"Amanhã tenho que passar na editora". São mais ou menos essas as palavras de Paulo, personagem de Carlos Heitor Cony, no livro "Pessach, A Travessia". Um escritor tendo um escritor como personagem é quase metalinguagem. Mas frase veio recorrentemente à minha mente neste final de 2018. Um motivo era que a Editora Metamorfose me pediu para retirar os volumes a que teria direito, por conta da antologia "Palavras de Quinta", publicada num sistema de compartilhamento de custos. Quase simultaneamente, tinham acabado os volumes que eu tinha comigo, de outra antologia em que participei, a "Santa Sede 7, Crônicas de Botequim" (2016) , e entrei em contato com a Editora Buqui, para adquirir mais, já que os autores participantes da antologia podem comprá-los com um bom desconto. E, de repente, no meio dessas necessidades, acabei realmente por me sentir um escritor. Alguém que já teve textos publicados em livro. Foram três antologias até agora. A...
Desde o ano passado que não houve artigo da revista Piauí que me tenha chamado a atenção. Contudo na edição 141, de junho de 2018 , fui surpreendido por uma seleção de poemas de Abbas Kiarostami. Nas minhas ideias, eu pensava que Abbas Kiarostami era somente um cineasta iraniano. E confesso que não assisti a nenhum de seus filmes. Agora a revista Piauí publicou um conjunto de poemas de Kiarostami, que achei muito bons. Os poemas de Kiarostami são influenciados na forma pelo "Haikai", ou "Haiku". Estritamente parece que Kiarostami não segue a forma estrita do haikai - três versos, dezessete sílabas, uma estrofe com cinco, uma com sete, outra com cinco -, mas se inspira na concisão, e na apresentação de poemas sem títulos. A tradução, ou recriação, para o português é de Pedro Fonseca, e a promessa é que saia um livro em agosto próximo, como o nome provisório de "Nuvens de Algodão". Abaixo alguns dos que mais chamaram a atenção: -----------...
Esta semana a rede social do livro dos rostos me lembrou do aniversário de Jussara Fösch. De fato, seriam 59 anos no dia em que escrevo (30 de março). Recebi o lembrete, e escrevi no perfil dela nessa rede – congelado como um memorial –, expressando minha saudade por uma pessoa que partiu muito mais cedo do que nós esperávamos, ou, pelo menos, que eu esperava. Afinal era relativamente jovem – mais jovem que a idade média projetada para as mulheres brasileiras –; tinha acesso à medicina preventiva, apesar das condições que vêm com o tempo, a exemplo da hipertensão; não era sedentária. São as coisas que não se explicam. Uma mui sumária cronologia, que nesse caso relaciono a mim, diria que os últimos dias de Jussara em 2024 foram seu aniversário, em 30 de março, quando completou 58 anos; a presença com que ela me felicitou no lançamento do meu livro Confinado, um diário da peste, no dia 5 de abril; a notícia que ela teve um mal súbito e foi internada em uma UT...
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