O centenário de um jornal, a crônica brasileira e uma dúvida

 


O jornal Folha de São Paulo recentemente comemorou seu centenário, e vem celebrando-o.

Nessas celebrações, em alguns momentos, o jornal relembra colunistas célebres que passaram por lá. 

Recentemente li textos de Otto Lara Resende e de Fernando Sabino.

Impossível não associar com os cronistas homenageados no projeto Masterclass da Oficina Literária Santa Sede. 

Estou tomando por base que o período de ouro da crônica jornalística brasileira tenha acontecido entre o final da Segunda Guerra e o final da década de 1960. Provavelmente publicaram seus textos no Jornal do Brasil, Correio da Manhã, O Globo, e outros, hoje extintos, e cujo nome se perdeu da memória. 

Dos cronistas desse período, o projeto já homenageou Antonio Maria, Paulo Mendes Campos, Rubem Braga e Clarice Lispector (embora também os gaúchos Luís Fernando Veríssimo e Caio Fernando Abreu). Em 2021, ou 2020, o homenageado é Vinicius de Moraes. 

Um tempo mítico, onde, depois da tragédia do que os uruguaios chamam de "Maracanazo", o Brasil foi bicampeão mundial de futebol. 

Apesar das constantes crises políticas, tivemos um presidente bossa nova, JK, e, claro, a própria bossa nova. E, claríssimo, o Rio de Janeiro era a Capital Federal. 

A Capital Federal foi mudada para Brasília. Hoje somos um país com um imaginário bem mais diverso, muito além da zona sul e do centro da cidade do Rio de Janeiro. 

Somos isso que está aí. Mas somos o quê mesmo? 


27/04/2021, 01/06/2021. 

Comentários

  1. Obrigado por lembrar de nossa nobre mesa de boemia crônica, Comendador

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  2. Fundamental na minha formação e marcante, mestre Rubem.

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