Diário – cinema – Ferrari



No domingo, 25 de fevereiro de 2024, estive em um cinema para assistir ao filme Ferrari. 

É até engraçado que um nome tão forte, em relação ao automobilismo – podemos pensar na equipe de Fórmula 1, ou nos automóveis de luxo da marca – aborde um pequeno período de uma parte do ano de 1957 na vida no criador da marca, o “commendatore” Enzo Ferrari. Junto com ele, sua esposa Laura, sua amante Lina, e seu filho, fruto do relacionamento com Lina, Piero. 

Nesse momento, 1957, a marca de automóveis esportivos de luxo passava por dificuldades financeiras. Para tentar superar os problemas Enzo Ferrari pensa em vender parte da empresa para uma montadora de automóveis maior, e também em vencer a “Mille Miglia”, tradicional competição automobilística pelas ruas e estradas da Itália. 

Os papéis de Enzo e Lina são muito bem interpretados por Adam Driver e Shailene Woodley. Penélope Cruz se sai bem com sua Laura, mas me deu a impressão de uma personagem caricatural, sempre de cara amarrada, olheiras, mãos que não passaram por manicure, tudo que eu não esperaria de, talvez, uma das mulheres mais ricas da Itália naquele tempo. Esse caracterização caricatural da personagem tem que ter sido de caso pensado com o diretor, penso eu. 

O filme faz uma bela reconstituição de época. Mostrando como o automobilismo era perigoso  naquele tempo. Hoje esse esporte ainda é perigoso, mas em 1957 era muito mais, com pilotos que não usavam cintos de segurança, nem macacões antichamas. Em caso de choque o motorista podia ser lançado vários metros para longe do veículo. 

Também, dentro dessa reconstituição de época, o filme mostra o caráter público da competição,  que gerava aglomerações ao longo das estradas e ruas. Vez ou outra algum personagem fala dos perigos de cães, ovelhas e crianças à beira das trilhas da corrida. 

Não sei o que pensaram os outros espectadores, mas eu não achei os modelos dos carros mostrados no filme tão luxuosos assim. Talvez tenha sido opção da produção. Ou descuido. Vai saber. 

Voltando ao início do texto, Ferrari é uma palavra com muitos significados. O diretor Michael Mann conseguiu juntar a adrenalina da corrida e dos automóveis, com os dramas humanos associados. 

Gostei bastante. 


04, 11/03/2024.

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