Diário da Peste (LXVI) - Era Carnaval mas não tinha Carnaval, tinha Guerra



O último Carnaval devidamente celebrado no Brasil foi em fevereiro de 2020, já sob a sombra da peste, que se insinuava desde a China, e desde a Itália. 

Estou escrevendo em uma segunda-feira, que deveria ser Carnaval. 

Em tempos que hoje chamamos normais, antes do advento da peste, as celebrações teriam começado na semana anterior. Tipo quinta-feira. Haveria eventos, como “aquecendo tamborins”, “baile de grito de Carnaval”, “pré-Carnaval no salão”. 

Em lugar disso, quinta-feira passada tivemos as notícias do início da guerra aberta entre Rússia e Ucrânia. O que gera uma, mais uma, tristeza tremenda. 

E a guerra se torna inescapável, porque uma guerra na Europa ocupa as primeiras páginas nos jornais, e o topo nos saites de notícias. Sendo que nestes últimos há abundância de fotos e vídeos. 

Como disse a Tati Bernardi, uma guerra na Europa, praticamente ao vivo e em cores, se junta ao nosso cotidiano de um dos países mais violentos do mundo. 

Não me interessa nomear culpados pela guerra na Ucrânia. Não há santos nesse caso. Eu só espero que ela termine o mais rápido possível. E que no seu desenrolar não se usem armas nucleares (remotamente possível, mas teoricamente possível). 

E o Carnaval? Torço para que em 2023 tenhamos um Carnaval como ele era até 2020. E que os Cavaleiros do Apocalipse diminuam sua atividade. 


28/02/2022.

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