Diário – leituras – Sol na parede


Na primeira quinzena de outubro terminei de ler o livro Sol na parede (o autor deu o título de “sol na parede”. Creio que são opções artísticas. Enfim) , coletânea de contos de Jorge Bledow. Bledow, além de escritor, é engenheiro e militar reformado. 

Em geral os contos são ambientados em comunidades rurais, provável influência da infância e da adolescência do autor, nascido e criado na cidade de Três Passos, no norte do Rio Grande do Sul, não muito longe das fronteiras com a Argentina e com o estado vizinho de Santa Catarina. 

Dentre esses contos há a questão de conhecer as plantas ao redor, como no conto salsaparrilha, que abre o livro. A questão das distâncias, e das aventuras, ou desventuras, que estas distâncias criam, aparece nos contos porquinho melado, em que um menino precisa levar um leitão ao vizinho; e sol na parede, o que dá nome ao livro, em que um rapaz precisa acompanhar o avô a uma festa de casamento. Há também no livro histórias fantásticas como é o caso dos contos maria no espelho, e presságio. E há a questão da violência doméstica, por exemplo, no conto um tapa mal dado. 

Jorge Bledow se mostra um bom contador de histórias. Como costumam dizer, já com uma voz própria. Eu já havia percebido seu potencial ao ler o livro Prende o velhinho e outras trapaças, coletânea de crônicas publicado anteriormente. Naquele livro fiquei bem impressionado com a crônica Viagem Fantástica em 1975, que achei que se prestaria a ser explorada como um conto. Este livro de crônicas reforça o meu palpite. 


BLEDOW, Jorge. Sol na parede. Porto Alegre: Santa Sede, 2024. 


27, 30/10/2024.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Jussara Fösch partiu em 16 de abril de 2024

Poemas de Abbas Kiarostami na Piauí de Junho/2018

16 de outubro de 2024