Yom HáShoá


A notícia saiu no Correio do Povo em 8 de abril, passado, reproduzindo despacho da France Press. A manchete dizia "Israel recorda o Dia do Holocausto", e o primeiro parágrafo da notícia dizia que "A vida parou em Israel por dois minutos nesta quinta-feira (8), às 10h (5h de Brasília), e as sirenes tocaram para recordar o Dia do Holocausto em memória dos seis milhões de judeus exterminados pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial."

Há um Dia Internacional de Lembrança do Holocausto, 27 de janeiro, estabelecido pela ONU em 2005, tendo como base o dia em que o exército soviético liberou o complexo de campos de concentração e extermínio de Auschwitz-Birkenau. 

E há o feriado israelense, o Yom HáShoá, celebrado segundo o calendário hebraico, em 27 de nissan. Por conta do uso do calendário hebraico, esse feriado varia para o calendário cristão ocidental, podendo cair em abril ou em maio. É um fator de união nacional para a população judaica daquele país, cerca de 75% da população do Estado de Israel. 

E com o qual podemos nos solidarizar, nós que achamos que ninguém deve ser discriminado e mal tratado por conta religião, origem étnica ou orientação sexual. 

Infelizmente a humanidade não aprende, pois houve massacres antes da Segunda Guerra, como o de armênios perpetrado pelos otomanos; e depois, como na Bósnia ou em Ruanda. 

E ainda poderíamos falar da diáspora africana, originada de pessoas escravizadas. Para o Ocidente até o século XIX, e para o Oriente Médio até o XX. 

Infelizmente ainda, como muitas sociedades contemporâneas, a israelense também está polarizada, tanto que a notícia termina com o discurso do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu, alertando para o potencial risco que o programa nuclear iraniano representa para a existência do Estado de Israel. Como se sabe, esse discurso acompanha Netanyahu desde que ele começou seus mandatos nos anos 1990. É um discurso que energiza sua base política. Afinal, a polarizada sociedade israelense deve ir para a quinta eleição em dois anos, pois as quatro anteriores ainda não permitiram a formação de uma coalizão estável o suficiente para formar um governo. 

Por fim, paz à Israel. Que não haja novos holocaustos, que não haja novos genocídios no mundo. 


12/04/2021. 

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