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Mostrando postagens de agosto, 2023

Cara Maria – II

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Cara Maria, Garanto que não pensei que voltaria a te escrever tão cedo.  Mas vivemos em um mundo estranho, e talvez te escrever seja uma maneira mais sadia de pensar a respeito de tantas coisas.  O clima continua maluco. Hoje é sábado e faz frio. Terça-feira passada parecia verão, e por essa conta, agosto teve mais de um veranico. Quarta-feira choveu praticamente o dia todo. De qualquer maneira, o inverno entra em seus estertores. Embora ainda falte quase um mês para a primavera, as árvores já se cobrem de flores. Fiquei pensando que essas árvores cobertas de flores cor de rosa pelas ruas da cidade, e em especial na Redenção, fossem jacarandás, mas talvez sejam ipês. Sou um ignorante botânico. Mas sejam jacarandás ou ipês, a cidade está florida, uma floração que, me parece, anuncia a primavera, como se essas árvores quisessem nos dizer que já é primavera. Assim como os passarinhos que já começam a cantar nas madrugadas iluminadas pelas luzes artificiais.  Se na outra mensagem, eu comec

Otários de Sorte

Um otário com sorte é uma crônica-conto (ou um conto-crônica) de José Falero, publicada em seu livro Vila Sapo. É a última história da versão do livro que tenho, publicada em 2019, pela Editora Figura de Linguagem.  É a história narrada em primeira pessoa de um protagonista (que pode ser o autor ou não) que sai de sua casa na Lomba do Pinheiro, com o objetivo de visitar sua irmã, que mora no bairro Floresta. São bairros distantes um do outro aqui na cidade de Porto Alegre.  Não sei se Falero leu Ulisses, de James Joyce, ou a Odisseia, de Homero. Eu não li nenhum dos dois, mas sei algo deles a partir da leituras de resenhas e comentários. Inclusive tenho esperança de viver o bastante para ler ambos. O fato é que a narrativa de Homero abarca um período de anos; a de Joyce um dia; a de Falero uma hora.  O protagonista da história de Falero pega um ônibus no Pinheiro, reflete sobre o transporte coletivo na cidade, desce na Redenção, próximo ao Instituto de Educação Flores da Cunha, e dali

Hebdomadário boêmio masterclássico stanislawiano – capítulo XXIV

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E a masterclass em homenagem a Stanislaw Ponte Preta terminou na quarta-feira passada, 16 de agosto de 2023. Ela havia começado em 9 de março. Relatei isso aqui. Stanislaw Ponte Preta é o alter ego, por assim dizer, do jornalista Sergio Porto. Nesse dia 16 de agosto ainda houve leituras. Mais perfis biográficos dos cronistas vistos pelos personagens. E até crônicas.  Ainda era inverno, mas era uma noite não muito fria.  Quando cheguei ao Apolinário naquela noite lá estavam, além do Rubem, o Tiago, o Kauer, o Gian, o Edgar, o Magnus, a Silvia e o André. Naquela noite a Oficina recebeu a visita do Marcel. Depois chegaria o Altino, e depois a Carol.  Naquela noite o Grêmio F.B.P.A. jogava a partida de volta da semifinal da Copa do Brasil de 2023 contra o C.R. Flamengo. O Grêmio perdeu por 1 a 0 e foi eliminado da competição.   O prato de bateria continuava sobre a mesa. Se quiser, procure por “tu dum tss” nos buscadores da internet (pode ser que a resposta venha como “ba dum tss”).  As le

Sessão de Autógrafos - A Voz dos Novos Tempos

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O tempo não dá trégua. A gente pisca e se passou um período muito mais longo do que a gente imaginava. O evento a respeito do qual eu quero fazer um breve relato aconteceu há quase três semanas. Eu estava pensando comigo mesmo que eram quase duas semanas. O tempo é inclemente, assustador.  Mas talvez isso seja a fim com o que ocorreu dia 3 de agosto passado. Falo do lançamento, com sessão de autógrafos, do livro A Voz dos Novos Tempos, uma nova publicação da Editora Santa Sede, a partir de uma oficina literária derivada das oficinas literárias, digamos, mais comuns da Oficina Literária Santa Sede e suas crônicas de botequim.  Neste caso, a ideia foi juntar um grupo de cronistas que tivessem sessenta ou mais anos de idade. Autoras e autores são Ananyr Porto Fajardo, Andréa Aquino Ferreira, Ângela Puccinelli, Eugênia Câmara, Graciella Tomé, Iara Tonidandel, Jane Maria Ulbrich, João Luiz de Mello, Jorge Luiz Bledow, Maria Helena Schirmer Mattos, Nelson Ribas, Raul Tartarotti, Silvio Silbe

Hebdomadário boêmio masterclássico stanislawiano – capítulo XXIII

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A nova masterclass da Oficina Literária Santa Sede, a edição de 2023, começou dia 9 de março. Relatei isso antes. A edição deste ano homenageia Stanislaw Ponte Preta, alter ego, por assim dizer, do jornalista Sergio Porto. No dia 9 de agosto continuaram as leituras. Desta vez mais de perfis biográficos dos cronistas vistos pelos personagens. A Oficina termina na próxima semana.  Era uma noite não muito fria, mas bastante chuvosa.  Deve ser por isso que quando cheguei ao Apolinário naquela noite havia tão poucas pessoas à mesa. Lá estavam, além do Rubem, o Gian, e o Edgar. Naquela noite a Oficina recebeu a visita da Teresa, também conhecida como Tetê. Tetê logo iria embora. Depois chegaria o Altino, e depois a Carol.  Naquela noite não houve jogos da dupla Grenal. Na véspera o S.C. Internacional venceu o River Plate, da Argentina, por 2 a 1 no tempo regulamentar e por 9 a 8 nos pênaltis, alcançando a próxima fase pela Copa Libertadores da América.  O prato de bateria estava sobre a mesa

Cara Maria – I

Cara Maria, Não sei se gostas de ser chamada de Maria. Espero que gostes ou terei que alterar a maneira como te chamo nestas mensagens abertas. Minha irmã também tinha o nome de Maria, Maria Lúcia, mas não gostava de ser chamada de Maria. Concessões a Maria Lúcia (não era apenas a mãe que a chamava assim, quando estava brava. Aliás, não me lembro de minha mãe brava com minha irmã. Apenas decepcionada uma ou outra vez), ou, Malu (Malú?), como acabou conhecida quando morou no Rio de Janeiro. Mas assim, eu não sabia o que escrever, então decidi enviar esta mensagem aberta, talvez comentando os eventos que nos têm acontecido.  Comecemos pelo clima. Que tal a semana que passou em Porto Alegre? Parecia que chuva e sol se revezaram. Chuva na segunda, sol na terça, chuva na quarta, um sol encabulado na quinta. Inverno estranho. Talvez seja a tal crise climática. Talvez o tal el niño. Repetindo a frase de um conhecido, que era carioca, “o gaúcho é um forte, especialmente aqueles que sobrevivem

Hebdomadário boêmio masterclássico stanislawiano – capítulo XXII

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A nova masterclass da Oficina Literária Santa Sede, a edição de 2023, começou dia 9 de março. Relatei isso antes. A edição deste ano homenageia Stanislaw Ponte Preta, alter ego, por assim dizer, do jornalista Sergio Porto. No dia 2 de agosto continuaram as leituras. Desta vez mais de perfis biográficos dos cronistas vistos pelos personagens. A Oficina vai indo para seu final.  Quando cheguei ao Apolinário naquela noite estavam à mesa, além do Rubem, a Vivi, o Tiago, o Gian, o André, o Magnus, o Edgar, o Ronaldo, o Altino, e a Silvia.  Naquela noite não houve jogos da dupla Grenal. Na véspera o S.C. Internacional perdeu para o River Plate, da Argentina, por 2 a 1 pela Copa Libertadores da América.  O prato de bateria retornou com novo tripé. Se quiser, procure por “tu dum tss” nos buscadores da internet (pode ser que a resposta venha como “ba dum tss”).  As leituras seguiram. Foram diversos perfis biográficos. Da Vivi, do Gian, do André, o meu. Houve mais gente, mas aconteceu o problema