Diário – leituras – As Quatro Cartas


Terminei de ler o divertido livro de Sérgio Schaefer ali por agosto do ano passado (2022).

Nesta novela acompanhamos as desventuras de um professor que é preso, acusado de enviar uma carta injuriosa ao presidente da federação. Esta é a primeira das quatro cartas. 

Por conta disso, ele sofre com a violência policial e com a omissão judiciária. Isso enquanto precisa lidar também com o trabalho precarizado, e sem perspectivas de aposentadoria em qualquer futuro. 

O país onde ocorrem a violência policial, a tortura, o abuso de autoridade não é nomeado. Precisa?

O gênio do autor aparece no tom satírico, e portanto leve, com que essa história, que deveria ser trágica, é contada. É o humor com que rimos das tragédias que acontecem aos outros. 

Além disso, como comenta Marcelo Spalding na apresentação do livro, o autor cria verbos, que são muito naturais. “O sol solava cálido. As pombas pombavam em grupo lá perto do chafariz que não chafarizava.”

Ainda Spalding diz na apresentação, “verdade que o texto de Schaefer mereceria os mais nobres espaços dos jornais, as melhores estantes das livrarias. Não os terá.” O que é uma pena. É uma sátira muito boa. 


03, 06/01/2023.

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