Diário - leituras - O Homem Perplexo



O homem perplexo é o título da coletânea de contos de Edgar Aristimunho, publicado pela Editora Dom Quixote, em 2008. São 46 contos, distribuídos em cinco, digamos, áreas temáticas. São elas A Escrita, Subterrâneos, As Taras Atarantadas, As Profissões Impossíveis e O Homem Perplexo (que, então, é título do livro e título de uma divisão temática). O livro conta ainda com projeto gráfico incomum, com cada divisão abrindo com o que parece ser o rascunho de um dos contos que aparecerão em seguida em sua forma final. A apresentação é da escritora Valesca de Assis. 

Quando pude entrar em contato com o autor, ele me ofereceu uma espécie de curadoria do próprio livro, me indicando ler quatro contos, ou um pouco menos de dez por cento do total de contos. Foram Parque de Diversões, Duas Viagens, Hulk e Ferro Velho. 

Se palhaços eventualmente se tornam seres assustadores, eis que em Parque de Diversões, o protagonista talvez não esteja se divertindo. Ou, por outra, talvez esteja, nesta história que é uma espécie de fábula perversa. 

Duas Viagens se parece com uma crônica, com um protagonista que sai a caminhar com o cachorro, como talvez o próprio autor poderia fazer, e depara com um casal saindo de casa, e fica a observar a cena.

Em Hulk estamos às voltas com um protagonista com suas aspirações, sonhos e fantasias. Uma outra espécie de fábula. 

Ferro Velho é um conto marcado por desencontros. 

Eu destacaria Boas Maneiras, outro conto de desencontros; Fandango, com sua variedade de perspectivas, dentro da seção Taras Atarantadas; e No Dia do Desfile, e seu protagonista que apenas gostaria de atravessar a rua. 

O autor mantém o blogue O Íncubo. Talvez outro livro esteja a caminho. 

ARISTIMUNHO, Edgar. O homem perplexo. Porto Alegre: Dom Quixote, 2008. 

20/04/2021.

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