Crônicas de Mosaico – XII


Coisas da boemia: antes de chegar no Apolinário tive oportunidade de “fazer um aquecimento” em outro estabelecimento. No caso o Boteco Andradas, no centro da cidade. O que fez com que eu chegasse quimicamente alterado, de uma maneira leve, à oficina.

Por conta disso, meu primeiro pedido foi uma água com gás.

Quando cheguei ao Apolinário, lá estavam posicionados para a oficina, o Rubem e o Marcel. Se bem que ambos deveriam estar ali desde as 18 h (nosso horário é às 20 h). 

O Gian não pôde ir. Continuava se recuperando de um resfriado forte que o vem afligindo já faz algum tempo. 

Luca estava cansada e não compareceu. 

Carol era esperada para mais tarde, como é costume.

Como não houve encontro na semana anterior por falta de quórum, eu levei dois textos. Um baseado na foto feita por Arian, de um mímico. O outro baseado na foto de Wander Rocha, sobre uma mulher negra fundida com raízes. Dupla exposição ou fusão de imagens. Meu texto sobre o mímico relembrou dois mímicos, o francês Marcel Marceau e o brasileiro Juarez Machado. O texto sobre a foto de Wander Rocha, sobre certa África idealizada. 

Rubem e Marcel tinham um texto, cada, sobre a foto de Wander Rocha. O do Rubem uma reflexão sobre o caminho para a Glória. O do Marcel começou citando Pelé, passando por integração e racismo, no que me pareceu uma orientação gilberto-freyreana. 

Terminamos de ler nossos textos, bebemos e conversamos mais um pouco e a Carol não chegava. 

Daí a pouco, ela enviou uma mensagem com previsão de chegada para 22 h 30 min. Para o Rubem e o Marcel ficaria muito tarde. Por volta de 22 h, ambos se despediram e se foram. 

Fiquei aguardando. 

22 h 45 min e eu continuava aguardando. 

23 h o Apolinário fechou. 

Combinamos de nos encontrar no Pinguim, e para lá me dirigi. 

Poucos minutos depois chegou a Carol. A aula de técnica vocal demorou um pouco mais que o normal, por isso o atraso. 

Pedimos cerveja e petiscos, e é possível dizer que a oficina continuou ali.

Carol levou três textos. Dois para a foto de Arian, um em prosa poética, o outro em forma de poesia propriamente dita. E um para a foto de Wander Rocha, que trouxe o número sete à mente da Carol. O numeral foi repetido diversas vezes no texto. 

Li para ela meu texto baseado em Wander Rocha. E ainda sobre Wander Rocha, lemos o texto do Marcel. 

Terminamos de ler e ficamos bebendo e conversando. Projetos literários para 2023. Nossos trabalhos. Nossas famílias. 

O tempo passou, começou a diminuir o movimento no Pinguim, e de repente eram três da madrugada. 

Resolvemos fechar a conta e ir embora. Melhor não esperar que o Pinguim fechasse. A madrugada na Cidade Baixa meio deserta pode ser perigosa. 

Na manhã seguinte acordei bem, apesar dos quase três litros de cerveja que consumimos, e das poucas horas de sono. Praticamente não havia ressaca. Espero que tenha sido assim para a Carol.

Foi o último encontro do Mosaico 2022. E, portanto, o último, digamos, capítulo dessa sequência de crônicas. 

Veremos o que o futuro nos trará. 


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08, 12/12/2022.

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