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Mostrando postagens de janeiro, 2025

Já estou na vibe de Otto Lara Resende

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Porto Alegre, 26 de janeiro de 2025. Caro Rubem, Já estou na vibe (“vaibe”?) de Otto Lara Resende.  Muito curioso. Quando me candidatei a participar da oficina em homenagem a ele, o Otto, saí a pesquisar sobre a obra dele, basicamente o verbete sobre ele na Wikipédia e os livros disponíveis em livrarias e sebos online. Achei algumas obras de interesse. Constatei que além de jornalista e cronista, ele também era ficcionista, para além das crônicas conto. E sim, um missivista profícuo. Tanto que os Correios lançaram um selo em homenagem a ele pouco tempo após seu passamento.  Curiosamente quando fui verificar minha biblioteca em busca de outras obras, constatei que já tinha dois livros do Otto. E eu tinha me esquecido que tinha comprado esses livros! É distração, falta de atenção ou velhice? Está bom ler esse tantinho de coisas a respeito de Otto Lara. Uma pessoa inteligente, que viveu no tempo que convencionamos chamar de áureo da crônica. Contudo, isso é mais um dado curioso, ...

Várias vezes Fernanda Torres

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Em 5 de janeiro deste ano, Fernanda Torres venceu o Globo de Ouro 2025 na categoria de atriz de filme de drama.  No dia 6 de janeiro só se falava do Globo de Ouro para Fernanda Torres na minha linha de tempo da antiga rede social do passarinho azul.  No dia 7 de janeiro só se falava do Globo de Ouro para Fernanda Torres na minha linha de tempo da antiga rede social do passarinho azul.  No dia 8 de janeiro só se falava do Globo de Ouro para Fernanda Torres na minha linha de tempo da antiga rede social do passarinho azul.  Talvez eu não devesse frequentar tanto a antiga rede social do passarinho azul, que virou uma letra, muitas vezes associada à matemática, haja visto quem se tornou dono dessa rede, e no que esse novo dono a tornou, mas paciência. Por dias só se falava noutra coisa, parodiando o Guri de Uruguaiana. Só se falava em Fernanda Torres.  Em 1986 Fernanda Torres me nocateou. Venceu a Palma de Ouro para atriz principal pelo filme Eu sei que vou te amar, ...

Diário – leituras – Minicontos periciais

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Minicontos periciais é mais uma obra desta mestra das histórias em poucas palavras. Além de minicontos, ela também é criadora e divulgadora de poetrix, poemas com três estrofes e no máximo trinta sílabas, espécie de variação do haikai.  Neste livro, Minicontos periciais, temos, como o nome diz, uma série de minicontos, alguns mesmo que podemos chamar de microcontos com apenas uma linha. Pausa. Retomando: temos uma série de minicontos com pegada policial. Esse “periciais” no título não é à toa. A autora também trabalha na perícia criminal. Embora, obviamente, devamos encarar essas histórias como ficção.  Neste livro são cerca de oitenta mini e microcontos. Ao final de cada leitura, na maior parte das vezes, ficamos entre a risada contida e o mal estar.  E são histórias que se lê muito rapidamente, afinal são minicontos. A leitura do livro termina, talvez, excessivamente rápido.  Abaixo a cópia de um microconto: Aborto Parece mesmo comigo. Desculpe.  MELLO, Ana. M...

Eu e minhas leituras nesse janeiro de 2025

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De uns tempos para cá desenvolvi o hábito de ler mais de um livro ao mesmo tempo. Por um lado me permite uma variedade de assuntos simultâneos. Por outro faz com que seja mais difícil terminar de ler cada um deles.  Mas não tem problema. As raras leitoras, raros leitores que acompanham este blogue sabem que vez por outra é publicado aqui um registro de leitura mais ou menos recém concluída.  Nesse momento as leituras incluem Para além da Sbórnia, memórias de Hique Gomes; Dora, Dorinha, uma antologia de crônicas de Dora Almeida, colega cronista recentemente falecida; Raízes do Brasil, o clássico de História e Sociologia de Sérgio Buarque de Holanda; Coisas humanas, romance de Karine Tuil; Terapia Cognitivo-Comportamental para Leigos, um livro de princípios dessa terapia psicológica de Rhena Branch e Rob Wilson; Bom dia para nascer, antologia de crônicas de Otto Lara Resende; e Passageiro do Fim do Dia, novela de Rubens Figueiredo. Ufa! Além dos livros listados acima, ainda esto...

Diário – leituras – O Mínimo que Você Precisa Saber Sobre Dinheiro e Bitcoin

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Este é o segundo livro que li a respeito de bitcoin e criptoativos. Diria que é melhor que o primeiro , mas não tão melhor assim. No caso deste O Mínimo que Você Precisa Saber Sobre Dinheiro e Bitcoin, o autor, Daniel Scocco, é mais didático. Comparando as leituras, Scocco também aparenta ter mais cultura geral do que Christian Aranha, o autor de Bitcoin, Blockchain e muito dinheiro: uma nova chance para o mundo . Scocco conta uma melhor história do dinheiro. Ele também explica melhor o conceito de blockchain, que é o conceito de informática que está por trás dos criptoativos. Explica ainda porque lastro, isto é, fixar o valor de um criptoativo a alguma mercadoria considerada preciosa – por exemplo, ouro – não importa, uma vez que nenhuma moeda fiduciária emitida por qualquer governo nos dias de hoje, seja o dólar, o euro, ou o real, tem qualquer lastro. Lastrear moedas em ouro ou prata foi uma prática que foi abolida no início dos anos 1970.  Scocco também fornece longas explicaçõ...

Diário – leituras – Crônicas de viagem, 2

Este livro é o segundo volume de uma seleção de crônicas de viagens escritas por Cecília Meireles para a imprensa, em meados do século XX. Segundo as datas informadas ao final de cada crônica, os textos foram escritos entre 1952 e 1954. É um período que coincide com a chamada era de ouro da crônica no Brasil, em que cronistas de destaque publicavam nos jornais da então Capital Federal, isto é, a cidade do Rio de Janeiro.  São dezenas de crônicas, relatando viagens principalmente para Espanha, Holanda, Itália e Índia.  Neste volume está a famosa crônica em que ela faz distinção entre o viajante e o turista. Se chama justamente Quando o viajante se transforma em turista. Está na página 23 desta publicação. Talvez essa comparação mereça uma discussão mais detida, se é que essa discussão já não houve, se já não está por aí em publicações acadêmicas especializadas.  São dezenas de crônicas em quase trezentas páginas. Algumas, inclusive, demasiado longas na minha opinião. Se no...

Ainda o Salgado Filho e a inundação

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Eu moro na Vila Ipiranga, na zona norte de Porto Alegre. Daqui é muito fácil avistar os aviões decolando e se preparando para pousar no Aeroporto Salgado Filho. Também é relativamente curto o trajeto daqui até o aeródromo, pouco mais de seis quilômetros. Quinze minutos de carro. Ou uma hora e meia a pé, para quem estiver disposto. Se fosse possível atalhar pelo pátio do Salgado Filho a pé, essa distância cairia para uns quatro quilômetros até o terminal, uma horinha de caminhada.  Desde que passei a morar na Vila Ipiranga eu me acostumei com o ruído dos aviões, e também a avistá-los quando caminho pelo bairro. Eram parte da paisagem, por assim dizer.  Ao longo da vida tenho tido fases com o Salgado Filho. Basicamente duas. Ou três. Explico. Duas: primeiro a fase que eu via o aeroporto, o visitava, e não viajava de avião. Houve a época do terminal antigo, que tornava o aeródromo um campo de pouso, quando passageiros que embarcavam ou chegavam tinham que caminhar pela pista. Dep...

Diário – leituras – A psicologia financeira

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Na primeira quinzena de dezembro passado terminei de ler o livro A psicologia financeira, de Morgan Housel. Como se poderia pensar a partir do título, é um livro que analisa a forma como pensamos no dinheiro. Dentro disso, comenta como e porquê ficamos pobres ou ricos, ou como deixamos de ser ricos ou pobres.  Essas análises de Morgan Housel não chegam a ser autoajuda, embora possam proporcionar boas linhas mestras para que uma pessoa chegue a ter um alívio nas suas finanças.  Fluido, o livro conta uma série de histórias, começando pelo faxineiro que morreu e deixou uma surpreendente herança milionária; e pelo novo rico que quebrou após muito esbanjar. Os capítulos passam por endividamento; por quanto dinheiro economizar; faz comparação entre ser racional e razoável. Por fim, conta um pouco de história familiar, do próprio autor e de seus pais. E acaba fazendo uma retrospectiva da história econômica e social dos Estados Unidos nos últimos cem anos.  Me parece um livro que...

Diário – leituras – O jardim das fadas selvagens

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Recentemente (07/12/2024) li o livro de quadrinhos O jardim das fadas selvagens, de Mireli Oliveira. Se trata de uma artista e ilustradora que está lançando seu primeiro livro solo.  Financiado a partir de vaquinha online, O jardim das fadas selvagens contém breves relatos entre a fantasia e o horror. Um deles, inclusive, se presta a sátira política. Podemos tomar o livro como um cartão de visitas da artista.  Mireli Oliveira já esteve aqui no blogue. Há dois anos comentei o lançamento de uma publicação conjunta com outros artistas que cursaram um workshop no MARGS . Do livro lançado então eu comentei “Sem ISBN ou editora identificada, Sem julgamentos também é um pouco algo entre o marginal (como os antigos zines mimeografados), o artesanal e o transgressor.” Este agora já possui o ISBN.  Desejo sucesso a Mireli Oliveira. Que ela possa cada vez mais se aprimorar na sua arte e contar boas histórias.  OLIVEIRA, Mireli. O jardim das fadas selvagens. Porto Alegre: Ediçã...

Lançamento dos livros O vocábulo dos sinos e Escrita criativa – Antologia oito

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No dia 15 de dezembro de 2024, à tarde, eu estive no lançamento dos livros O vocábulo dos sinos e Escrita criativa – Antologia oito. Se tratam de duas coletâneas. O primeiro, O vocábulo dos sinos, contém textos selecionados agrupados em contos, crônicas e poesias. O segundo é uma amostra de obras dos alunos de Escrita Criativa da Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre, tanto em nível de graduação, como de pós. Estive lá a convite de minha colega de oficina de escrita Andrea Aquino. O lançamento aconteceu no Bar Arruda, na José do Patrocínio, entre a Perimetral e a Sarmento, na Cidade Baixa, aqui em Porto Alegre.  Eu esperava algo como uma sessão de autógrafos relativamente tradicional com autores identificados, autografando. Não foi o que aconteceu. O pequeno estabelecimento não dava conta da quantidade de pessoas que havia por ali. Não à toa. São mais de noventa autoras e autores – nem todos compareceram. Se todos comparecessem e tivessem levado um convidado teríamos uma...

A morte de Suria e as mortes de Maria Lúcia Rodrigues

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Na madrugada do domingo, 22 de dezembro de 2024, morreu a Suria. Suria era uma gatinha pequeninha, miudinha e muito bonitinha. Não sei exatamente há quantos anos ela vivia, não temos um documento atestando datas a respeito dela, mas certamente deveria ter mais quinze anos. Suria pertencia à minha irmã, Maria Lúcia. Quando minha irmã faleceu, nos idos de 22 de janeiro de 2018, Suria ficou como uma espécie de herança. Desde a metade de 2018, mais ou menos, quem cuidava dela era a Linda.  Dia 19 de dezembro passado Suria foi levada a uma clínica veterinária. Não estava se alimentando direito, não excretava e tinha dificuldades para andar. Terminou internada por dois dias na tal clínica. Recebeu a alta no sábado. Recebeu cuidados intensos da Linda.  Foi Linda que me narrou que na madrugada de sábado para domingo Suria parecia fraca. Também parecia inquieta. Teve momentos de tentar fugir e momentos de tentar se esconder. Foi pega no colo. E no colo deu seu último suspiro. Talvez te...