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Mostrando postagens de julho, 2024

Diário – leituras – A casa das belas adormecidas

A casa das belas adormecidas é uma novela de Yasunari Kawabata, autor japonês. Conta a história de Eguchi, um sexagenário que começa a frequentar uma singular casa de prostituição em que homens idosos pagam para dormir ao lado de mulheres jovens, às vezes adolescentes, nuas e sedadas. Eguchi frequenta o lugar e reflete sobre sua vida. As mulheres com quem se envolveu, a esposa, as filhas, em especial a filha caçula. Isso em um país que eu presumo que seja o Japão após a Segunda Guerra Mundial – o autor não dá muitas pistas, mas a história cita telefones e cobertores elétricos.  Resolvi ler esse livro porque ele teria inspirado Gabriel Garcia Márquez a escrever seu Memória de minhas putas tristes . O livro de Kawabata é citado em epígrafe no de Garcia Márquez. Segue a epígrafe: “Não devia fazer nada de mau gosto, advertiu a mulher da pousada ao ancião Eguchi. Não devia colocar o dedo na boca da mulher adormecida nem tentar nada parecido.” A casa das belas adormecidas é um livro razoável

Diário – filmes – Sob as águas do Sena

Esta semana assisti o filme Sob as águas do Sena (“Sous la Seine”, França, 2024), suspense dirigido por Xavier Gens, roteirizado por Xavier Gens e Yannick Dahan, e estrelado por Bérénice Bejo. Ela encarna Sophia, uma cientista que tem sua equipe de pesquisa dizimada por um tubarão no Pacífico, e, anos depois, precisa evitar que um tubarão que surgiu no Rio Sena, em Paris, cause um massacre sobre os nadadores de uma prova de triatlo.  Achei o filme bem ruim. De fato Sob as águas do Sena me levou para minha adolescência, quando vi Tubarão 2 nos cinemas e achei o filme tão inverossímil que, brincando com palavras, o filme suspendeu a minha suspensão da descrença que necessitamos para poder desfrutar de algumas histórias que nos contam, inclusive no cinema. No filme dos anos 1970, me aconteceu quando o tubarão atacou um helicóptero. No caso do filme francês, o tubarão no rio Sena ataca um barco.  O roteiro ainda tenta dar umas pinceladas ecológicas na produção denunciando uma ilha de plást

Apocalipse do século XXI

Costumo ler os colunistas do jornal Folha de São Paulo. Uma de que sou fã é Fernanda Torres. De fato só lamento que ela escreva quinzenalmente, às quintas-feiras. Eu gostaria que seus textos fossem semanais.  Semana passada ela escreveu, com pompa e circunstância, um texto falando do apocalipse que estamos vivendo . Estamos vivendo? Sim, estamos vivendo.  Vivemos um tempo de incremento da fé religiosa em detrimento do livre pensar; um tempo de radicalismos e falta de diálogo; um tempo de precarização da vida em geral e do mundo do trabalho em especial, e isso, precarização do mundo do trabalho, especialmente no chamado Ocidente e seus satélites, como, por exemplo, o Brasil. De quebra são tempos de nova Guerra Fria (ou nem tão fria assim, em que esse mesmo Ocidente trava uma guerra por procuração contra a Rússia através da Ucrânia). E mais de quebra temos a crise climática, cujo efeito mais palpável para nós, gaúchos, foram as enchentes de maio passado.  Da quinta-feira para o domingo,