A magia das tecnologias incrementais


O algoritmo do aplicativo de fotos me lembrou de “há 11 anos”. 

Mas o aplicativo estava enganado. Não por má-fé, mas por ignorância. 

As fotos eram de mais de 30 anos atrás. Foram digitalizadas em 2011, e essa data passou para o arquivo digital do antigo registro em película.

À velha magia da fotografia, veio se juntar a nova magia do algoritmo.

Magia do século XIX, a fotografia com filme atingiu seu auge nos anos 1990. Então, na década seguinte, a fotografia digital se tornou predominante. 

Novembro de 1990. Uma viagem para Florianópolis. Emanuel recém havia completado 2 anos. Tínhamos um velho fusca 1969, que muita gente acreditava que não chegaria à capital do estado vizinho. Chegou e lá recebeu um choque de uma motorista nativa. Passou uma semana em uma concessionária Volkswagen. Coisa essa, estar em concessionária, que acho que fazia muito tempo que não acontecia com o carrinho. 

Ao contrário de uma certa tradição gaúcha, não vou muito à Florianópolis. De fato só fui essa vez. Linda, ao contrário, chegou a morar na Grande Florianópolis, por conta de uma precoce iniciação profissional. Emanuel voltou ao menos mais duas vezes em excursão com a escola. 

E o que o aplicativo traz à tona? Registros dessa passagem. Nós no Morro da Cruz. Eu, o Emanuel e o fusca em alguma praia. Emanuel em uma cadeirinha de praia. Eu e ele no Mercado Central da cidade. 

Essa viagem no tempo me relembra o eu mais jovem, a Linda mais jovem, esse Emanuel bebê. Éramos pleno potencial e não sabíamos, ou não nos dávamos conta. 

Nas fotos éramos tão felizes! Éramos tão felizes! Pelo menos é o que me parece hoje. 


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21, 24/05/2022.

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