Sobre o inferno – 2


Depois de correr colina abaixo, atrás do rolo que emulava um pergaminho antigo, aparentando cansaço, o fauno sentou no chão.

Não gritou. Falou baixo, quase sussurrou. Só quem estava próximo pôde ouvir. 

“É. Cada vez que uma coisa cai no chão e tenho que juntar, eu penso que o inferno deve ser um lugar onde as coisas caem no chão e temos que juntar.”

Botou as mãos na cabeça, fechou os olhos e suspirou profundamente.


09/03/2022. 

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Jussara Fösch e o paradoxo da rede social

16 de outubro de 2024

Eu, a Oficina Santa Sede e a 70ª Feira do Livro de Porto Alegre