Picadura em 1, 2, 3, 4…


Na primeira vez, eu fiquei comovido e me senti um sujeito de sorte, ecoando a canção de Belchior. A comoção não era à toa. Na época mais de 400 mil pessoas haviam perecido pela peste no Brasil. 

Na segunda vez, eu já não estava comovido, mas aliviado por, então, cumprir o que estava estabelecido como a dosagem padrão para proteção contra a peste. 

Na terceira vez talvez tenha me entediado um pouco. Mas é sempre bom saber que há meios de se sentir mais protegido contra a peste. 

Foram picadas no outono, no inverno e no verão. Todas elas em dias ensolarados. 

No sábado, 30 de julho de 2022, outro agradável dia de sol, me dirigi novamente a um posto de vacinação, para receber a segunda dose de reforço contra a peste. Na prática a quarta dose. 

A prefeitura abriu um posto de vacinação em um shopping próximo de casa, o que tornou a vacinação tão fácil como foram a primeira e a segunda dose. Mais fácil que foi a primeira dose de reforço, vulga terceira dose. 

Quando cheguei de volta em casa, ao retirar o curativo, percebi uma porção maior de sangue coagulado que em qualquer injeção anterior. O aplicador deve ter atingido algum vaso sanguíneo. Nada sério. A peste já fez mais de 670 mil vítimas fatais. Ainda são cerca de 300 mortes decorrentes da doença por dia. Hoje a maioria das vítimas é de idosos. 

Os sinais da peste se desvanecem. As máscaras estão cada vez mais em desuso. As viagens internacionais retomam fôlego. Enfim, seguimos. 

Talvez eu escreva sobre mais uma dose de reforço, daqui a uns seis meses. 


31/07/2022, 01/08/2022. 

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