Cabeçada de Cachorro
Era uma noite escura, fria e chuvosa. Um sábado.
Bem talvez não tão escura por conta das luzes da cidade; e talvez não tão fria apesar de ainda ser inverno.
Nessa noite chuvosa, eu preparava meu sofá para dormir (minha cama estava ocupada com roupas do armário que eu tentava organizar, mas cuja arrumação não consegui concluir) quando meu cãozinho lhasa apso sem pedigree pulou no sofá. E atingiu meu nariz em cheio com uma cabeçada! Não me deu um nocaute, mas se eu estivesse num ringue, certamente o juiz me colocaria fora do combate.
Comecei a chorar de dor.
Meu marido que observou a cena, sem entender direito ficou sem saber o que fazer. Não havia entendido o incidente.
Eu chorava prostrada, e um filete de sangue começou a correr de meu nariz. Que dor horrível! Logo pensei que meu nariz estivesse quebrado.
O cachorro veio me lamber e o afastei bruscamente.
Diante da gravidade da aparente situação, meu marido quis que fôssemos ao pronto-socorro. Moramos próximo de um.
Primeiro eu hesitei. Não sei se era o caso para tanto, e passava da meia-noite. Além disso chovia.
Mas ele insistiu. Um trauma desses era um caso de pronto atendimento. Talvez o pronto-socorro tivesse menos movimento por conta da chuva.
Fomos.
De fato, o pronto-socorro tinha pessoas aguardando, mas a maioria aguardava os familiares ou amigos. Quando cheguei fui prontamente atendida. Cadastramento rápido e triagem também rápida.
Em seguida me passaram para o cuidado médico. Relatei o quase nocaute. Foi providenciado um raio X do meu rosto.
Apesar da dor, o médico que me atendeu não constatou osso quebrado. Me receitou anti-inflamatórios e me mandou para casa. Se o quadro mudasse e a dor se intensificasse eu deveria voltar, mas não foi o caso. Em menos de duas horas eu estava liberada. E isso em um hospital cem por cento SUS. Aquele mesmo SUS do qual normalmente ouço falar mal.
Voltamos para casa. A chuva ficara mais forte.
Quando cheguei em casa, meu cachorro abanou o rabo ao me ver.
15/08/2017.
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