Diário – leituras – Dois nós
Com a morte de sua mãe, Eloá, Camila se acha sozinha no mundo. Órfã em Porto Alegre. O pai ela não conheceu, havia morrido quando ela era bebê. Isso está nas primeiras páginas do livro Dois nós, de Carolina Panta (a autora grafa o nome sem maiúsculas, isto é, dois nós).
Em busca de suas raízes, ela acaba por se dirigir ao litoral norte gaúcho. Os locais não são nomeados, mas quem conhece a região os há de reconhecer.
A história é contada entre as recordações de Camila, como os trabalhos da mãe, os momentos de escola, o namoro. E também recupera aquilo que Camila não lembra, porque não participou dos eventos.
Escrito por uma mulher, o livro traz situações de opressão feminina. Em um exemplo, uma simples dança pode sujeitar uma mulher a rótulos pejorativos e todo nível de violência. Ou a carga que traz uma frase repetida ao longo da história, "às vezes, é melhor não resistir." (não tenho certeza que a frase seja exatamente assim, mas minha lembrança me remete nesse sentido).
O título do livro é “dois nós”, e até há uma explicação no texto. Para mim há ali uma fieira de nós, que o leitor vai desatando no correr da história. Ou não.
Uma boa e densa história, cuja leitura flui bem.
PANTA, Carolina. Dois nós. Porto Alegre: Metamorfose, 2019.
02/03/2022.
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