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Mostrando postagens de abril, 2023

Uma manhã de domingo de outono qualquer, 23 de abril de 2023

É uma manhã de domingo de outono. Uma manhã de sol.  Se a temperatura está fresca, talvez mesmo fria para alguns, 16 ºC, para mim ela está agradável. E como diria qualquer meteorologista, ela, a temperatura, está em elevação.  Saio a caminhar.  Na igreja protestante, que fica entre duas praças, uma mãe é fotografada por um fotógrafo com potente máquina fotográfica, junto com suas filhas. O fotógrafo com câmera profissional, ou quase, é sinal de algum evento especial? Um batizado talvez? Ou talvez não? Vejo outras pessoas com outras crianças. O culto deve ter terminado recentemente. Pode ser. Um batizado. Em um domingo ensolarado de outono. Sigo meu caminho.  Mais duas quadras e o padre parece estar se despedindo de seu rebanho ao fim de uma missa. Sim, ali devia ser fim da missa. O pregador devidamente paramentado, com uma batina branca e uma estola também branca, com detalhes dourados. As pessoas aos poucos se dispersando.  Domingo pela manhã é dia de exercitar a espiritualidade.  Whe

Hebdomadário boêmio masterclássico stanislawiano – capítulo VII

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A nova masterclass da Oficina Literária Santa Sede, a edição de 2023, começou dia 9 de março.  Relatei isso antes. A edição deste ano homenageia Stanislaw Ponte Preta, alter ego, por assim dizer, do jornalista Sergio Porto. No dia 19 de abril continuaram as leituras das crônicas que irão compor um livro e um saite (ou blog). Quando cheguei ao Apolinário naquela noite estavam a mesa, além do Rubem, o André, o Felipe, o Gian, o Tiago, o Kauer, a Vivi e o Magnus. Mas eu nem cheguei a sentar, e o Felipe já estava partindo. Depois chegou a Carol. Depois ainda chegou o Altino, trazendo consigo exemplares do livro de poesias da Dio, Palabra: maldita sea, para serem distribuídos a quem os havia comprado. As leituras seguiram. Começaram os textos com uma nova personagem, a Néctar, mulher, profissional de TI, aí pelos seus trinta e tantos anos, que usa parte de seu privilégio estético para vencer na profissão. Assim, o Rubem (com a colaboração da Vanessa?) trouxe um texto que é mais ou menos uma

Boris Fausto (1930-2023)

Gostando de História desde a infância, e tendo feito graduação em História, sempre sinto uma perda quando historiadores se vão.  Nesta semana se foi Boris Fausto, na provecta idade de 92 anos. Não é pouca coisa, mas não significa que a vida não continue sendo curta. A vida é sempre breve. Em meus anos de graduação, não me parecia que Boris Fausto fosse muito querido pelos meus professores, na UFRGS. Na minha cabeça ele não estava em muitas bibliografias recomendadas (se é que estava em alguma. Não lembro) nas tantas disciplinas que, de alguma maneira, abordavam a História do Brasil.  De qualquer maneira, acabei por adquirir seu manualzão, de História do Brasil, justamente chamado de História do Brasil, publicado pela EDUSP para ter um livro de referência sobre o assunto. O livro deve estar perdido aqui por casa.  Vez por outra era possível ler algum artigo seu publicado na Folha de São Paulo. O jornal também resenhou seus livros mais recentemente publicados.  Enfim. Que dizer? Mais um

Hebdomadário boêmio masterclássico stanislawiano – capítulo VI

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A nova masterclass da Oficina Literária Santa Sede, a edição de 2023, começou dia 9 de março.  Relatei isso antes. A edição deste ano homenageia Stanislaw Ponte Preta, alter ego, por assim dizer, do jornalista Sergio Porto. No dia 12 de abril continuaram as leituras das crônicas que irão compor um livro e um saite (ou blog). Quando cheguei ao Apolinário naquela noite estavam a mesa, além do Rubem, o André, o Tiago, o Gian, o Edgar, o Magnus, o Altino, a Vivi e a Silvia. Mas tão logo sentei à mesa, Tiago, Gian e Edgar se levantaram para ir embora. Edgar me deixou uma cópia do texto dele. E em seguida chegou o Ronaldo.  As leituras seguiram. Silvia trouxe um texto, como uma poesia, lembrando um pouco o tão citado capítulo três do Eclesiastes, relacionado ao personagem Ambrósio. Ronaldo trouxe um texto que explora um pouco da infância do mesmo personagem. Os meus textos foram dois; um para a personagem Heloísa, mas através de um vizinho; o outro para o Ambrósio, com um jovem chegando à lo

Diário – leituras – Versão dos fartos

No início deste mês de março terminei de ler o livro Versão dos fartos, uma coletânea de várias autoras e autores, inclusive eu mesmo, escrevendo crônicas em homenagem a Moacyr Scliar. Para tanto imitaram um sistema pelo qual o escritor gaúcho lia manchetes de jornais e escrevia histórias inspiradas nessas manchetes.  Minha decisão de ler o livro decorre do fato de eu não ter podido acompanhar a produção de todos os textos durante a oficina literária que os criou. A oficina estava dividida em duas turmas, e só acompanhei a feitura dos textos de parte do pessoal que se encontrava às 20 h. A outra turma era das 18 h 30 min.  Esta oficina também marcou o reinício daas turmas presenciais da oficina. Ela havia sido virtual, por teleconferência, nos anos de 2020 e 2021.  São 126 crônicas que foram inspiradas em notícias dos mais diversos veículos noticiosos entre fevereiro e agosto de 2022.  É difícil querer resumir 126 crônicas. Vou destacar apenas algumas a título de exemplo.  A primeira d

Hebdomadário boêmio masterclássico stanislawiano – capítulo V

A nova masterclass da Oficina Literária Santa Sede, a edição de 2023, começou dia 9 de março.  Relatei isso antes. A edição deste ano homenageia Stanislaw Ponte Preta, alter ego, por assim dizer, do jornalista Sergio Porto. No dia 5 de abril eu também não pude comparecer. Faleceu minha querida amiga, irmã de coração, Bárbara Sanco. Eu fiquei de luto.  Espero que o encontro tenha sido divertido para quem estava lá.  08/04/2023. 

Bárbara Sanco partiu na Semana Santa

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Sempre me achei muito cioso dos meus mortos. Quero dizer, sempre quis ficar perto deles quando eles se despedem. Meus mortos são meu pai (1990), minha mãe (1995) e minha irmã (2018). Eu ainda poderia acrescentar nessa lista minha avó materna (1973) e meu avô materno (1978 ou 1979, não tenho certeza). Mas as mortes de minha avó e de meu avô se apresentaram como encargos dos meus pais. Eu senti muito o falecimento de minha avó.  Se há alguém que foi mãe com açúcar para mim foi ela, a dona Rosalina. Chorei muito a perda dela. Para piorar, fui apartado de velório e enterro, porque achavam que eu era muito criança para aquilo. Fiquei aos cuidados de uma vizinha. A vizinha era como uma tia, mas deviam ter me deixado mais tempo com minha avó.  Do meu avô fiquei desapegado sentimentalmente. Eu estava no início da adolescência e da erupção dos hormônios. Meu avô entrou em estado de senilidade profunda pouco antes de falecer. Ele não mais reconhecia os familiares ao redor, e invocava o nome de p

Lançamento do livro Aforistas graças a Deus, de Rubem Penz

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No final da tarde de sábado, dia 1º de abril de 2023, foi lançado o livro Aforistas graças a Deus, do Rubem Penz. E isso não é mentira ou pegadinha.  O livro, como indica o título, reúne cerca de uma centena de aforismos. São máximas e reflexões pensadas e plasmadas pelo Rubem. Algumas, digamos de seu puro pensamento, como uma que ilustra a capa: "Caiu em si, ergueu-se outro". Outras adaptações: "Na teoria, a prática é teoria" (normalmente ouço "na prática, a teoria é outra", que inclusive já foi nome de blogue na primeira década deste século).  Amigos, colegas, alunos e ex-alunos foram prestigiar o Rubem no Apolinário.  Enquanto o Rubem autografava e ficava alguns minutos conversando com cada leitor, a Vanessa controlava a distribuição dos livros. Muita gente passou por lá.  Alguns muito rapidamente. Vinham adquiriam o livro, pegavam o autógrafo, e em seguida saíam. Muitos destes com outros compromissos.  Outros ficavam um pouco mais. Sentavam, pediam beb

Hebdomadário boêmio masterclássico stanislawiano – capítulo IV

A nova masterclass da Oficina Literária Santa Sede, a edição de 2023, começou dia 9 de março.  Relatei isso antes. A edição deste ano homenageia Stanislaw Ponte Preta, alter ego, por assim dizer, do jornalista Sergio Porto. No dia 29 de março eu não pude comparecer. Eu estava com covid-19, e não deveria espalhar vírus.  Foi um dia, isto é, uma noite de “reacts”. Sabe reacts? Eu vejo bastante em aplicativos de vídeo. Um canal qualquer em um desses aplicativos, fala de esportes. Mas o canal não tem autorização para transmitir qualquer competição esportiva. Então o canal coloca uma pessoa comentando alguma competição e “reagindo” à competição. Eis o nome react.  No meu caso, eram reações aos comentários dos oficineiros no aplicativo de mensagens. E minha principal reação foi informar ao grupo que eu estava cumprindo isolamento por conta da peste. Mas também às fotos que iam sendo publicadas no grupo à medida em que a noite transcorria. Fotos de trechos de textos. Fotos das bebidas que era

E a peste finalmente me alcançou

E não foi como nos meus temores.  Quem acompanha o meu blogue, sabe que entre 2020 e bem pouco tempo atrás, eu escrevi uma série de textos aos quais chamei de Diário da Peste, um título não muito original mas que dava conta do que passava pela minha cabeça, e como eu interpretava o mundo então.  Na sexta-feira, 24 de março passado, à tarde, eu senti uma certa dor muscular generalizada. Ultimamente esse tipo de dor precede a chegada de resfriados a mim.  No dia seguinte, percebi uma certa dor de garganta, o que me fez consumir muitas pastilhas. Também começou uma coriza. Meu nariz se tornou uma torrente de secreções.  Eu estava resfriado. Comentei isso com o meu filho, por troca de mensagens via aplicativo.  No domingo à tarde, um amigo com quem tive contato na quarta-feira anterior informou que teve sintomas de resfriado e tosse. Fez teste para verificar covid-19, e o teste deu positivo. Huummmm... Na segunda-feira eu me dirigi a uma farmácia para realizar o teste rápido. Eu estava bas