O Banquete das Caturritas
O condomínio onde moro parece um trapézio estendido no sentido leste-oeste (ou oeste-leste, se o(a) leitor(a) preferir), com o lado mais largo voltado para o norte, e o mais estreito para o sul.
Como tenho dito, minhas caminhadas no intervalo do home office começaram com giros ao redor do condomínio.
Já falei de sol, e de tempo nublado. Houve dias quentes, dias frios, dias amenos, e mais dias quentes.
Já falei de automóveis abandonados, e de uma praça que está sendo transformada em um piscinão para contenção do afloramento do lençol freático e eventualidades pluviais.
Ao longo desse período que vai se encaminhando para um ano de confinamento, fui aumentando os trajetos, para lutar contra a monotonia.
Para minha felicidade há outras praças. Como já disse, praças onde grasna a caturrita.
Os dias de janeiro trouxeram o florescer das extremosas novamente. E como essa planta exótica trazida da Ásia abundou por Porto Alegre, as ruas por onde passo estão vestidas em tons de cor de rosa.
Rosa, e verde, e vermelho, e laranja, também são as cores da manga. E em um intervalo desses fui surpreendido pelas mangueiras plantadas no extremo noroeste do condomínio.
Eu nunca havia me dado conta que o condomínio tivesse mangueiras. Mas lá estavam. Duas mangueiras. Carregadas de frutos. Talvez já colocando em risco os pedestres que passassem sob elas. Mangas não são perigosas como jacas, mas algum risco há.
Passados alguns dias, caminho novamente sob as mangueiras. Vejo frutas ao chão. Inclusive algumas despedaçadas, com sementes expostas.
Olho para cima. Pelo que vejo, constato que as mangueiras continuam carregadas. Parece que os humanos não estão se importando muito.
Já as caturritas,... as caturritas se banqueteiam.
01/02/2021
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