A Balada Não Foi Divertida
Eu sou um cara tímido. Meio desengonçado e não muito alto. Um metro e sessenta e cinco. Com essa altura, o pessoal que estava fazendo a seleção do exército ano passado não fez questão que eu engajasse.
Esse sou eu.
Mas me senti um cara sortudo quando conheci a Emilie e, sei lá, nossos santos bateram.
Me senti um cara com sorte porque não sou muito namorador. Sempre me senti passado pra trás pelos amigos.
Enfim. Sabe como é.
A Emilie é trilindinha. Bonitinha, queridinha. E pequeninha. Acho que não chega a um e cinquenta. Até fico alto perto dela.
Adoro ela. A gente tava se curtindo, tá ligado?
Até que teve uma noite que fomos numa balada. Nós dois, e mais uma galera.
Eu bebi, ela bebeu, todo mundo bebeu.
Teve uma hora que as gurias da turma fizeram uma rodinha, e eu comecei a achar que a Emilie tava olhando pra outro cara. E que o cara tava olhando pra ela.
Fui lá e puxei ela da roda. Ela não gostou. Perguntou o que era aquilo, pra quê aquilo.
Aí eu falei o que eu tava achando. Ela disse que nada a ver, que eu tava viajando.
Ela se soltou de mim e voltou pra rodinha.
Eu fui lá e puxei ela de novo. Chamei pra gente ir embora.
Ela ficou contrariada, mas aceitou. Avisou a turma que a gente ia embora.
Os irmãos dela ficaram chateados. Ela tem dois irmãos e uma irmã que estavam com a turma na balada.
Quando a gente saiu, começamos a discutir de novo. Me enchi e meti um tapa na cabeça dela. Ela começou a chorar.
O pessoal tava vindo logo atrás.
O irmão dela veio correndo e me empurrou. Caí no chão.
Na real, a Emilie até me defendeu naquela hora.
Mas quem me assustou mesmo foi a irmã dela. Disse que se eu tocasse na Emilie de novo eu ia ficar sem dente.
11/02/2021.
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