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Mostrando postagens de setembro, 2023

26/09/2023: sem publicação

O blogueiro metido a cronista está de folga.  Se tudo der certo, uma nova crônica deve ser publicada em 3 de outubro de 2023. 

Cara Maria – V

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Cara Maria, Tendo escrevido uma crônica em forma de mensagem à minha falecida irmã esta semana , imaginei que não te escreveria nesta semana. A mensagem à minha irmã é um comentário sobre presentes que ela me deu e ficou fechada, a mensagem, a crônica, nisso.  Contudo não consegui renunciar a te escrever. Esta semana.  Falar de quê? De clima, óbvio.  De trinta graus de temperatura em Porto Alegre na segunda-feira, 11 de setembro, para oito graus em Porto Alegre na madrugada de sexta-feira, 15. Com direito a chuva na quarta-feira, dia 13. Chuva que gerou enchimento do Dilúvio, o arroio. Chuva que fez o Guaíba quase chegar às margens do Cais Central. Guaíba que também avançou sobre ruas na Zona Sul de Porto Alegre. Chuva que assustou. O prefeito Melnick, quero dizer, Melo decretou emergência por conta dos riscos de inundação.  E ainda temos o rescaldo das chuvas e enxurradas da semana passada. O pessoal da revista eletrônica Parêntese publicou três textos sobre as inundações no Vale do T

Jeans Frilley

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Minha irmã, Não sei se aí onde estás te lembras do teu ranço quando chegava meu aniversário. Todo ano me pedias sugestão de presente, e todo ano eu te pedia uma camisa. E tu replicavas “camisa de novo?”  Garanto que nunca entendi muito bem esse ranço. Na minha opinião, camisas eram presentes muito convenientes, tanto para mim quanto para ti. Me garantiriam certa elegância, e tu poderias escolher entre uma imensa variedade de modelos disponíveis nas lojas.  Mas fosse com ranço ou não, foram várias camisas. Fossem de botões, ou polos.  Uma curiosidades entre elas, foi que me deste duas camisas jeans, ambas da marca Frilley (talvez lá nos anos 1980, acho que tinham um jingle que terminava com a frase “liberdade é isso aí”). E eu gosto demais destas camisas. A azul de mangas longas, e a cinza (cinza preteada? Preta acinzentada? Cinza em todo caso) de mangas curtas. Ambas com bolsos, que me serviam bem como tecnocrata, afinal nesses bolsos eu procurava sempre enfiar uma caneta ou uma lapise

Cara Maria – IV

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Cara Maria, Volto a te escrever. Provavelmente continuarei fazendo isso até que deixe de fazer. Leio no jornal   que os militares gaboneses, depois de nomearem um general como presidente, nomearam um antigo líder da oposição como primeiro-ministro transitório do novo regime. Podemos olhar o copo meio cheio, no caso a nomeação de um líder da oposição para chefiar a administração do país em um suposto regime de transição; ou olhar o copo meio vazio, o novo primeiro-ministro, recente oposicionista, já foi parte dos quadros do regime deposto, e os militares não estipularam um cronograma para a transição e novas eleições. Como diria o Ricardo Kotscho, vida que segue.  O noticiário internacional na Folha de São Paulo deste domingo, 10 de setembro, também dá ampla cobertura aos 50 anos do golpe de estado contra Salvador Allende, ocorrido em 11 de setembro de 1973. Comenta sobre o ressurgimento da ultradireita no Chile (que, pelo jeito, como o Brasil, é uma sociedade cindida), e sobre as parti

Diário – teatro – Misery

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No dia 27 de agosto passado, um domingo, estive no Theatro São Pedro para assistir à peça Misery. Trata-se de uma adaptação da obra de mesmo nome, escrita por Stephen King (o filme adaptado do livro recebeu o nome de Louca Obsessão no Brasil). A peça é estrelada por Mel Lisboa e Marcelo Airolde, com pequena participação de Alexandre Galindo como o xerife.  É a história de Annie Wilkes (Mel Lisboa), uma mulher que se diz a fã número um do escritor Paul Sheldon (Marcelo Airolde). Ela acompanha Misery, personagem de uma série de livros escritos por Paul (nesse caso, me parece, em romances ambientados no século XIX, talvez homenagem, talvez ironia com Jane Austen e as irmãs Brontë. Misery sempre será uma canção dos Beatles para mim, inclusive ela tocava dentro da minha cabeça enquanto me dirigia ao teatro).  Como Annie o segue, ou persegue, ela tem a chance de socorrê-lo quando quando ele se acidenta em uma estrada durante uma nevasca. A princípio ela o leva para casa, e cuida dos feriment

Cara Maria – III

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Cara Maria, Novamente te escrevo. Talvez seja um pouco de acomodação, um pouco de preguiça mental isso de repetir mensagens a ti.  Nestes dias de final de inverno e proximidade de primavera temos vivido temperaturas amenas, e uma sucessão de dias ensolarados e chuvosos. Como comentei na mensagem anterior, dias de árvores floridas. E não se trata do hibisco que parece florir várias vezes por ano.  Escrevo à tardinha de domingo. Tem chovido o dia todo. Repetindo, vi árvores floridas. E, apesar da chuva, ouço o que me parece o cantar alegre dos passarinhos. Esta frase, o cantar alegre dos passarinhos, não é minha. Mas parece tão bonita que dá vontade de repetir. "O cantar alegre dos passarinhos". Sim, os passarinhos cantam e seu canto parece alegre, embora se formos inquiri-los, eles provavelmente não nos responderão se seu canto é alegre de fato.  Talvez o assunto que mais me pegou esta semana tenha sido o golpe de estado que depôs o governo recém reeleito no Gabão. Gabão! Gabã

Diário – leituras – A Trégua

A Trégua (La Tregua no espanhol original) é uma novela escrita pelo uruguaio Mario Benedetti que conta a história de Martín Santomé, um homem viúvo, de seus cinquenta anos, contando os dias para que possa se aposentar. Ele trabalha como chefe da contabilidade de uma distribuidora de autopeças em Montevidéu. Quando Laura Avellaneda, uma mulher mais de vinte anos mais jovem que ele, é contratada para ser sua subordinada, se abre a possibilidade de um envolvimento com ela. Primeiramente publicada em 1960, esta novela tem a forma de um diário, o diário de Santomé. O calendário do diário se adequa ao ano de 1957.  Como é um diário, o livro se abre à reflexão e aos desejos de Santomé. Seus questionamentos sobre o trabalho. O que ele pensa do relacionamento com os filhos, já adultos, que criou (praticamente sozinho, ele nos dá a entender). São três, dois rapazes e uma moça. Seus pensamentos sobre Deus. Os relatos de algumas histórias de amigos. Seus preconceitos homofóbicos (o que dá para des