Vertigem
Quando cheguei ao bar, ele já estava lá.
Na Ladeira, em uma mesa em uma espécie de quiosque.
Eu pedi ao garçom um chope. Ele já tomava uísque, “cowboy”. Estava magro. Desfigurado. Excessivamente magro.
Quando foi meu coordenador na birô de digitação nos anos 1990, era um cara boa pinta, cabelos cor de trigo maduro. Usava jaqueta de couro, muita gente pensava que ele era policial civil por causa disso. Tinha uma brasília branca.
Embora, eu tivesse pedido um chope, tentei fazer ver a ele que ele estava bebendo demais. Nem se alimentava mais. Bebia direto.
Ele me respondeu.
- Cara, não sei por que tu fica me falando isso. Olha só, tu também tá bebendo. Eu já tô afastado da empresa por conta do estrago do trago.
- Mas, Dudu, dá para sair disso. A vida é mais que um copo.
- Pode ser, Zé. Mas eu já vejo toda a escuridão no fim do túnel.
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