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Mostrando postagens de julho, 2019

Diário - leituras - Relatos e Delírios

Li recentemente o livro "Relatos e Delírios", de Maurício Schames. Trata-se de uma coletânea de 23 contos entre o suspense e o fantástico, saídos da cabeça desse recém lançado autor. Alguns desses contos acabam tendo uma pegada cômica, que não estou certo que tenha sido proposital, mas que de maneira nenhuma desabonam o livro.  É o caso por exemplo, da expressão "olhos esbugalhados" no conto Chat, ou todo o ritmo do conto Terno Armani. Ou A Repartição (Repartição esse, que termina numa pegada de crônica). Alguns que soam como verdadeiro delírio, como Pub Fiction.  E há relatos bem impactantes como a da menina tentando superar a morte de seu cachorrinho em O Sótão. Ou O Homem dos Coelhos.  Vejam que só citei aqui seis contos do livro.  No geral, formam um bom conjunto, que acabamos lendo muito rapidamente.  Desejo sorte ao novo autor. Acredito que com tempo ele possa escrever histórias cada vez melhores.  SCHAMES, Mauricio. Relatos & Delírios . Po

O Sul do Sul

O Sul do Sul Ao sul do sul Há um lugar que está olvidado Que está fechado como um baú O vento  Cruza a rua buscando abrigo Sem testemunhas no sul do sul Não vá lá A estrada não é boa Me dizem  Não vá lá Ficar lá à toa O tempo  no sul do sul, ficou detido Lá distraído com não sei quê O ar é em realidade uma gelatina Tão cristalina que não se vê Não vá lá A estrada não existe Por tudo que digas        Sei já me advertiste      Não percas teu lugar à mesa Me dizem Não vá lá Quem se interessa Houvesse no total Dois sítios Seria o segundo O fim do mundo O sul do sul Fiz esta versão/tradução para a canção "El Sur del Sur", de Jorge Drexler. Tentei manter a métrica e o ritmo, o que prejudica um pouco a literalidade e talvez a gramática, mas, enfim... "El Sur del Sur" saiu no disco Frontera, lançado em 1999.

Viagens

A primeira viagem de que me lembro foi pelas matas do Brasil Colônia. Matas fechadas, cheias de mistérios, de homens que iam em busca de riquezas, e em luta contra índios e feras que pudessem cruzar seu caminho. Hoje sei que a floresta fechada, imagino que do século XVI, é o que hoje chamamos de Mata Atlântica, mas que me vem ao imaginário como hoje vemos a Amazônia. Florestas e mais florestas, homens em andrajos abrindo picadas. Socorro-me da internet e sei que quem me conduziu por aquelas aventuras foi um escritor chamado Francisco Marins, e que devo ter lido “Expedição aos Martírios” ou "Volta à Serra Misteriosa", ou ambos. Muito curioso, ganhei esse livro, ou esses livros, quando eu devia ter oito ou nove anos, na minha memória, de meu tio. Curioso porque eu não costumava ver muitos livros na casa desse tio. Aliás, livros não eram muito comuns na casa de familiar nenhum. A exceção era minha própria casa. Minha irmã era uma leitora regular.  Acho que tempos depois ainda

Aflição de Cachorro

Era um cachorro educado Talvez até paciente Bem comportado A maior parte do tempo silente Naquela noite estava diferente Pulava, girava, gania Que haveria em sua mente? Pra lá e pra cá, o bicho ia Peguei a guia O bicho pareceu extasiado Rápido ele ia Eu parecia ser puxado Da guia foi liberado Correu pelo jardim Do bucho o cão estava apertado Aliviou-se, enfim 17/08/2018

Hamilton José Cardoso dos Passos * 02/12/1954 + 14/07/2019

Meu primo. R.I.P. Descanse em paz!

Agradecer - versão revisada e corrigida por Tatiana Druck

Gracias, Ana Gracias por todo Gracias por el vino y el pan Gracias por la dedicación Gracias por el tiempo compartido Tiempo es todo lo que somos Tiempo es lo que se nos da Tiempo también es lo que compartimos Dos años De perfeccionamiento De pulir la palabra, las palabras Gracias por las sugerencias Por los incentivos y correcciones Buenos años tuvimos Buenos años tendremos Tiempo es lo que se nos da Gracias por todo, Ana. 26/06/2018, 09/07/2019. P.S. O mesmo poema anterior revisado pela Tatiana Druck . Gracias, Tatiana!

Agradecer

Gracias, Ana Gracias por lo todo Gracias por lo vino y lo pan Gracias por la dedicación Gracias por lo tiempo compartido Tiempo es todo lo que somos Tiempo es lo que nos es dado tiempo es también lo que compartimos Dos años De perfeccionamiento De pulir la palabra, las palabras Por las sugerencias Por los incentivos y correcciones Buenos años tuvimos Buenos años tendremos Tiempo es o que nos es dado Gracias por todo, Ana. 26/06/2018. P. S. Poema feito por conta do encerramento dos encontros do Grupo de Quinta, uma oficina de escrita criativa, mediada por Ana Mello.

Abertura da Exposição Ührvera: Aquarelas de Mireli Oliveira

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Estive no Dharma Pub , quarta-feira passada, 3 de julho, para a abertura da exposição Ührvera, de aquarelas de Mireli Oliveira . O Dharma Pub é um pub/bar, instalado em um sobrado com dois andares, que fica na esquina da Lima e Silva com a Sebastião Leão, com entrada pela Sebastião Leão, aqui em Porto Alegre. Oferece cervejas artesanais produzidas pelo próprio estabelecimento e hambúrgueres também feitos ali. A massa do pão tem sabor de pão caseiro.  Como dito no início, foi o dia da abertura da exposição de aquarelas de Mireli Oliveira. A exposição é chamada de Ührvera, que remete para a medievalidade europeia, com suas princesas, elfas, feiticeiras e fadas. Cerca de quinze obras fazem parte da mostra, e podem ser adquiridas a preços módicos. Para quem estiver curto de grana, impressões de cópias das ilustrações, em papel de boa qualidade, e com autógrafo da autora podem ser adquiridos por dez reais (o que é pouco mais de duas passagens de ônibus!).  Cerca de vinte pessoas

O Encantamento (show de celebração dos trinta anos de alguns discos da Legião Urbana)

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Estive em um show de rock sexta-feira passada. Foi no Araújo Vianna. Uma celebração dos trinta anos de alguns discos da Legião Urbana, em especial do "Dois" e o "Que País é Este?".  Já me acostumei a ver e dizer de shows de rock como uma espécie de culto, se não pagão, pelo menos laico. Centenas, às vezes milhares de pessoas reunidas para celebrar a música, cantando e dançando juntas, mesmo sendo todas estranhas umas para as outras.  Trinta anos. Faz mais de vinte que Renato Russo, o vocalista e grande poeta da Legião, nos deixou. E deixou todos nós, que o admirávamos, um pouco mais órfãos.  Não que nos tenha deixado por completo. O fato de nos lembrarmos dele, faz com que esteja sempre por perto. Nos corações.  De quebra, ainda foi lançada uma pilha de álbuns póstumos, desde o último gravado em estúdio (Uma Outra Estação), passando pelas compilações, e pelos discos “ao vivo”. Dito tudo isso, o show de sexta foi mágico, como podem soar mágicos os ídolos p