Diário – leituras – O centauro no jardim
Em uma colônia no norte do Rio Grande do Sul, um casal judeu, gera um filho que é um centauro. Sim, aquele ser mitológico, parte humano, parte cavalo.
O nome que lhe é dado é Guedali. E no livro O centauro no jardim, veremos o desenvolvimento de sua vida até a idade adulta.
A história se passa entre muitos cavalos.
Desde a cavalaria cossaca que promove pogrons no oeste da Rússia entre o final do século XIX e o início do XX, até o sul do Brasil com a lendária cavalaria Farroupilha.
Os pais de Guedali migram para o interior do Rio Grande do Sul para fugirem dos pogrons a que estavam sujeitos se permanecessem no leste da Europa. E ao norte do pampa nasce esse filho extraordinário. Que por sinal tem um irmão e uma irmã “normais”, digamos assim, isto é, humanos e não centauros.
Com o nascimento de Guedali, Moacyr Scliar insere seu nome no realismo fantástico. Outros seres místicos surgirão no decorrer da história.
Acho que já li algo sobre Guedali ser uma alegoria mesma do judaísmo, no Rio Grande do Sul. Esse centauro seria esse ser entre dois mundos, a Europa que ficou para trás e o Brasil, onde se radica, e cria família.
Publicado em 1980, me parece que esta novela mantém seu frescor, como uma história que pode ser bem compreendida hoje, e nos dá informações sobre o século XX do Brasil e do Rio Grande do Sul. Transição da vida rural para a urbana, ideais utópicos, relacionamentos.
Gostei e recomendo.
SCLIAR, Moacyr. O centauro no Jardim. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
28/04/2022, 30/05/2022.
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