Diário – filmes – Godzilla Minus One


E eis-me levado de volta às minhas primeiras recordações de filmes na TV durante a infância. Eu devia ter uns seis anos de idade, quando vi o primeiro filme de Godzilla, na primeira televisão, em preto e branco, que entrou na nossa casa. Isso lá pela primeira metade da década de 1970. Obviamente não lembro praticamente nada dos filmes da décadas anteriores – 1950 ou 1960 – que as emissoras transmitiam. 

Pelo que entendi esse Godzilla Minus One (Japão, 2023) é também uma celebração dos setenta anos do primeiro filme com o dinossauro atômico. 

Com direção e roteiro de Takashi Yamazaki, e estrelado por Ryunosuke Kamiki (Shikishima) e Minami Hamabe (Noriko), além de ser um filme de monstro, também é um tremendo dramalhão, eu diria bem em um estilo japonês, em que os personagens sofrem, choram, mas, mesmo assim, tentam se conter ao máximo. A propósito, para quem espera muito do monstro, o filme se concentra mais nos dramas dos humanos que no bichão radioativo. 

No final da Segunda Guerra, Shikishima, um piloto kamikaze japonês manobra para escapar com vida de sua missão, mas a ilha em que ele pousa é atacada por um monstro que mata quase toda a guarnição militar japonesa que existia ali. Ao final da guerra ele volta para sua casa, só para saber que ela havia sido destruída, e seus pais mortos, pelos bombardeios dos Estados Unidos. Ele vai tentando reconstruir a vida, quando Tóquio é atacada por Godzilla. Shikishima vai se unir a outros veteranos da guerra para tentar destruir o monstro. 

Curiosidades sobre o filme são que ele coloca em contexto o início da Guerra Fria, coisa que eu não lembrava dos meus filmes de matinê; e tem uma fotografia que me lembrou de filmes antigos (pelo menos pelo que pude ver no vídeo sob demanda. Fiquei curioso sobre como teria sido no cinema. Pena que perdi a oportunidade). Posso dizer ainda que os efeitos especiais me pareceram mais fruto de miniaturas e fantasias que de computação gráfica; minha impressão.

Eu gostei do filme, achei bastante divertido. Teve certo sabor de infância, pensando no primeiro parágrafo deste texto. 

De quebra me vem a impressão cinematográfica que, em qualquer circunstância, japoneses parecem formais e marciais.


02, 08/07/2023. 

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