A vida segue
Esta semana, não sei exatamente em qual dia, minha colega de trabalho, Dalva, faleceu. Pouco tempo antes ela havia sido diagnosticada com um câncer cerebral.
Quando eu soube da notícia da enfermidade, e pelas manifestações em redes sociais, pensei que a sobrevida poderia ser relativamente longa. Um ano, dois. Não. Foram dois meses, se chegou a isso.
Só posso lamentar. Mesmo eu não sendo próximo, sei que ela era colega estimada, amiga, mãe, ...
Lembro de alguma velha crônica de Michel Laub comentando que, aos quarenta anos, carregamos uns tantos mortos nas nossas costas. Passando dos cinquenta então (meu caso), já estamos vendo a nossa própria cova ali adiante.
Contudo neste dia 11 de janeiro de 2022 fui surpreendido por duas notícias alvissareiras. Só eu mesmo para usar o adjetivo alvissareira nesses dias.
Pela manhã, a prima Lúcia, de Rio Grande, pelo aplicativo de mensagens, informava do nascimento recente de sua neta, Alice. Presumo que filha do Júnior, que vive no Canadá (quem se lembra da Luísa que estava no Canadá?), mas está por esses dias em Rio Grande. Nascida em dezembro passado.
À noite, também pelo aplicativo de mensagens, meu primo Eduardo me surpreendeu com uma série de fotos de um parto, e de um recém-nascido. Antes que eu pudesse superar meu pasmo, ele informou que eram fotos de seu primeiro neto, Isaac, filho de sua filha, Gabriela. Fiquei genuinamente feliz. Desejei felicidades.
Senti genuína alegria no coração.
Um verso muito repetido de Quintana, é “eles passarão, eu passarinho”.
Pensei comigo mesmo, eu passarei, mas outros ficarão.
Eles seguirão.
A vida seguirá.
11/01/2022.
Todos passaremos, uns antes outros depois. Mas a vida segue e que bom que ela segue. Viva longa e próspera aos recém chegados. Paz aos que partiram.
ResponderExcluirPaz.
ExcluirNão nos é permitido manter a vida conosco para sempre, mas nos é dada a dádiva de passá-la adiante. Uma lembrança de muito carinho à colega Dalva.
ResponderExcluir:)
ExcluirGrande crônica - vida, morte, poesia, eternidade. Adorei, Comendador
ResponderExcluirObrigado, mestre Rubem.
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