Algumas reflexões sobre o luto


Noite passada recebi a notícia do falecimento do filho de um amigo. Um outro amigo me enviou a nota, por meio de um aplicativo de mensagens. Talvez um aplicativo de mensagens seja um mau meio para enviar esse tipo de notícia, mas não há como se lutar contra isso. 

De fato, a morte já havia acontecido e para o dia seguinte haveria a missa de sétimo dia. Acontece que eu não vou a missas de sétimo dia. Nada contra as missas ou contra Deus. Apenas não creio na doutrina católica que uma missa possa fazer bem a uma alma. E uma missa de sétimo dia é, bem, uma missa. No caso da missa de sétimo dia, ou de trigésimo dia, ou de um ano do falecimento, o reverendo dirige uma missa como as outras missas em geral, e em determinado momento cita o nome do nosso parente ou amigo, falando de saudades e pedindo que Deus tenha misericórdia de sua alma. E, talvez, ao final da missa daríamos ou receberíamos as condolências. Escrevendo assim, me soa um tanto formal, talvez um pouco constrangedor. Tudo depende. Depende em especial de quão próximos somos de quem ficou. 

É por isso que prefiro ir ao velório. Nesse rito podemos chorar por quem perdemos, ou estar ao lado da(s) pessoa(s) que queremos bem e que perdeu a pessoa querida.

E se perdermos o velório, como aconteceu comigo nesse caso? Não sei. Acho que eu gostaria de algum tipo de encontro centrado no morto, nas nossas lembranças sobre ele, ou nas lembranças dos outros amigos e familiares que o conheceram melhor. 

Não sei, repito. 

Mas lamento que meu amigo tenha perdido o filho, mesmo que ambos tenham já alguma vivência. A vida é sempre breve. 


15, 17/06/2024.  

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