Asma
Do grego ásthma, que significa falta de ar. Pois é. Simples assim.
Conhecida desde a Antiguidade – Hipócrates já teria se referido a ela –, a asma é uma doença crônica dos pulmões, junto com inflamação nos brônquios. Costuma acometer crianças, daí o incentivo à prática de esportes na infância para melhorar a respiração e diminuir a inflamação pulmonar. Muitas vezes os sintomas diminuem na idade adulta e retornam na velhice, mas cada caso é um caso.
Pessoas conhecidas foram portadoras de asma. Não, elas não eram conhecidas por serem portadoras de asma. Mas, enfim, portadores de asma foram Machado de Assis, Graciliano Ramos, Che Guevara, Otto Lara Resende.
Tive um amigo, colega de aula, que queria ser oficial da reserva do Exército, nos anos 1980. Ele se empenhou e passou nos testes físicos e intelectuais para alcançar seu objetivo. Foi engajado. Porém ainda era asmático aos dezoito anos. Durante uma daquelas jornadas de treinamento, com caminhadas de quilômetros com vinte quilos de equipamento sob o sol do verão de Porto Alegre teve uma crise de asma, com tosse e dificuldades de respiração. Tendo sido socorrido e descoberta sua condição, acabou dispensado. E assim passou por várias condições em sequência: triste, decepcionado pela dispensa, revoltado pelo mesmo motivo, impotente diante da situação. Sem opção foi buscar outra atividade.
Agora o filho de uma amiga, se voluntariou para o serviço militar. Portador de asma, está há um mês sob o treinamento extenuante que o Exército costuma impor aos novos recrutas. Torço por ele. Veremos.
Até onde é incapacitante essa falta de ar?
P.S. Este texto foi produzido como crônica etimológica, durante a oficina literária de criação de crônicas da Santa Sede, a masterclass, ou master class, de 2025, em homenagem ao escritor Otto Lara Resende. O livro deve sair no início de novembro próximo. Esta crônica está aqui porque não entrou no livro.
30/03/2025, 01, 06/04/2025, 07/10/2025.
Comentários
Postar um comentário