Mais um final de semana


Mais um final de semana




Então é assim.

Sábado: levantar tarde, para variar. Depois do meio-dia.


Foi uma semana cheia, que terminou com uma sexta-feira, 13. 13 de julho de 2012.


Mas apesar de ser sexta-feira, 13, não me lembro de nada de especial que tenha acontecido ontem. Deus me abençoou, e o Diabo não atrapalhou. 


Sábado, 14 de julho. Feriado Nacional Francês, Queda da Bastilha, mas eu nem me lembro disso.


É dia de sol em Porto Alegre. Apesar do dia de sol, está frio. É inverno no hemisfério sul. Ao contrário do inverno do ano passado, este inverno está sendo seco. Pouca chuva. Talvez ainda insuficiente para reabastecer os mananciais do Rio Grande do Sul, que vêm em ritmo mais ou menos de racionamento, desde a primavera passada. 

Levanto depois do meio-dia, almoço e vou para a casa da namorada. Quero sair com ela.


Lá chegando, é necessário convencê-la que o aspirador de pó na casa pode ficar para depois. No inverno os dias são curtos e as horas de sol poucas.

Mas é óbvio que não é possível sair sem que antes o cachorro seja levado para caminhar. Estes bichos de hoje em dia são cheios de dengos. E pensar que quando eu era criança, meu cachorro nunca saía para passear, a não ser quando ele conseguia escapar da corrente em que ficava quase o tempo todo. O vira-lata comia sobras de almoço e janta, e nunca viu veterinário. “Pet shop” então era coisa que não existia. Estes bichos de hoje são cheios de dengo. 


A caminhada com o cachorro, afinal, foi rápida. Uma caminhadinha para lá, uma caminhada para cá, uma urinada num poste, outra urinada numa moita, e o cachorro já tinha desfrutado sua breve sensação de liberdade e companheirismo ao nosso lado. 


Hora de colocá-lo para dentro novamente e sair. 


De carro, rumo ao bairro Anchieta, na Avenida Fernando Ferrari. Lá cumprir um ritual que tenho exercido há uns três anos já. Observar as flores. Na verdade uma flor em especial, a cerejeira japonesa. A sakura, que eu não tenho certeza se se pronuncia “sácura”, ou “sacurá”. De qualquer maneira, isso pouco importa. Como  pode se imaginar, a cerejeira japonesa vem do Japão. E lá os japoneses tem até um festival para isso, para observar a floração da cerejeira, o “Hanami”, que literalmente significa “ver as flores”. a flor da cerejeira é muito parecida com a flor do pessegueiro, mas esta variedade, ao contrário do que poderíamos pensar, não produz cerejas. Ou pelo menos eu nunca vi nenhuma cereja nessas árvores. E estas flores são muito belas. 


Eu não costumo visitar o jardim botânico da cidade. Eu gosto de flores. Eu gosto de observar flores. Eu aprendi a gostar de fotografar flores. E anualmente eu tenho vindo ao bairro Anchieta para observar estas flores.


A minha namorada conhece que o carteiro que faz entrega de correspondência no bairro. Ela peerguntou a ele se as cerejeiras já haviam florescido. Ele disse que não, que não houve nenhuma árvore florescendo na Avenida Fernando Ferrari. 


Mas ele estava enganado. As flores já estavam lá. É interessante como as pessoas às vezes são incapazes de ver algumas belezas que existem no mundo. 


Vistas as flores, fotografadas as flores, fotografada a namorada junto às flores. Inspirados, era hora de seguir adiante.


Ainda pegamos dois galhos para tentar plantar.


Rumo a um hipermercado na Sertório. Na lista de compras, um acessório automotivo, no caso um macaco, e um aquecedor doméstico, para aliviar o frio na casa da namorada. 


Na entrada do hipermercado uma cafeteria. Que tal um café? Por que não? Sentamos junto a uma mesa e fizemos um pedido. Um capuccino para mim, um cortado para ela. Mais um salgado para mim. O capuccino estava bom. O salgado estava meia boca. Ela disse que o cortado dela estava bom. 


Hipermercado. Ampla variedade de mercadorias juntas. Examinamos o aquecedor. Examinamos panelas elétricas. Experimentamos roupas. Fomos ver o tal macaco. O modelo desejado estava esgotado. Nada feito. Saímos sem nada comprar. Impressionante.


Fomos à loja em frente. Ali havia, conjugados, uma loja de materiais de construção e decoração, e um atacadista. 


Vai-se ao banheiro, olha-se o atacadista, também nada do tal macaco. Olha-se a loja de material de construção e decoração. Nada é comprado. 


Voltamos para a minha casa.


Pausa.


Vamos ao cinema.


Um filme de terror, em pré-estreia no cinema de um dos shopping ali perto, na zona norte da cidade.


Antes de sair de casa, eu já me sentia um pouco cansado, das atividades que haviam ocorrido. Mas vamos lá. 

Ir ao shopping, procurar uma vaga no estacionamento, dirigir-se à bilheteria e garantir os ingressos.


Depois comer alguma coisa na lancheria. 

Depois do lanche, voltar à área do cinema. Comprar a pipoca, pois, como talvez dissesse o gato Garfield, cinema sem pipoca não é cinema. Na verdade, ele, Garfield, é mais radical, diz que o filme termina quando termina a pipoca. Não precisamos ser tão radicais. 


O filme é projetado na sala mais acanhada do “multiplex” do cinema. Lotou.


E o filme era também meia boca. Nem isso. Fraco.


Fim da sessão, de volta ao carro. De volta à casa.


Comentários sobre o filme.Tenso. Filme de terror sempre é tenso. Mas fraco.


As horas passam e fica tarde.


Hora de dormir.


Noite para dormirmos abraçados.


No dia seguinte, acordamos tarde. Depois do meio-dia. Assim fica difícil aproveitar as poucas horas de sol do inverno. O domingo está mais frio que o sábado.


Almoçamos. E depois de jogar alguma conversa fora.


Depois decidimos que iremos a uma praça próxima para plantar os galhos de cerejeira.


No final da tarde de domingo, plantamos dois galhos de cerejeira japonesa numa praça. Queira Deus que vinguem.


Depois de plantar as espécies exóticas, voltamos.


Hora de levar a namorada de volta à casa dela.


Não sem antes passar em outro hipermercado. Aquele macaco não estava lá também. Mas o aquecedor foi comprado. Ela iria passar um pouco menos de frio neste inverno. Também alguns mantimentos foram comprados.


Junto a esse outro hipermercado também havia uma cafeteria. Outro café? Por que não? E assim eu pedi outro capuccino, e ela outro cortado. E desta vez, eu pedi uma fatia de torta para acompanhar. Diet. E de fato era diet. É notável como um fatia de torta diet parece mais leve ao paladar e ao estômago que uma torta tradicional, com açúcar. E estava saborosa a torta. O que também é notável, pois eu tendo a dissociar as palavras saboroso e diet.


Após desfrutarmos nosso café, era, de fato, hora de irmos até a casa dela.


E assim fomos.


Quando lá chegamos, obviamente encontramos o cachorro com saudades. E louco para sair de casa. E caminhar na rua. E assim foi. Outra caminhada rápida. Uma urinada num poste aqui, outra urinada em uma árvore ali, e o cachorro já podia voltar para dentro.


Hora de se despedir.


Abraços. Beijos. Desejos de boa semana. Desejos de boa noite. Desejos que pairam no ar.


Entro no carro e dirijo de volta para casa.


É noite de domingo em Porto Alegre.


Amanhã será segunda-feira.


Este foi meu final de semana. Seria isto viver?





16/07/2012.

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