Quando?



Flerto com a morte
Desde a crise adolescente
Da descoberta
De Álvares de Azevedo e Fagundes Varela
Parecia necessária então
Ismels laique a tim ispirit
Solidão e tristeza
desesperança e perplexidade
Saída idealizada

Namoro a indesejada das gentes
Não que a queira breve
Mas me pergunto 
Me pergunto todo dia quando virá me levar
A passear?
A viajar?
Virá me aliviar?
Será acidente?
Assalto, assassinato?

Será infarto?
AVC?
Câncer? Como foi com meu pai, minha mãe,  minha irmã?
Quantos serão os meus dias?
Quantos anos tenho? vinte? vinte cinco?
Sorrirei?
Terei medo?
Estarei ciente ou anestesiado?
Convulsionarei ao partir (como já vi)?
Não sei...

Olha a Moça Caetana!
São Paulo a queria driblar
Mas ela chegou antes
A Revelação declara seu fim
A esperança vence o medo
A morte é tristeza para quem vai, para quem fica
Mas é fim do sofrimento que aqui há
Final das contradições

Suspiro pela dama da foice
Será mesmo uma dama com foice?
Vestida em negro
Ou seria em carmin?
Pano de saco?
Ou cetim?
Não sei, não sei, não sei.
Talvez quando eu menos espere,
Ela chegará para mim

09/04/2018.

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