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Mostrando postagens de março, 2019

Diário - leituras - Personal Branding

"Personal Branding" é uma espécie de livro de auto-ajuda, associando técnicas de marketing à carreira profissional. Como talvez dissesse o autor se tratam de técnicas para que a pessoa possa se destacar na atividade em que está inserida. Ou, se for o caso, possa se planejar para uma mudança de rumos na sua vida profissional.  Como eu disse, é um livro de auto-ajuda, mas não no sentido daqueles livros que dizem "Você é filho do Universo, irmão das estrelas e árvores. Você merece estar aqui (...)" (trecho da desiderata). É um livro de auto-ajuda no sentido de procurar dar orientação e indicar caminhos para uma evolução muito específica, no campo profissional. O autor começa falando que o profissional precisa ter confiança em si próprio. Fala da necessidade de se destacar. Comenta sobre oportunidades para se destacar. Indica estratégias para o crescimento.  Dá dicas de planejamento. E pede que o leitor se planeje para curto, médio e longo prazo.  O livro é in

Diário - leituras na piauí - setembro/2018 - O Nome do Cão de Manuel Antonio Pina

Na edição 144 da revista Piauí, de setembro de 2018, são apresentados alguns poemas do português Manuel Antonio Pina (1943-2012). Uma antologia do poeta deve ser lançada em breve aqui no Brasil pela Editora 34, conforme a revista.  Dentre os poemas, me chamou a atenção o poema "O Nome do Cão", que reproduzo abaixo. Talvez porque eu tenha um cão. Talvez porque o poeta tenha sabido captar os sentimentos que envolvem o dono de um cão, quiçá tenha compreendido o viver do próprio cão. O Nome do Cão O cão tinha um nome por que o chamávamos e por que respondia, mas qual seria o seu nome só o cão obscuramente sabia. Olhava-nos com uns olhos que havia nos seus olhos mas não se via o que ele via, nem se nos via e nos reconhecia de algum modo essencial que nos escapava ou se via o que de nós passava e não o que permanecia, o mistério que nos esclarecia. Onde nós não alcançávamos dentro de nós o cão ia. E aí adormecia dum sono sem remorsos e sem malancol

Auto-Escritor

"Amanhã tenho que passar na editora". São mais ou menos essas as palavras de Paulo, personagem de Carlos Heitor Cony, no livro "Pessach, A Travessia". Um escritor tendo um escritor como personagem é quase metalinguagem.  Mas frase veio recorrentemente à minha mente neste final de 2018.  Um motivo era que a Editora Metamorfose me pediu para retirar os volumes a que teria direito, por conta da antologia "Palavras de Quinta", publicada num sistema de compartilhamento de custos.  Quase simultaneamente, tinham acabado os volumes que eu tinha comigo, de outra antologia em que participei, a "Santa Sede 7, Crônicas de Botequim" (2016) , e entrei em contato com a Editora Buqui, para adquirir mais, já que os autores participantes da antologia podem comprá-los com um bom desconto.  E, de repente, no meio dessas necessidades, acabei realmente por me sentir um escritor. Alguém que já teve textos publicados em livro. Foram três antologias até agora. A

Diário - leituras - O Verbo em Nós

Recebi o livro "O Verbo em Nós", da amiga e escritora Michele Justo Iost. Se trata de uma coletãnea bem variada. Possui os contos da Oficina de Criação Literária do Sintrajufe RS - o Sindicato dos Trabalhadores da Justiça Federal -, mais os vencedores do 13º Concurso Literário Mário Quintana, nas modalidades conto, crônica e poesia, nos níveis regional e nacional, e ainda o Troféu Vera Karam de Poesia.  Com tanta variedade, fica difícil chegar a algum veredito. De maneira geral o nível é bom, e há alguns textos que sobressaem.  Os textos da Michele foram bem bons, dois contos. "Bira", um conto com pegada de crônica, sobre um homem em um asilo de idosos; e "O Mesmo Quadro", um conto de uma névoa psicológica entre o narrador(a) e Vânia.  Ainda encontrei duas autoras que eu poderia conhecer, pois conheço pessoas relacionadas a elas. Uma Ana Lúcia Habkost, que participou de oficinas com a escritora Ana Mello, coisa que acontece comigo. Ela participa

Diário - cinema - Capitã Marvel

Mais um filme de super-heróis. Ou de super-heroína.  Estive assistindo Capitã Marvel ("Captain Marvel", Estados Unidos, 2019), filme de origem para a heroína dos quadrinhos da Marvel Comics, que, supõe-se, deve se juntar aos Vingadores.  No início do filme vemos a heroína tendo sonhos de memórias das quais ela conscientemente não se lembra. Ela faz parte da civilização Kree. Em seguida é convocada como um comando para resgatar um espião dessa civilização sob risco de ser preso pelos Skruls, inimigos dos Krees.  Quando acontece um imprevisto nessa missão ela acaba caindo na Terra.  Mais um filme de super-heróis. Uma jornada da heroína bem padrão. Bom que apareçam mulheres nesses papéis.  Valeu a pipoca.  Dizem que em abril próximo estreia a última parte da atual parte da saga dos Vingadores. 11/03/2019.

Diário - cinema - Green Book, o Guia

"Green Book, o Guia" ("Green Book", Estados Unidos, 2018) é um filme que aborda o relacionamento entre um músico erudito negro, e seu chofer ítalo-americano, durante uma turnê ao sul, mais racista, dos Estados Unidos.  Falar em mais racista faz sentido aqui, pois o protagonista, Tony "Lip" Vallelonga (Viggo Mortensen) inicia o filme justamente demonstrando seu racismo contra dois encanadores negros que foram realizar um conserto na casa dele. Ao mesmo tempo, nosso músico erudito, o doutor Donald Shirley (Mahershala Ali) é um negro um pouco desligado da cultura popular negra naqueles anos 1960. E como se poderia esperar de um filme em que duas pessoas bem diferentes são postas a conviver quase intimamente, elas vão se moldando e mudando.  Apesar do Oscar de Ator Codjuvante para Ali, meu destaque vai para a atuação de Viggo Mortensen, que faz um tipo bruto e cínico, ao mesmo tempo em que se mostra como um homem de meia idade decadente.  Destaques

Diário - cinema - Máquinas Mortais

Recentemente assisti à ficção pós-apocalíptica "Máquinas Mortais" ("Mortal Engines", Nova Zelândia/Estados Unidos, 2018). Num mundo em que uma guerra com novas armas dizimou a humanidade, as cidades se tornaram estruturas móveis, algumas monstruosas, em uma situação que as mais poderosas acabam predando as mais fracas.  Assim, no início do filme, vemos o que parece uma feira medieval, mas que de fato, é um encontro de pequenas cidades móveis, cuja origem devia ser a antiga Alemanha. Uma delas está a ponto de ser capturada pela monstruosa e agressiva Nova Londres. Querendo aproveitar a situação, Hester Shaw(Hera Hilmar) tenta se aproximar de Thaddeus Valentine(Hugo Weaving), um tipo de engenheiro e estrategista militar, para assassiná-lo.  O restante do filme vai tentar explicar como se chegou àquela situação, os planos de Valentine, e, obviamente, o desenlace da trama.  O filme tem estética steampunk  e mostra algumas piadas engraçadinhas, mexendo com o gover

Diário - filmes - Roma

"Roma" é um filme em coprodução mexicana e estadunidense, de 2018, escrito, produzido e dirigido por Alfonso Cuarón. Trata do dia a dia de uma família de alta classe média, na cidade do México, visto pelos olhos da sua empregada doméstica. É baseado nas memórias de Cuarón. O nome do filme se refere ao bairro onde reside a família, Colônia Roma.  Nisso o filme tem um tempero que poderia ser brasileiro, com nossa alta classe média também usufrutuária de trabalhadores domésticos. Mas por aqui a empregada seria negra ou mulata, em lugar de indígena.  Pelos olhos da empregada, Cleo (Yalitza Aparicio) vemos a casa espaçosa, as quatro crianças, o dono da casa, um médico e a esposa. E vamos vendo que o casamento pode estar passando por uma crise. A casa é um sobrado confortável e amplo, que conta com três automóveis.  Já fora da casa, vemos o entretenimento da empregada, a formação de milícias associadas ao exército, a alta classe média armada na luta pela terra.  Gravado em

Diário - cinema - Bohemian Rhapsody

Já se vai algum tempo desde que assisti o filme "Bohemian Rhapsody" ("Bohemain Rhapsody", Estados Unidos, 2018), produção que recria parcialmente a biografia do Queen, e seu vocalista Freddie Mercury.  Difícil saber se devemos encarar o filme como ficção ou recriação. A Wikipédia em inglês  relata uma série de imprecisões do filme. O colega blogueiro Emilio Pacheco  também comentou sobre o erro, de o concerto da banda em São Paulo, em 1981, ter sido tratado no filme como a participação do grupo no Rock in Rio. Mas, enfim, tudo isso me parece pouco importante. O filme relata uma história de superação de limites, de autoconfiança, de brigas e reconciliações, e tudo isso embalado por uma trilha sonora ótima, que permanece atual, quando estamos próximos do trigésimo aniversário da morte de Freddie Mercury.  Na primeira parte do filme, acompanhamos a ascensão do grupo e a comentada acima autoconfinação de Freddie. Eu fiquei particularmente comovido com o caminho d

Diário - filmes - Ponto de Vista

Na TV paga assisti há alguns dias o filme "Ponto de Vista" ("Vantage Point", Estados Unidos, 2008), uma trama de suspense sobre um plano terrorista para assassinar o presidente dos Estados Unidos, durante um conferência contra o terrorismo na Espanha.  A peculiaridade é a sucessão de pontos de vista sobre os acontecimentos que vão acontecendo no dia do atentado. É protagonizado por Dennis Quaid, que faz o papel do Agente Barnes, e conta com as presenças de luxo de Forest Whitaker, que protagoniza um turista americano na Espanha, e William Hurt, que faz o papel do presidente dos Estados Unidos.  Foi interessante o suficiente para prender a minha atenção, durante o vai-vem entre os canais, mas não é nada de extraodinário. Diversão razoável para ver em casa. 28/11/2018.

Da Cor dos Táxis de Porto Alegre

Um dia desses vi um táxi com a nova pintura proposta pela prefeitura de Porto Alegre. Estava parado em um ponto, próximo do meu trabalho. Agora é branco. A cor atual e tradicional, aquele vermelho-alaranjado, oficialmente chamado de vermelho ibérico, foi para uma faixa nas laterais dos carros.  Pensei com os meus botões, "Nossa! Eis uma tradição que some!". Desde que me conheço por gente, os táxis de Porto Alegre são desse tom de encarnado. Pelo menos é o que indica minha memória. E dos meus tempos de me conhecer por gente, até não muito tempo atrás eles eram fuscas. Fuscas que não tinham o banco da frente do carona, e, portanto, podiam transportar no máximo três passageiros. Tinham um taxímetro mecânico, parecia uma capelinha, e, inclusive, acho que era chamado de capelinha mesmo. Houve uma vez que presenciei o taxista dar corda no tal taxímetro, tal qual um relógio.  Quem viveu naquele tempo, há de lembrar também que o taxista usava uma corda para puxar a porta do p