A Peste Chegando...
Esta semana me senti surpreendido com a proximidade da peste aqui no Rio Grande do Sul. A mais recente peste é a “gripe A”, gerada pelo vírus H1N1, também conhecida como “gripe suína”, devido a uma possível incubação em porcos, e ainda como “gripe mexicana”, este último apelido quase deixado de lado pela carga de preconceito que pode trazer, e, obviamente, ligado a uma suposta origem geográfica da praga.
Recebemos a notícia que as aulas do Colégio Farroupilha, uma escola de elite aqui de Porto Alegre, foram suspensas depois que foi constatado que um aluno que voltava de um intercâmbio na Alemanha estava infectado com o vírus da tal gripe A.
E em São Gabriel, município próximo da fronteira com a Argentina, as aulas na rede municipal de ensino também foram suspensas depois que se constatou que uma aluna que havia recentemente visitado Buenos Aires, capital da Argentina, também estava infectada com a gripe A. Em São Gabriel, o prefeito radicalizou as medidas de segurança sanitária, impedindo mesmo que as missas na cidade fossem realizadas em templos. Em tese o risco de contágio aumenta com o agrupamento de pessoas em locais fechados, como seria o caso da celebração de uma missa.
E de repente, a peste que parecia longínqua e exótica, como havia acontecido com a síndrome respiratória aguda, ou SARS, que acabou apelidada de pneumonia asiática alguns anos atrás, está definitivamente entre nós. Não é mais apenas uma ameaça remota, que paralisou o México, ou causou a suspensão de aulas em algumas escolas na costa leste dos Estados Unidos há alguns meses atrás. A peste está entre nós, causando suspensão de atividades comuns, e fazendo com que as pessoas se tranquem em casa.
Escolas desertas, pessoas trancadas em casa... Não vivi a gripe espanhola, que devastou parte da população mundial no início do século XX, mas posso imaginar o medo se espalhando. Ou pensar no medo que a peste negra espalhou pela Europa do século XIV.
Bem, pelo menos, no decorrer daquele século XIV, a peste acabou por inspirar Bocaccio a escrever o Decamerão.
24/06/2009.
P.S. Esta crônica publicada em meu antigo blogue, em 24 de junho de 2009. Resolvi copiá-la para relembrar, e porque achei relevante no momento atual.
25/03/2020.
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