli à esquerda, conferindo o celular, e a trupe apoiada por ele


02, 03, 04/06/2024. 

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