Contardo Calligaris - 1948 a 2021


Final da tarde de hoje, terça-feira, 30 de março de 2021 (ou talvez eu devesse dizer 30 de trezembro de 2020), no final da tarde, ao querer olhar as últimas notícias, fui surpreendido pela manchete do falecimento do psicanalista Contardo Calligaris. Foi um choque e imediatamente se estabeleceu um espírito de luto em mim. 

Lá se vai uma espécie de ídolo intelectual. E eu entrei em luto, tal como ocorreu, por exemplo, quando faleceram Airton Senna, Paulo Francis e Renato Russo. 

Como quando faleceu Renato Russo, a escuridão baixou sobre mim. Como no caso de Francis, perdi um colunista, do qual eu esperava textos semanalmente. 

Aliás, a esse respeito, fazia algumas semanas eu estava dando pela falta justamente deles, esses textos. Me perguntando se o colunista estava de férias, ou se o contrato havia sido rompido sem ninguém avisar. 

O pouco que eu lia dele eram esses textos. Crônicas e artigos de opinião publicados às quintas-feiras no jornal Folha de São Paulo. Um homem com sólida formação humanística, cujos pais fizeram parte da resistência ao fascismo na primeira metade do século XX, e que teve uma vida de globetrotter até se estabelecer no Brasil. De sua Itália natal, para Inglaterra, França, Estados Unidos... Textos que em geral provocavam a reflexão do leitor. 

Além da formação de psicanalista, tinha a coluna no jornal há 22 anos. Escreveu diversos livros, e colaborou com uma série de televisão.

De quebra, pude ver o jornalista Reinaldo Azevedo ficar comovido, com a notícia da morte, e relembrando um longa entrevista dada por Calligaris a Azevedo na extinta revista Nova Leitura. Nas palavras comovidas de Azevedo, Contardo Calligaris era um homem que melhorava o mundo ao seu redor. 

Se foi aos 72 de câncer. Foi cedo. Podia ter ficado um pouco mais. 

Uma grande perda! 


30/03/2021. 

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