A morte de Suria e as mortes de Maria Lúcia Rodrigues


Na madrugada do domingo, 22 de dezembro de 2024, morreu a Suria. Suria era uma gatinha pequeninha, miudinha e muito bonitinha. Não sei exatamente há quantos anos ela vivia, não temos um documento atestando datas a respeito dela, mas certamente deveria ter mais quinze anos. Suria pertencia à minha irmã, Maria Lúcia. Quando minha irmã faleceu, nos idos de 22 de janeiro de 2018, Suria ficou como uma espécie de herança. Desde a metade de 2018, mais ou menos, quem cuidava dela era a Linda. 

Dia 19 de dezembro passado Suria foi levada a uma clínica veterinária. Não estava se alimentando direito, não excretava e tinha dificuldades para andar. Terminou internada por dois dias na tal clínica. Recebeu a alta no sábado. Recebeu cuidados intensos da Linda. 

Foi Linda que me narrou que na madrugada de sábado para domingo Suria parecia fraca. Também parecia inquieta. Teve momentos de tentar fugir e momentos de tentar se esconder. Foi pega no colo. E no colo deu seu último suspiro. Talvez tenha acontecido perto das quatro da madrugada, talvez um pouco mais tarde. 

Linda velou o bichinho até o amanhecer. 

Suria se foi cinco anos e onze meses após a partida de sua antiga dona. Lá se foi mais um ser que compartilhou o tempo com a minha irmã. 

E assim iremos todos, no “rumo do esquecimento”, como parece cantar tantas vezes Jorge Drexler.

“Tudo que morre é sagrado

E remove as montanhas 

Com todo o cuidado”

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26/12/2024, 02/01/2025. 

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