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Mostrando postagens de setembro, 2024

Lançamento do livro Sol na parede de Jorge Bledow

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Na quarta-feira, 4 de setembro de 2024, à noite, houve o lançamento do livro Sol na parede, de Jorge Bledow, no Ser Gastropub, que é um bar, ou um pub, na Rua Tomaz Flores, 331, ali no Bomfim, nesta nossa Porto Alegre. Lançamento e sessão de autógrafos.  Bledow e família receberam leitores. Lá estiveram colegas de oficinas literárias e ex-colegas de trabalho, em número razoável. Entre os que compareceram, a notável presença de um sósia do ator Morgan Freeman; um doppelgänger? Eu não contei, mas estimo que havia umas quarenta pessoas no reservado do Ser. O número é tanto melhor porque era uma noite para relembrar o poeta inglês Edward Bulwer-Lytton, com sua frase clichê “it was a dark and stormy night”, que eu poderia traduzir para “era uma noite escura e chuvosa”. Noite escura e chuvosa, mas não muito fria, apesar de ainda ser inverno. Repetindo outro clichê, choveu a cântaros naquela quarta-feira.  O livro contém dezessete contos, prefácio do cronista Tiago Maria e orelha do jornalist

Aqui no Sul

Eu nunca saí daqui. No máximo um trem para o Cassino. Nem pra Pelotas eu fui.  É a minha vida aqui. Morar na Cidade Nova. Trabalhar quando dá. Pedreiro. Servente. Um bico aqui, outro lá.  Fim de semana um futebolzinho na várzea. Eu até que não sou ruim de bola. Centre-forward pela direita. Sempre que dava eu chutava. Às vezes dava gol. Às vezes eu deixava o cara na cara do gol, era só fazer. Era bom. Era divertido. Depois descansar, tomando uma cachaça no bar do português. Quando tinha uns trocados a mais, o que era difícil, a gente tomava cerveja. O português colocou um rádio no bar. Aí a gente ouve música e notícia. Atire a primeira pedra do Orlando Silva. Eu gosto dessa. E as notícias da guerra. Nunca soube de ataque por aqui, mas toda noite tem black-out. Será que algum dia eu vou poder comprar um rádio? Tudo aqui na Cidade Nova, à beira da Lagoa. A gente diz que é lagoa, mas sempre o mar entra e a água fica salgada. É por aqui que o pessoal pesca camarão.  Vivo numa casa com a min

Passeio de despedida

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O sábado, 17 de agosto de 2024, era um dia de inverno. Estava frio e nublado. Foi em um período em que se faziam queimadas na Amazônia e a fumaça dessas queimadas chegava até aqui. A fumaça das queimadas da Amazônia chegava a lugares tão longínquos quanto o Rio Grande do Sul.  Nesta tarde de um sábado frio, ele me levou a passear.  Primeiro à Redenção. Nosso parque tão central e tão característico em Porto Alegre. Lugar onde tive o registro dos meus primeiros passos, literalmente, lá nos anos 1960.  A Redenção ou Parque Farroupilha é um lugar central na vida dos porto-alegrenses. Aos finais de semana sempre há muita gente por ali. Caminhando, levando os cachorros a esticar as patas, andando nos pedalinhos do pequeno lago. Eventualmente acontece algo mais. Naquele sábado, por exemplo, havia um grupo se exercitando e, ao mesmo tempo, se exibindo. Coisas que acontecem na Redenção.  Depois da minha caminhada pelo parque, voltei a ele.  Deveríamos voltar para casa, na Vila Ipiranga. Mas fom

Os Bondes da Cidade de Rio Grande, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil – por Allen Morrison

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A cidade de Rio Grande fica em uma estreita península próxima ao final sul da Lagoa dos Patos, a maior lagoa da América do Sul [ veja o mapa do estado ]. A península tem cerca de 2 km de largura e 7 km de comprimento[ veja o mapa da área ]. Rio Grande fica a 18km do Oceano Atlântico, a 60 km de Pelotas, a 320 km de Porto Alegre, que está no limite norte da lagoa, e cerca de 5.000 km distante dos sistemas de bondes mais ao norte do Brasil, que operavam em Manaus e Belém. É a cidade grande mais ao sul do Brasil e um dos seus mais movimentados portos. Em 1910 a população de 40.000 pessoas tornava-a a segunda cidade mais populosa do estado do Rio Grande do Sul. Seus atuais 200.000 habitantes a colocam como a décima naquele estado em grande crescimento.  Como sua vizinha Pelotas e como Porto Alegre, Rio Grande teve linhas de bonde antes de ter linhas ferroviárias de longa distância. Um industrial local chamado Antônio Candido Sequeira queria desenvolver uma infraestrutura de transportes na

Uma oportunidade que se perdeu em 2019: Allen Morrison e os bondes do Brasil

Allen Morrison foi um professor universitário e pesquisador estadunidense. Pesquisou sobre sistemas de transporte urbanos sobre trilhos. Entre os livros que publicou está um sobre os bondes no Brasil, isto é, em várias cidades brasileiras. Com as possibilidades abertas pela internet, ele acabou transformando este livro, originalmente chamado “The Tramways of Brazil”, em um saite . Na primeira década deste século descobri esta página dele, e, por diversão, e por curiosidade a respeito, resolvi traduzir seu texto que falava dos bondes em Porto Alegre . Concluí minha versão e enviei para ele por e-meio. Aparentemente ele gostou, me enviou uma resposta e acabou adicionando minha tradução ao seu saite . Isso foi lá por 2007 ou 2008. E por aí havia ficado minha colaboração. Na época pensei em continuar traduzindo a série de textos sobre os bondes do Brasil, mas não toquei a coisa adiante.  Passada mais de uma década, resolvi voltar aos textos de Morrison, e fiz uma tradução do texto sobre os