“James Caan, ator de 'O Poderoso Chefão' e 'Louca Obsessão', morre aos 82”
“James Caan, ator de 'O Poderoso Chefão' e 'Louca Obsessão', morre aos 82”
Folha de São Paulo, 7 de julho de 2022.
Nos anos 1940, Santino é brutalmente assassinado, com uma saraivada de tiros, em uma emboscada, quando para em um pedágio, em um país continental do hemisfério norte. Seu assassinato é fruto de disputas entre gangues do crime organizado.
Na primeira década dos anos 2000, Little Brou é assassinado a tiros de fuzil, em um atentado que sofreu após sair da academia, em um país continental do hemisfério sul. Seu assassinato é fruto de disputas entre gangues do crime organizado.
“A violência é tão fascinante, e nossas vidas são tão normais….”, como cantava certo bardo nos anos 1980.
A vida imita a arte, ou a arte imita a vida?
No caso aqui, felizmente, o atentado do primeiro parágrafo é uma cena de uma obra ficcional. O outro, infelizmente, aconteceu.
Na cena impressionante do filme “O Poderoso Chefão”, Santino “Sonny”, filho do chefão Vito é assassinado com uma rajada de balas.
O ator James Caan deu vida, e encenou a morte, de Sonny. É uma cena da qual sempre deverei me lembrar.
Também me lembro de sua atuação, junto com Bette Midler, em “Para Eles, com Muito Amor” (For the Boys, 1991), filme sobre artistas que viajam a lugares onde soldados dos Estados Unidos estão em guerra, para animar as tropas. No filme, os personagens passam pela Segunda Guerra Mundial, pela Guerra da Coreia e pela Guerra do Vietnã. Como me surpreendi quando vi nos créditos, o ator de “O Poderoso Chefão”, uns vinte anos mais velho.
James Caan faleceu quarta-feira, 7 de julho de 2022, aos 82 anos. A causa da morte não foi noticiada, o que nos faz presumir de um infarto ou AVC fulminante. Até recentemente Caan participava de atividades ligadas à sua profissão, inclusive a celebração dos 50 anos de “O Poderoso Chefão”.
Que você descanse em paz, James Caan! Você vai ficar nas nossas lembranças!
11,12/07/2022.
P.S. Crônica feita para a oficina literária Santa Sede, emulando as crônicas que Moacyr Scliar escrevia a partir de manchetes de jornais. Uma seleção de crônicas e cronistas será publicada em livro no último trimestre do ano.
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