Diário da Peste (VIII) - 1º de maio em confinamento


As notícias da epidemia da covid-19 na China, se não me engano, surgiram lá por janeiro. Não era a primeira nova doença surgida por lá, provavelmente não será a última. Poucas tiveram repercussão por aqui, como aconteceu com a gripe H1N1. 

Mas chegou, como um tsunami. 

Na segunda semana de março de 2020, as aulas foram interrompidas no Rio Grande do Sul. No início da terceira semana, eu fui enviado para trabalhar em casa, em "home office". Acho que foi nessa mesma terceira semana que os shopping centers de Porto Alegre foram fechados. 

Dia 20 de março começou o outono no hemisfério sul (a primavera no hemisfério norte). 

E, de maneira geral, temos tido dias bons. Foram poucos dias com chuva. A maioria são dias de sol, com temperaturas agradáveis. Quando chega a fazer algum frio, não é nada desesperador. O astro rei sempre tem vindo aquecer nossos dias. 

Compreensível, embora não justificável, que pessoas estejam quebrando o isolamento para desfrutar do sol, das temperaturas amenas e do ar livre aos fins de semana, em reconhecidos locais de lazer da cidade, em especial a orla do Guaíba, na Ponta do Gasômetro. 

Hoje é primeiro de maio, dia do trabalho, dia do trabalhador. Na prática, muitos de nós, talvez a maioria continuamos fechados em nossas casas. Os trabalhadores de hospitais continuam arriscando suas vidas cuidando dos enfermos, os entregadores continuam levando comida a quem os chama. 

Lá fora, um sol dos mais agradáveis. Quisera eu, poder estar em um parque agora. 


01/05/2020.

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