Diário - leituras - Ecos e Sussuros


"Ecos e Sussuros" é, se não estou enganado, o segundo livro solo de contos de Maria Avelina Gastal. Eu havia lido dela o anterior, "Nós", livro que achei de imensa qualidade. 

A mesma qualidade aparece na nova obra, são 32 contos, em que, conforme a analogia de Cortázar com a luta de boxe, somos derrotados por nocaute na maioria. 

Contos são histórias breves. Eu costumo ler um, respirar, pensar, ler o próximo, em um processo, em que leio no máximo três contos a cada vez que pego um livro com essas histórias curtas. No caso do livro de Maria Avelina isso acabou sendo impossível, tantas foram as vezes em que parei na primeira leitura. Isso levou a uma demora a mais para a conclusão do livro. 

São cenas da vida de classe média, ou menos. Classe média ou menos. 

Como as mulheres recordando suas vidas na cafeteria em Três Marias, ou a ambiguidade dos relacionamentos familiares em Performance, ou em O Filho. 

As ausências se tornam presença em Naquela Segunda-Feira (que faz par com Sétimo Dia), em É Assim que me Lembro, em Grávida, em Zodíaco, em Rumo ao Passado, em Vestígios, na minha cabeça muito especialmente em Vestígios. 

O conto Transgeracional soa um tanto caricato, mas, me parece, em linha com o que está a ser enfatizado na família mostrada nessa história. 

E esses são apenas, talvez, um dezena dos mais de trinta. 

Muitos dos novos contos ecoam (tcharã!) o livro anterior. Outros nem tanto. A autora vai expandindo o universo de suas histórias.

Gostei bastante. É daqueles livros que a gente fica com gosto de quero mais quando chega no fim. 


14/12/2020.

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