Andando no escuro

No dia 20 de março passado eu acordei resfriado. Nariz congestionado, muitos espirros. Foi na sexta-feira da semana que o governador resolveu interromper as atividades escolares. 

Durante aquele dia, e nos seguintes, me tratei com um remédio que é popularmente chamado de antigripal, no caso uma mistura de dipirona e clorfeniramina (sim, estou relendo o rótulo). Depois de três ou quatro dias, os sintomas passaram. 

O que eu tive? Um resfriado comum gerado por algum rinovírus desconhecido? Ou, por acaso, seria uma manifestação pouco maligna do coronavírus covid-19? O meu chute é pelo simples resfriado, mas como saber com certeza? Nunca saberei.

Simplesmente o número de testes que o Brasil faz para verificar contaminação do covid-19 é menos que insuficiente. 

E às cegas andamos. Não totalmente, mas quase. 

Acreditando nos conselhos da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde, entramos em quarentena. Comércio fechado, escolas e creches fechadas. Gente trabalhando em "home office". E parece que isso realmente tem funcionado para, como dizem, "achatar" a escala de crescimento do número de contaminações. É o que indicam os números. Apesar dos poucos testes.

Ontem tive que ir ao supermercado e à farmácia. Fui com máscara. Muita gente de máscara pelo caminho e nas próprias lojas. As(os) atendentes de caixa com um equipamento de proteção que lhes cobre todo o rosto com um plástico semirrígido preso a cabeça por elástico (lembrando pelotões de choque da polícia). 

Enfim, todos se protegendo, do vírus, e uns dos outros. 

Nessa pandemia sabemos quase nada. 

P.S. No dia 13 de abril de 2020, uma segunda-feira, a temperatura em Porto Alegre variou de 15ºC por volta de sete da manhã a 30ºC no início da tarde, para voltar a cerca de 15ºC no final do dia (sim, eu registrei). Quem consegue não se resfriar em uma situação assim?


14/04/2020.