O Balanço de 2022


Última semana do ano é sempre tempo de fazer balanços. Avaliações. Talvez reflexões. 

Neste blogue não vai ser diferente. Vou relembrar este ano de 2022 que vai terminando. E tentar refletir sobre alguma coisa. 

O que mais me marca neste final de 2022 foi a minha incapacidade manter um texto ficcional às quintas-feiras. Longo, curto, personagem recorrente ou não. Faltou inspiração e transpiração para tanto. Não sei se mais alguém notou. Ninguém me reclamou, que eu lembre. 

Às terças-feiras, as crônicas continuaram comparecendo. Umas poucas vezes, mais de uma crônica em um dia. Quando aconteceu isso, de mais de uma crônica ser publicada no mesmo dia, certamente era muito assunto mobilizando o blogueiro. 

Diria que este foi um ano moacyr-scliriano. 

Tive o privilégio de ter participado de uma coletânea de crônicas que homenageava o Moacyr Scliar cronista. Esta coletânea gerou um livro chamado Versão dos Fartos, organizada pelo Rubem Penz, lançado em novembro. 

Dentro do funcionamento da geração dessa coletânea de crônicas – de fato, a versão 2022 da masterclass da Oficina Literária Santa Sede – houve alguns outros pequenos privilégios. 

Talvez o principal tenha sido a aula magna inaugural com a Judith Scliar, viúva do Moacyr. Nossa! Que senhora encantadora! Pelo menos durante essa aula magna que aconteceu por teleconferência. Infelizmente não a conheci pessoalmente. Mas sua inteligência, simpatia e carisma me encantaram. 

Depois a convivência com os colegas cronistas, à mesa de bar. Depois de dois anos de peste, foi uma retomada e tanto. 

Consequência dessa convivência, compartilhando textos à mesa, foram as esticadas boêmias que pudemos fazer algumas noites. O privilégio de conviver mais algumas horas com Felipe, Altino, Dio, Tiago, Gian, e, principalmente, Carol. E olha que o Tiago nem participou oficialmente da oficina literária. A noite podia ser uma criança na Cidade Baixa. 

Escrevi várias crônicas emulando a maneira de Scliar escrever textos inspirados em manchetes de jornal. Umas tantas foram para o livro. Algumas outras que, digamos, sobraram, acabaram por aqui, neste blogue, como uma sobre a demolição da casa em que viveu Caio Fernando Abreu, no bairro Menino Deus.

Scliar tem sido um escritor fundamental na minha formação como leitor. Leio suas obras desde o início de minha adolescência. Mas este ano ele acabou se sobressaindo. Obviamente pelo meu envolvimento com a oficina de criação literária. Mas já no final de 2021, acabei por escrever uma crônica sobre a Rua Duque de Caxias, inspirada em outra crônica da Avelina, em que Scliar era citado. 

Este ano li e reli livros de Scliar. Novelas e crônicas. Só faltaram os contos. Se bem que algumas crônicas se apresentam como contos. 

Avelina continuou sendo importante neste ano. Como uma vez ela disse, quando a citei no ano passado, que ela já estava se tornando como o show do Roberto Carlos, que acontece todo ano, no final do ano. A lamentar que nos vimos pouco. Na prática nem nos vimos. Foi no lançamento do Versão dos Fartos, que ela prestigiou. Trocamos um oi. Que fazer? Espero que tenhamos outros momentos. Fiquei comovido que ela tenha me citado em uma crônica sua

Outra pessoa que me comoveu foi o Emilio Pacheco, que me citou nos agradecimentos do livro que ele lançou, Kleiton e Kledir, A Biografia. O livro está na fila dos livros a serem lidos. O Emilio é um já tradicional blogueiro de Porto Alegre, por uma felicidade da vida, um contato virtual que se tornou uma amizade fora da internet.

Literariamente tenho sentido falta da Barbara Sanco. Recentemente ela publicou um texto de Natal em Instagram. Tomara que publique mais.

Falei da Carol. Tendo tido sua companhia nas noites de quarta-feira, durante a oficina literária, vi o fôlego de seus escritos. Espero que ela se anime a continuar escrevendo e lance um livro solo de contos em breve. 

Enfim, este é um curto texto de balanço e lembranças. Possivelmente eu tenha esquecido de coisas importantes. Se alguém achou isso, peço que me perdoe. Sou humano. 

Que todos possamos ter um feliz 2023! Feliz Ano Novo! 


24, 26/12/2022. 

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