Diário da Peste (XXXIII) - Veranico de julho de 2021
O mês de julho vai terminando. O fim do início do segundo semestre deste segundo ano da peste.
E, se na primeira quinzena deste mês tivemos algo como uma antecipação de primavera, nesta segunda quinzena podemos dizer que tivemos um veranico de julho, em especial neste final de semana que recém passou.
Tanto no sábado como no domingo tivemos temperaturas máximas beirando os trinta graus, e à noite podíamos dormir com agradáveis quinze graus.
Cheguei a comentar com um amigo se ele não gostaria de ir para Tramandaí curtir um pouco de sol e mar. Ele disse que o fim de semana estava quente, mas não era para tanto.
Para completar este veranico, no domingo à noite a temperatura esquentou na rua em que moro.
Como já falei, o condomínio em que moro parece um trapézio que se alonga no sentido leste-oeste (ou vice-versa). Tem a face mais larga voltada para o norte, e a mais estreita voltada para o sul.
O que eu talvez não tenha dito é que a ruazinha que moro parece um vale entre duas paredes de prédios. De um lado o longo condomínio em que moro, e, em frente uma sucessão de prédios colados uns aos outros.
O incidente ocorreu em um desses condomínios em frente.
Um homem, talvez dos seus trinta anos, talvez alcoolizado, começou a lançar impropérios, aparentemente contra o síndico. Enfatizava muito que não devia um centavo de condomínio. Claro que os gritos, chamaram a atenção, e dois homens saíram para discutir. Enquanto outros moradores começaram a trocar xingamentos das janelas de seus apartamentos.
Passava das dez da noite.
Como acontece em eventos desse tipo muita gente sai ao pátio para observar a pendenga. Eu fiquei basicamente vendo o que acontecia pela janela.
Fora um momento de quase vias de fato, era difícil entender o que queriam o querelante e a mulher que o acompanhava.
Alguém chamou a polícia, e logo a valorosa Brigada Militar chegou em duas viaturas para acalmar os ânimos. Não pude ver se os policiais apenas admoestaram o homem, ou se ele foi levado para algum plantão policial.
Realmente uma noite de domingo quente para completar o veranico.
Nesta segunda em que escrevo, as águas do próprio julho fecham o veranico, diminuindo a temperatura.
E os serviços de meteorologia preveem a entrada de uma massa de ar polar que deve baixar as marcas nos termômetros para próximas de zero em Porto Alegre, a partir da terça-feira. Ou abaixo de zero na serra.
Como dizia um amigo carioca, “o gaúcho é um forte, principalmente aqueles que sobrevivem a este clima”.
Agasalhemo-nos!
26/07/2021.
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