Eric Hobsbawn


Eric Hobsbawn



Ontem, dia primeiro de outubro, foi divulgada notícia do falecimento de Eric Hobsbawn.


Desde então, têm pululado necrológios e lembranças desse historiador inglês, nascido em Alexandria, no Egito, filho de pai inglês e mãe austríaca, e que viveu sua infância em Viena e Berlim, até se mudar para a Inglaterra e lá se radicar.

Eric Hobsbawn foi um historiador e um escritor prolífico. Segundo consta, teria concluído sua última obra, a ser publicada no ano que vem, no seu leito de morte.

Suas obras mais conhecidas foram sua trilogia sobre o “longo” século XIX, que no Brasil foram publicadas com os títulos “A Era das Revoluções”, “A Era do Capital” e “A Era dos Impérios”, e um volume sobre o “curto” século XX, “A Era dos Extremos”. Além de historiador geral, também se deteve a pesquisar, e escrever sobre jazz.

O jornal Folha de São Paulo, informa que por conta de sua vasta obra escrita, Hobsbawn esteve no Brasil para uma das edições da Festa Literária de Parati, a Flip, em 2003, e aqui teria vivido dias, como diz o jornal, “de Mick Jagger”, isto é, de estrela pop, com declarações amorosas de fãs, poses para fotografias, e muitos autógrafos.

De qualquer maneira, ele de fato era um historiador popular. A repórter Sylvia Colombo, que teve oportunidade de entrevistá-lo disse que ele era constantemente chamado a opinar sobre os mais diversos assuntos atuais, a partir de seu cabedal de historiador. Como ela diz, ele era chamado a opinar sobre “11 de setembro (provavelmente o de 2001, e não o de 1973), eleição de Obama, terremoto no Haiti...”

Dizem também que ele apreciava o futebol, e torcia pelo Arsenal, time do sul de Londres, várias vezes campeão da liga inglesa.

É por conta disso que me lembrei de uma história particular que me contaram dele. Diz esta história que Eric Hobsbawn esteve em Porto Alegre, para uma das edições do Fórum Social Mundial, que ocorreram por aqui. Nesta vinda, ele teria sido convidado para assistir uma partida de futebol do Internacional. Entre os acompanhantes do historiador ao estádio Beira-Rio, estaria o então governador Olívio Dutra, notório torcedor do clube. Estádio quase cheio, o time do Internacional com seu tradicional uniforme de camiseta vermelha e calções brancos, o governador Olívio Dutra teria dito ao historiador que o Internacional era um time popular, fundado por operários no início do século XX, e que por isso havia adotado a cor vermelhar como predominante. Com tal narrativa o historiador teria ficado espantado e encantado, e com isso Olívio teria garantido que a partir de então o historiador inglês se tornasse um entusiasmado simpatizante do Colorado de Porto Alegre. Não sei se é verdadeira esta história. Acredito esta história narrada, também não seja a verdadeira história da fundação do Internacional. Em todo caso, acho bom que Eric Hobsbawn pudesse ter se tornado um simpatizante do Internacional.

Foi-se o homem, ficou sua obra. E um monte de memórias a serem lembradas.


02/10/2012.


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